A Congregação Redentorista viveu um período doloroso de divisão no início de sua história, provocado por um documento chamado “Regolamento”, que foi imposto pelo rei de Nápoles. Ele devia ser cumprido escrupulosamente, mas acabou por restringir a liberdade dos confrades, submetidos totalmente à autoridade do rei.
Por causa desse documento, se deu a divisão das quatro casas redentoristas existentes no Reino em relação às que existiam nos Estados Pontifícios.
A Santa Sé declarou que somente as casas existentes nos Estados Pontifícios eram canonicamente aceitas e, com isso, as casas existentes no Reino de Nápoles foram deixadas de fora da congregação. Inclusive quando Santo Afonso faleceu, em 1787, a congregação estava dividida e “tecnicamente” ele morreu fora da congregação.
O “famigerado” regulamento foi publicado em 1779, quase 50 anos após a fundação da congregação, e a divisão que sua aplicação provocou permaneceu em vigor na Sicília e em Nápoles até 1790.
A segunda divisão da Congregação
No início do século XIX, quando a Congregação fundada no Reino de Nápoles já havia se expandido pelos Estados Pontifícios e Europa Central depois de 1820, chegando também à América do Norte, aconteceu uma segunda divisão, desta vez com a criação das primeiras províncias.
Com a rápida expansão da Congregação e com o crescimento do número de seus membros, notavam-se algumas dificuldades na comunicação e algumas diferenças na observância da regra, especialmente no que dizia respeito ao voto de pobreza, havendo ainda algumas insatisfações em relação à estrutura do governo.
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Os Redentoristas do norte dos Alpes desejavam ter um regime baseado na divisão em províncias, com o Superior Geral residindo em Roma, para favorecer a comunicação.
Por várias razões, entre as quais a intransigência da corte real, os napolitanos não estavam dispostos a aceitar essa vontade, mas a Santa Sé interveio através de um decreto de 2 de julho de 1841, estabelecendo seis províncias originais sendo 03 na Itália — províncias romana, napolitana e siciliana — e outras 03 além dos Alpes — Áustria, Galo-Helvética e Belga:
Reconfiguração para a missão
Todo processo de divisão causa certo “incômodo”, sendo necessário um período de acomodação e de ajustes de detalhes, mas como a criação das províncias não trouxe a paz desejada, fez-se necessária uma nova intervenção da Santa Sé, que colocou os confrades das casas do Reino das Duas Sicílias sob a autoridade de um Visitador Apostólico, na pessoa do Cardeal Cosenza, Arcebispo de Cápua.
Enquanto se aguardava a convocação de um Capítulo Geral para eleger um Reitor-Mor, o Vigário Geral para os redentoristas além dos Alpes, Padre Rudolf Smetana, convocou um capítulo para eleger um Superior Geral, que deveria residir em Roma.
O capítulo napolitano, reunido em 1854, elegeu o Pe. Giuseppe Lordi, mas sua morte prematura depois de alguns poucos meses tornou necessária a realização de um segundo capítulo em 1855, que elegeu o Pe. Celestino Berruti.
O capítulo dos redentoristas transalpinos foi realizado na casa de Sant'Afonso em Roma, que havia sido adquirida em 1855, elegendo o Pe. Nicolau Mauron como superior. A divisão continuou até 1869, quando os padres Berruti e Mauron negociaram com sucesso a reunificação da Congregação.
O Capítulo Geral, realizado em Roma no ano de 1855, decidiu que a designação “Transalpino” deixaria de ser usada. Mais recentemente esse termo chegou a ser utilizado para designar um grupo de redentoristas que não aceitou as mudanças propostas pelo Vaticano II.
A Casa Geral se estabeleceu definitivamente m Roma, no lugar da casa de Pagani, organismos como o Arquivo Geral e a Biblioteca Histórica foram transferidos para Roma e a congregação aos poucos foi assumindo um ritmo normal de caminhada.
No século XX, o cargo de Superior Geral deixa de ser vitalício, passando a ser eleito no Capítulo Geral, convocado a cada seis anos. A estruturação em (Vice) Províncias torna-se normal na vida da Congregação, que chegou a ter mais de 70 Unidades espalhadas pelos 85 países onde tem presença.
Em 1991, falou-se pela primeira vez na necessidade de “reestruturação” olhando para algumas províncias que estavam passando por dificuldades, sobretudo, na Europa e América do Norte.
Aos poucos, especialmente com o Capítulo Geral de 1997, o conceito é ampliado, acrescentando-se a realidade da “reconfiguração” não mais como forma de socorro às Unidades em crise, mas em decorrência do fortalecimento da missão, para que a Congregação pudesse enfrentar de forma mais decidida os desafios da Pós-Modernidade, renovando a sua vida pela conversão pastoral e carismática.
Antes disso, a Congregação havia sido estruturada em Conferências. Algumas delas, como a da América Latina e Caribe e da América do Norte deram passos concretos na reconfiguração, com a integração de suas unidades.
Na América Latina e Caribe, por exemplo, em vez de 23 (Vice) Províncias e Missões originais foram criadas sete Unidades Reconfiguradas; na América do Norte foram criadas quatro Unidades.
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Em algumas regiões que possuem uma realidade cultural e religiosa diferenciada, optou-se não pela reconfiguração das Unidades, mas pela criação de “Federações de Províncias” que desenvolverão algumas atividades em comuns, mantendo a realidade de províncias.
Nas Unidades já reconfiguradas algumas dificuldades, como era de se esperar, já apareceram, mas um tempo de acomodação será necessário para que os desafios possam ser vencidos.
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Fonte: Instituto Histórico Redentorista
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