Nesta quarta-feira (06), o Papa Francisco realizou sua tradicional Catequese na Praça São Pedro, que encheu-se com milhares de fiéis e peregrinos.
Durante a Audiência Geral, Francisco lembrou sua recente viagem à Mongólia, que aconteceu de 31 de agosto a 4 de setembro e expressou sua gratidão a todos aqueles que acompanharam suas atividades no país.
Ele recordou a alegria dos fiéis e da Igreja local, que mostrou tanta cordialidade e carinho com ele, e refletiu sobre a viagem. Leia MaisPapa sobre o Sínodo: “Não é um programa de TV”Papa Francisco finaliza peregrinação apostólica à Mongólia
“Mas por que o Papa vai tão longe para visitar um pequeno rebanho de fiéis? Porque é precisamente ali, distante dos holofotes, que muitas vezes se encontram os sinais da presença de Deus, que não olha para as aparências, mas para o coração. O Senhor não procura o centro do palco, mas o coração simples de quem O deseja e O ama sem aparecer, sem querer destacar-se dos outros. E tive a graça de encontrar na Mongólia uma Igreja humilde e feliz, que está no coração de Deus, e posso testemunhar-vos a sua alegria por se encontrarem por alguns dias também no centro da Igreja”.
O santo padre destacou a história emocionante daquela pequena comunidade cristã, que surgiu pela Graça de Deus e pelo zelo apostólico de missionários. Ao evidenciar o trabalho árduo e incansável realizado ao longo dos anos pela Igreja, ele explicou que a palavra “católica”, significa “universal”, e acrescentou:
“Não se trata de uma universalidade que homogeneíza, mas de uma universalidade que se incultura. Isto é a catolicidade: uma universalidade encarnada, que percebe o bem ali onde vive e serve as pessoas com quem vive”.
Ele fez memória a “Casa de Misericórdia”, inaugurada por ele no último dia da viagem, que é a primeira obra de caridade da Mongólia e enfatiza que a Igreja é humildade, caridade e simplicidade.
“Assim vive a Igreja: testemunhando o amor de Jesus com mansidão, com a vida antes que com as palavras, feliz pelas suas verdadeiras riquezas: o serviço ao Senhor e aos irmãos”.
Ele ainda destacou o encontro inter-religioso e ecumênico, explicando que a Mongólia tem uma grande tradição budista, com tantas pessoas que no silêncio vivem a sua religiosidade de forma sincera e radical, por meio do altruísmo e da luta contra as próprias paixões.
“Pensemos em quantas sementes do bem, no escondimento, fazem germinar o jardim do mundo, enquanto habitualmente ouvimos falar somente do som das árvores que caem”.
E assegurou a importância de reconhecer o bem em todas as suas formas.
“Muitas vezes, porém, apreciamos os outros apenas na medida em que correspondem às nossas ideias. Pelo contrário, Deus pede-nos para ter um olhar aberto e benevolente, porque, sem cair em nocivos sincretismos e em fáceis irenismos, há sempre alguma riqueza a descobrir: nas pessoas como nas culturas, nas religiões como nas nações”.
Papa Francisco finalizou:
“Por favor: ampliem os limites, e não se deixem aprisionar pela pequenez, permitam-se alargar o coração, para estarmos próximos de todas as pessoas e de todas as civilizações”.
Fonte: Vatican News
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