Na manhã desta quinta-feira (15), o Papa Leão XIV recebeu, no Vaticano, os Irmãos das Escolas Cristãs, conhecidos como Lassalistas.
O encontro celebrou duas datas importantes: os 300 anos da aprovação do Instituto pelo Papa Bento XIII e os 75 anos da proclamação de São João Batista de La Salle como Padroeiro celeste de todos os Educadores, feita por Pio XII, em 1950.
Em seu discurso, o Papa refletiu sobre dois pontos fundamentais para a missão educativa do Instituto: a atualidade do carisma lassalista e a dimensão missionária e ministerial do ensino.
Ao recordar as origens da congregação, Leão XIV destacou que a missão dos Lassalistas sempre esteve profundamente enraizada nas necessidades concretas do povo. O Papa relembrou que o surgimento do Instituto foi uma resposta a um apelo muito específico.
“Pois São João Batista de La Salle começou respondendo ao pedido de ajuda de um leigo, Adriano Nyel, que lutava para manter suas ‘escolas dos pobres’ funcionando. Seu fundador reconheceu em seu pedido de ajuda um sinal de Deus, aceitou o desafio e pôs-se a trabalhar...”, explicou o Pontífice.
O Papa também destacou que, desde os primeiros passos, o carisma lassalista foi marcado por grande criatividade e espírito de inovação, com propostas pedagógicas revolucionárias para sua época.
Entre essas inovações, estão o ensino em grupos, a opção pelo idioma francês no lugar do latim — tornando a educação mais acessível — e o envolvimento das famílias no processo educativo.
“Os problemas, à medida que surgiam, em vez de desencorajá-lo, estimulavam-no a buscar respostas criativas e a se aventurar em caminhos novos e muitas vezes inexplorados.”
O Papa, então, fez um reconhecimento público e carinhoso sobre a continuidade da missão lassalista no mundo:
“Depois de três séculos, é bom constatar como a sua presença continua trazendo consigo o frescor de uma realidade educativa rica e vasta, com a qual ainda, em várias partes do mundo, vocês se dedicam na formação dos jovens com entusiasmo, fidelidade e espírito de sacrifício.”
Mas o Papa também alertou que os desafios atuais são diferentes, embora igualmente exigentes. O contexto social, cultural e tecnológico traz novas exigências à missão educativa da Igreja.
“Os jovens do nosso tempo, como os de todas as épocas, são um vulcão de vida, energia, sentimentos e ideias. [...] No entanto, eles também precisam de ajuda para fazer com que tanta riqueza cresça em harmonia...”
Ele ainda apontou os obstáculos que fragilizam a juventude, como o individualismo, o relativismo, o consumismo e o isolamento.
“Trata-se de desafios exigentes, mas também nós, como São João Batista de La Salle, podemos fazer deles trampolins para explorar caminhos, desenvolver instrumentos e adotar novas linguagens...”
Em seguida, o Papa aprofundou a reflexão sobre a beleza e a importância do ensino como verdadeira missão dentro da Igreja.
Ele recordou que São João Batista de La Salle concebeu o Instituto de maneira inovadora também no aspecto vocacional: os educadores seriam ‘irmãos’, e não sacerdotes.
“O seu altar é a cátedra”, afirmou o Papa, destacando que o ensino, na perspectiva lassalista, é muito mais do que transmitir conhecimento: é um verdadeiro ministério, que educa e evangeliza ao mesmo tempo.
“Assim, o carisma da escola, que vocês abraçam com o quarto voto de ensino, além de ser um serviço à sociedade e uma preciosa obra de caridade, aparece ainda hoje como uma das mais belas e eloquentes explicitações daquele munus sacerdotal, profético e real que todos recebemos no Batismo...”
Por fim, Leão XIV concluiu expressando seu desejo e encorajamento às vocações:
“Que as vocações à consagração religiosa lassalista cresçam, sejam encorajadas e promovidas, em suas escolas e fora delas...”
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Fonte: Vatican News
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