Santo Padre

Papa Francisco e sua fidelidade aos pobres e excluídos

Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)

Escrito por Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

05 JUL 2021 - 09H22 (Atualizada em 05 JUL 2021 - 09H58)

Bem antes de ser eleito como primeiro Papa da América Latina, o argentino Jorge Mário Bergoglio já demonstrava sensibilidade com os mais pobres das periferias de Buenos Aires, e chamava a atenção para as desigualdades sociais, fazendo ligação com o Evangelho vivido por Jesus.

Em sua atuação como cardeal, incentivava os padres a trabalharem nas periferias e priorizar os carentes em sua pastoral. A própria escolha do nome papal em homenagem a São Francisco de Assis, acolhendo o pedido do amigo brasileiro Dom Cláudio Hummes, que “não se esqueça dos pobres”, mostra a opção do seu coração em cuidar dos “pequenos do reino”.

REUTERS/Guglielmo Mangiapane
REUTERS/Guglielmo Mangiapane

A instituição do Dia Mundial dos Pobres é reflexo do seu coração de pastor

Algumas datas mereceram destaque por parte de alguns Pontífices e, não apenas pela importância da dedicação, mas pelo que a humanidade passava naquele momento ou pela sensibilidade em suas convicções no exercício do seu pastoreio.

O Papa Paulo VI instituiu o “Dia Mundial da Paz” em 1967; o Papa João Paulo II, o “Dia Mundial da Juventude” em 1984; o Papa Francisco o “Dia Mundial dos Pobres” em 2017 e, no início de 2021, o “Dia Mundial dos Avós e dos Idosos”.

Sobre os pobres, avós e idosos, fica evidenciada a sua predileção pelos mais fragilizados e carentes.

O cuidado do Papa com os presidiários

Ainda em Buenos Aires, Francisco tinha como uma de suas prioridades nas visitas pastorais visitar os presídios, ter um contato direto com os presos, estimulá-los à reinserção social e a darem a volta por cima após as fraquezas cometidas.

Dentre tantos contatos, cito algumas visitas. A primeira, num presídio de população carcerária jovem, na Cidade do Panamá, em 2019. Sob a atenção de quase 200 jovens, a maioria presa por roubo, Francisco fala com firmeza e sentimento: “Que dor é ver quando uma sociedade concentra suas energias mais em murmurar e indignar do que em lutar para criar oportunidades e transformações” e concluiu, dizendo: “Amigos, cada um de nós é muito mais do que nossos rótulos”.

Em abril deste ano, um grupo de detentos participou da celebração eucarística com o Papa, por ocasião da Festa da Divina Misericórdia. Em junho passado, Francisco recebeu vinte presos da Penitenciária de Rebibbia, uma das principais prisões de Roma. Seu jeito amoroso e alegre fez aqueles homens sentirem de perto a misericórdia do Deus de Jesus.

Shutterstock.
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A preocupação de Francisco com as periferias e o povo em situação de rua

Uma de suas primeiras visitas após a eleição papal foi ao Brasil. No Rio de Janeiro, em seu roteiro entrou a favela de Varginha, no complexo de Manguinhos. Ali, Francisco já sinalizava o que viria a ser uma das prioridades em seu pontificado, a atenção aos pobres e excluídos.

Leia Mais7 ensinamentos de Francisco sobre os pobres Em seu discurso de conotação profética, o Papa disse que “ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo”, e afirmou que “as autoridades devem fazer mais do que apenas reprimir o tráfico de drogas”.

á vivendo a pandemia, em abril de 2020, o Papa se mostrou solidário aos moradores em situação de rua, ao ver uma foto de Las Vegas, nos Estados Unidos:

"Num jornal, hoje, há uma foto que toca o coração, muitos sem-teto de uma cidade deitados num estacionamento”. Na lucidez de suas palavras, um clamor às autoridades: "A rua não é lugar para morar, muito menos para morrer".

“Perder a esperança”, uma preocupação do Papa com os pobres na pandemia

Ao afirmar que “a economia está doente”, Francisco lembra que “no mundo de hoje, muito poucas pessoas ricas possuem mais do que o resto da humanidade. É uma injustiça que clama aos céus!”.

Preocupado com as consequências na vida dos pobres, os mais atingidos na pandemia, o Papa convida a “todos a aceitarem o dom da esperança que vem de Cristo; é Cristo que nos ajuda a navegar nas águas tumultuosas da doença, da morte e da injustiça, que não têm a última palavra sobre o nosso destino final”.

Escrito por
Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)
Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

Missionário redentorista com bacharelado em Teologia (UCSal), pós-graduado em Comunicação e Cultura Brasileira (SEPAC-PUC/SP) e mestrado em Comunicação e Semiótica (PUC/SP).

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