No segundo dia da Novena e Festa da Padroeira do Brasil, dia 4 de outubro, o Santuário de Aparecida homenageou, na celebração das 19h, alguns homens e mulheres que promovem o Evangelho por meio de seus exemplos de vida.
Os nomes escolhidos foram: Dom Hélder Câmara, Dom Luciano Mendes, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Paulo Evaristo Arns, Padre Júlio Lancellotti, Papa Francisco, Zilda Arns, Irmã Dorothy Stang, Santa Dulce dos Pobres, Margarida Maria Alves, Maria da Penha e Jaqueline Gois.
No dia em que o Santuário refletiu o tema ‘Com Maria, ser Igreja, povo de Deus’, as representações foram destaque em fotos que entraram à frente da imagem de Nossa Senhora Aparecida. A simbologia desta entrada solene se complementava com o carro-andor, ornamentado com galhos e folhagens secas, em um cenário árido, tendo no centro a imagem de Nossa Senhora Aparecida com uma única flor.
“Essa entrada foi preparada para lembrar que a Mãe Aparecida é esperança e que, junto Dela, todo cristão é chamado a viver e fazer o Evangelho de Cristo hoje, com esperança e perseverança”, explicou Maria Helena Malta, uma das responsáveis pela organização das encenações das celebrações da Novena e Festa.
Cada homenageado desta noite de oração foi indicado para fazer as pessoas refletirem sobre o que significa ser povo de Deus, se dispondo a promover o reino de justiça e paz, sendo esperança para o povo e insistindo na missão de servir, resistindo às dificuldades e lutando sempre pela vida.
Dom Hélder Câmara: Conhecido como “Dom da Paz”, o bispo cearense denunciou fortemente as violações de direitos durante a ditadura militar no Brasil e foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dom Hélder faleceu em 1999.
Dom Luciano Mendes: Durante quase duas décadas à frente da Arquidiocese de Mariana (MG), o bispo deu forte impulso pastoral a esta Igreja particular, onde a organizou em cinco Regiões Pastorais. Entre as marcas do religioso estão o dinamismo, a inteligência, a dedicação incansável aos pobres e o testemunho de amor à Igreja. Dom Luciano faleceu em 2016.
Dom Pedro Casaldáliga: O Bispo do Povo, como era conhecido por suas lutas sociais e pelos direitos dos povos indígenas no Amazonas, era Catalão, nascido em Balsanery, província de Barcelona, na Espanha. No Brasil, foi o primeiro Bispo de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso e, desde o início, esteve à frente de embates pelos direitos dos índios na Amazônia, inclusive durante a Ditadura Militar. Dom Pedro faleceu em 2020.
Dom Paulo Evaristo Arns: Conhecido como cardeal da resistência, do povo e da esperança. Dom Paulo dedicou sua vida para defender os mais pobres e lutar pelos direitos humanos e pela democracia. Dom Paulo faleceu em 2016.
Padre Júlio Lancellotti: O sacerdote é coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, atua em defesa dos direitos, principalmente da população de rua e das pessoas mais necessitadas. Realiza com dedicação o acolhimento destas pessoas, oferecendo o desjejum e dando acesso a itens básicos de vestuário e higiene pessoal, tudo com muito amor e respeito ao próximo.
Papa Francisco: No dia 13 de março de 2013, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio era anunciado Papa da Igreja Católica, escolhendo o nome Francisco, o nome do santo de Assis. A sua escolha traduz bem o objetivo do seu pontificado: uma Igreja pobre, para os pobres.
Zilda Arns Neumann: a médica pediatra e sanitarista fundou a Pastoral da Criança no Brasil e depois importou para o mundo o seu modelo simples e eficaz de salvar vidas. Seu trabalho teve grande reconhecimento, dando a ela o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros, 19 prêmios (nacionais e internacionais) e dezenas de homenagens de governos, empresas, universidades e outras instituições. Doutora Zilda Arns faleceu em 2010, em um terremoto no Haiti.
Irmã Dorothy Stang: Freira da Congregação Notre Dame de Namur, irmã Dorothy Stang era uma missionária americana naturalizada brasileira e fazia um trabalho missionário em Anapú (PA) desde 1982. O seu trabalho pastoral era a catequese e a formação de comunidades cristãs. O zelo da Irmã Dorothy a levava a atuar em várias cidades e vilarejos rurais da região do Xingu, formando filhos e filhas de Deus. Ela foi assassinada com seis tiros, em 12 de fevereiro de 2005.
Santa Dulce dos Pobres: A religiosa da Congregação das Irmãs da Caridade dedicou a sua vida a ajudar os doentes e os mais necessitados. Foi beatificada pelo Papa Bento XVI, no dia 10 de dezembro de 2010 e canonizada em outubro de 2019, pelo Papa Francisco, passando a ser reconhecida com o título de "Santa Dulce dos Pobres".
Margarida Maria Alves: Líder da Comunidade cristã rural a que pertencia, em 1973, foi eleita presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, cargo que exerceu durante 12 anos, movida pela sua fé. Foi uma das fundadoras do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, que tem por objetivo contribuir para o processo de construção de um modelo de desenvolvimento rural sustentável, a partir do fortalecimento da agricultura familiar. Margarida foi assassinada a tiros, na porta de sua casa, na frente do marido e dos filhos, em agosto de 1983.
Maria da Penha: Ela se tornou símbolo da luta pelo fim da violência contra a mulher, após ser vítima de uma tentativa de feminicídio e buscar, na Justiça, que seu ex-marido pagasse pelo que fez. Hoje, a Lei Maria da Penha, que leva seu nome, é fundamental para preservar as mulheres brasileiras em casos de violência doméstica e familiar.
Jaqueline Gois: A cientista, negra e nordestina foi a responsável por coordenar a equipe que sequenciou o genoma do vírus da Covid-19 em 48 horas, tempo recorde em relação a outros países. O estudo desenvolvido pela equipe de Jaqueline foi importante para a direcionar as ações que ajudam a conter surtos de contágio, para reconhecer focos de transmissão e para que os órgãos públicos tomassem as medidas de precaução.
Reveja o momento da entrada da Imagem de Nossa Senhora Aparecida:
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