Em seus mais de 10 anos de Pontificado, o Papa Francisco se mostrou cada vez mais próximo dos menos favorecidos com exemplos que servem de inspiração para todo o clero. As visitas a penitenciárias foram uma delas — principalmente às prisões femininas.
Em março, durante a Semana Santa, o Santo Padre lavou os pés de detentas em Roma e, em abril, em visita a Veneza, esteve na Casa Feminina de Detenção na ilha de Giudecca, que abriga 80 mulheres reclusas e em maio, em Verona, pretende visitar a Prisão Montorio, que tem virado notícia local nos últimos meses pelos trágicos suicídios registrados, além de uma preocupante superlotação confirmada por dados da Associação Italiana Antigone, já que acolhe cerca de 490 pessoas diante da capacidade de 337 lugares.
Em entrevista à Vatican News, o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação em Veneza, afirma que a visita do Papa aos encarcerados é uma espécie de parábola:
“Francisco é um visitador global de cárceres, já visitou quase 20 cárceres, mais do que um por ano durante seu pontificado. Essa atitude do Santo Padre dá um exemplo enorme a toda a comunidade cristã e à comunidade humana, para dizer que não podemos descartar ninguém, mas temos de abraçar e dar novas oportunidades a todos. Isso, penso eu, que as mulheres detidas neste cárcere entendem muito bem.”
As ações e palavras do Papa à população encarcerada são recebidas com esperança no Brasil. Para o vice-coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Pe. Almir José de Ramos, pertencente a Arquidiocese de Florianópolis (SC), atua como agente de pastoral há 20 anos. Para ele, o agir do Pontífice é essencial para chamar a atenção da realidade do sistema prisional:
“Isso nos fala muito, para nós, Pastoral Carcerária do Brasil. Primeiramente porque nós estamos no país com a terceira maior população carcerária do mundo e, também, com um número muito grande de mulheres encarceradas no nosso país. As feridas, as cicatrizes, as dores e o sofrimento dessas pessoas no nosso país — e de modo especial, das mulheres — interpelam nós, agentes da Pastoral Carcerária, para que a gente possa fazer algo para ajudar a mudar essa história.”
Dados afirmam que o Brasil possui quase 1 milhão de presos, o terceiro país no mundo com maior população carcerária após EUA e China. É um ponto que não passa despercebido para Francisco, que também fala da dura realidade vivida na prisão, com “problemas como a superlotação, a carência de instalações e de recursos, os episódios de violência”.
Segundo Pe. Almir, para cada pessoa na prisão, pelo menos outras 4 são atingidas. Logo, os cálculos mostram que pelo menos 4 milhões de brasileiros são afetados pela questão carcerária.
“Seja uma mãe, um filho, uma esposa, um esposo, enfim, familiares dessas pessoas que se encontram não presas, mas atingidas de alguma forma pelo sistema prisional e quando a gente vê o Papa indo ao encontro dessas pessoas, o Papa dirigindo palavras tão bondosas, tão cheias de misericórdia para essas pessoas, a gente percebe que ainda há esperança.”
:: O Papa Francisco e a Pastoral Carcerária: Rosto da Misericórdia
Fonte: Vatican News
Repam celebra 10 anos de cuidado e defesa da Amazônia
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) celebrou 10 anos de compromisso com a Amazônia em setembro de 2024, destacando a defesa do bioma e seus povos.
7 momentos marcantes da viagem do Papa para a Ásia e Oceania
Em viagem mais longa de seu pontificado, Francisco transformou o povo e a si mesmo nestes 12 dias.
Igreja alerta sobre perigos dos jogos de azar
Igreja e especialistas destacam os prejuízos sociais e morais dos jogos de azar, que afetam milhões de brasileiros com compulsão e dívidas. Saiba mais.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.