Entre Geraldo Majella, o santo irmão redentorista e Maria Celeste Crostarosa, fundadora da ordem das irmãs redentoristas, brotou uma amizade profunda e sincera ocasionada pela proximidade de vida, de missão e de sofrimento.
Se Geraldo, além das dores e males físicos, enfrentou injúrias e falsas acusações, Crostarosa também foi incompreendida, precisando mudar de convento e de ordem religiosa para encontrar o lugar onde pudesse realizar sua vocação e o projeto de vida a que se propôs.
Geraldo e Crostarosa eram pessoas místicas, experimentando grande atração e forte sedução pelas coisas de Deus. Apesar das diferenças de vida e de idade, até nisso tinham proximidade, pois direcionaram sua vida e suas obras para o serviço Deus e, pela amizade, um ajudava ao outro nas agruras e necessidades espirituais.
A mística cristã gerou neles um conhecimento íntimo e profundo de Deus e de seus mistérios, não pelo estudo ou pelo conhecimento meramente intelectual, mas pela percepção experiencial e direta da presença de Deus.
Somente uma pessoa mística consegue ser fiel e resiliente, como foram Geraldo e Maria Celeste, quando as coisas não saem exatamente como planejado. Mas, no final, tudo se encaminha conforme não a sua, mas conforme a vontade de Deus!
Vida direcionada para as coisas de Deus
Em Scala, cidadezinha do sul da Itália que viu nascer a Congregação Redentorista em 1732, Maria Celeste Crostarosa estava como noviça no mosteiro do qual Monsenhor Tomás Falcoia era o diretor espiritual.
.:: Lugares da vida de São Geraldo ::.
Deus providenciou para que o Padre Afonso de Ligório fosse convidado por Dom Tomás Falcoia para pregar um retiro às religiosas, onde veio a se encontrar com Crostarosa e, guiado pelos acontecimentos e pela vontade de Deus, encaminhar a fundação de um novo instituto religioso que respondesse às inspirações de Deus já manifestadas nele, em Crostarosa e em Tomás Falcoia.
Por diversas razões Maria Celeste Costarosa precisou se afastar da comunidade de Scala onde, por oito anos, havia vivido grandes alegrias, mas também fortes sofrimentos. A convite do bispo de Scala, mudou-se para um mosteiro em Nocera que precisava de reforma.
Sob seus firmes cuidados o mosteiro renasceu e as virtudes religiosas floresceram novamente, renovando o lugar onde até então reinavam o relaxamento e a desordem. Seis anos depois, em 04 de outubro de 1739, fundou o mosteiro do Santíssimo Salvador em Foggia, por ela conduzido durante 17 anos segundo o seu projeto original.
Toda a cidade a tinha em tal veneração que a chamavam de "santa prioresa". Neste período Maria Celeste Crostarosa retomou o contato com os redentoristas, principalmente com o irmão Geraldo, feito diretor espiritual do mosteiro.
Na vida de Geraldo houve um superior que entendeu o seu carisma, vendo que ele não podia ficar restrito apenas ao interior do convento, enviando-o para muitas missões até mesmo para levar a paz a diversas cidades onde reinavam conflitos de várias espécies.
Nessas suas andanças, Geraldo anunciava a Palavra de Deus e impressionava a todos pelo seu espírito e por sua santidade. Numa certa ocasião orientou um grupo de 15 jovens libertinos, levando-os até o convento para se confessarem.
Depois eles vinham acampar perto do convento no final de semana. Vendo os resultados do trabalho missionário do irmão Geraldo um padre chegou a comentar: “Onde Geraldo vai, chega um terremoto”.
A pregação de Geraldo Majella era feita mais pelo exemplo do que pelas palavras, tendo grande facilidade em estabelecer amizade com as pessoas que ele orientava pessoalmente ou por correspondência.
Cerca de 42 cartas conservadas mostram muito bem a forma como ele orientava religiosas, leigos e também sacerdotes. Apesar de seus poucos estudos, Geraldo tinha o dom infuso da sabedoria.
Muitos testemunhos mostram a grandeza de sua ciência. Isso fez dele o diretor espiritual de três mosteiros de religiosas, entre os quais o mosteiro do Santíssimo Salvador, de Foggia, dirigido pela Irmã Celeste Crostarosa com quem construiu amizade. A vida espiritual de Geraldo Majella se transformava assim em ensinamentos e orientações.
Os santos se entendem
Geraldo Majella se fez amigo de muitas religiosas, granjeando simpatia, amizade e confiança por ser exímio orientador espiritual. Ele se tornou grande amigo de Ir. Maria Crostarosa, bem mais velha do que ele. Geraldo como diretor espiritual de seu mosteiro em Foggia, a chamava de “minha priora”.
Quando ela morreu, Geraldo estava doente em Caposele e longe de Foggia. Na ocasião ele disse ao irmão que dele cuidava: "Madre Maria Celeste vai hoje receber a recompensa de seu grande amor por Jesus e Maria; Acabei de ver sua alma voar para o céu”. Quinze dias depois chegou a notícia de sua morte e ele mesmo a seguiu um mês depois.
Crostarosa morreu no dia 14 de setembro de 1755, aos 59 anos. Geraldo morreu em 16 de outubro do mesmo ano, com apenas 29 anos.
Na ocasião em que Geraldo foi acusado injustamente de um pecado que não cometeu, sendo obrigado a ficar fechado no convento, foi interditado e impedido de manter contato com as irmãs do mosteiro de Ripacandida, onde era diretor espiritual. Nem isso chegou a desanima-lo e numa ocasião ele afirmou: “O Espírito Santo as farão compreender melhor tudo o que eu lhes poderia explicar”.
Desta forma podemos perceber como a amizade dos santos se fortalece no Espírito Santo!
A vida exemplar e os milagres realizados por Ir. Crostarosa ajudaram a espalharam sua fama de santidade, mas apenas em 2016, ela foi declarada como beata da Igreja. O processo de Geraldo foi bem mais acelerado e aqueles que foram amigos na terra, hoje também são amigos no céu!
.:: Saiba mais sobre a ordem criada por Maria Celeste Crostarosa ::.
Fonte: Instituto Histórico Redentorista
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