Em 25 de janeiro de 1959 o Papa João XXIII, para surpresa de todos, anunciava o seu desejo de, entre outras medidas renovadoras, convocar um Concílio Ecumênico para a Igreja. O último concílio tinha acontecido no Vaticano, em 1870, época difícil em que acontecia o processo de unificação italiana o que levaria à perda dos remanescentes Territórios Pontifícios. Foi o Vaticano I que nos legou a proclamação do dogma da Infalibilidade do papa em questões “ex-catedra”.
Depois de uma intensa fase de preparação que envolveu não apenas as igrejas locais, como também as universidades e outros organismos, o Concílio foi aberto no dia 11 de outubro de 1962, portanto, há 60 anos. Leia MaisA influência do Concílio Vaticano II na pastoral redentoristaRedentoristas de São Paulo: a missão antes do Concílio Vaticano II
Antes do Concílio
O eminente moralista redentorista de origem alemã Pe. Bernhard Häring foi convidado pelo papa já antes da realização do concílio a integrar a Comissão Central responsável pela preparação dos textos a serem usados nas diversas sessões do concílio que se desenvolveriam entre 1962 e 1965.
Informações indicam que a atuação do Pe. Häring destoava dos demais membros desta comissão por ser ela marcada por uma visão teológica conservadora que precisava ser superada. Suas ideias mais “abertas” não seriam facilmente aceitas.
Durante o tempo do concílio o Pe. Bernhard Häring foi ouvido como perito em diversas comissões e subcomissões. Sua visão teológico-moral impactada pelo conceito de abertura e benignidade pastoral marcaria a composição de vários documentos importantes. Fora isso, com frequência era convidado a participar de conferências com bispos.
As questões chaves e as discussões do concílio foram também objeto de publicações na imprensa local e mundial, entrevistas no rádio e na televisão. Num tempo em que ainda não se notava a presença mais forte da Igreja nos Meios de Comunicação ele se tornou bastante conhecido pela sua atuação nestes meios.
Durante o Concílio
A partir do momento em que os trabalhos do concílio foram sendo concluídos e os primeiros documentos publicados percebeu-se a sua contribuição imprescindível. No decreto sobre a Formação Sacerdotal (Optatam Totius), por exemplo, é dele a afirmação de que o estudo da Teologia Moral deve estar intimamente ligado aos estudos das Sagradas Escrituras.
Durante a redação da Constituição Apostólica Gaudium et Spes que destaca os desafios da Igreja em meio às alegrias e tristezas de nosso tempo, Pe. Häring foi o secretario de sua comissão de redação influenciando a redação das seções sobre o matrimônio e família, cultura e política, paz e justiça.
A expressão “sinais dos tempos” que percorre todo o documento é de sua autoria, sendo assumida por Paulo VI como um conceito chave de todo o concílio e da vida posterior da Igreja.
Graças à iniciativa do Pe. Häring pela primeira vez na história as mulheres foram envolvidas na produção de um documento conciliar, no caso, na Constituição Apostólica Gaudium et Spes, um dos documentos centrais dos textos conciliares.
Marcas redentoristas do concílio
Chamado primeiro como consultor e depois como perito pelo papa João XXIII e confirmado pelo Papa Paulo VI, graças ao Pe. Häring se nota a marca redentorista em vários textos conciliares cuja redação, assim como todo o trabalho do concílio, foram marcados pela forte tensão entre a abertura e a conservação da Igreja. Os integrantes da primeira frente defendiam a abertura da Igreja para o seu “aggiornamento”, com uma visão mais pastoral do concílio. A segunda posição era marcada por uma visão de conservação ou de defesa da fé. Ainda bem que a primeira prevaleceu!
Esta mesma tensão existente no concílio ainda marca a atualidade da Igreja no pontificado de Francisco.
Em 1997, o Capítulo Geral realizado em West End, nos Estados Unidos reconheceu o contributo do Pe. Häring ao declarar a excelência do serviço acadêmico e pastoral que ele prestou no campo da Teologia Moral e o dever de gratidão que nossa Congregação e a Igreja tem para com ele.
A Rádio Aparecida e o Concílio
Em 1962 a Rádio Aparecida promoveu em todo o Brasil uma campanha de orações e de apoio ao Concílio Vaticano II. Os ouvintes deveriam mandar cartas e telegramas à emissora de Nossa Senhora falando de seu apoio e de suas preces. Em poucos meses a Rádio Aparecida recebeu mais de 120 mil cartas e telegramas. Dom Antônio Ferreira de Macedo, arcebispo coadjutor de Aparecida, participante do Concílio, levou a Roma a notícia da feliz realização.
Imaculada Conceição na Congregação Redentorista
O culto da Imaculada Conceição se inscreve na espiritualidade da Congregação do Santíssimo Redentor.
O mistério da encarnação de Jesus
Na simplicidade da manjedoura de Belém somos chamados a mergulhar no mistério de nossa humanidade.
41ª Romaria dos Familiares Redentoristas 2023: uma só família
Encontro dos familiares dos missionários redentoristas, momento de grande confraternização e troca de experiências.
Boleto
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.