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Amor em tempo de coronavírus

Escrito por Redentoristas

21 ABR 2021 - 11H25 (Atualizada em 21 ABR 2021 - 12H01)

O título desta reflexão foi retirado do romance de Gabriel García Marquez, "O amor nos tempos do cólera".

Existem tantas doenças terríveis que foram, como esta que estamos enfrentando agora, a Covid-19, como a Peste Bubônica, Hanseníase, Cólera, Febre Amarela da Varíola, Febre Tifóide, Tuberculose, a pandemia da AIDS, Ebola, e cada uma dessas doenças deixou milhares de pessoas mortas.

A medicina, como praticada em épocas anteriores era, até então, tão primitiva e ineficaz para controlar ou curar as doenças.

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Este é um momento muito difícil para todos nós.


Esses são os
terríveis pesadelos que são evocados nas partes mais sombrias de nossas mentes e almas. A maioria dessas doenças foi eliminada e surgiram medicamentos que salvaram milhões de vidas. Essa é a nossa esperança; que os mais brilhantes pesquisadores médicos irão isolar, entender e encontrar tratamentos que funcionem e vacinas que possam nos proteger no futuro. Deus abençoe o nobre trabalho desses pesquisadores e médicos, enfermeiras e todos os profissionais médicos que estão lá nas trincheiras com os mais doentes entre nós. Qualquer sacrifício que devemos fazer, numa auto-quarentena, não alcança os sacrifícios que estão fazendo.

Somos feitos para ficar juntos. "Não é bom que o homem esteja sozinho", observou Deus no segundo capítulo de Gênesis. “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles”, proclamou Jesus. Está escrito na parte mais profunda do nosso DNA e de nossas almas. Deus é Trindade, o dinâmico relacionamento amoroso entre as três pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito. Somos feitos nessa imagem do amor dinâmico dos Três em Um.

Leia MaisRepensar o futuro para vivermos melhorO amor que nos faz cuidar A esperança que nos faz ver horizontesA exigente tarefa do amor humanoOs Dez Mandamentos foram dados por Deus como um roteiro para um povo recentemente libertado da brutalidade de 400 anos de escravidão. Os mandamentos ensinaram ao povo de Israel como viver em comunidade. Nós somos o povo de Deus, pertencemos um ao outro e um ao outro.

Um evangelho dominical recente, quando muitos de nós não podiam estar na missa, era sobre uma mulher que foi evitada, isolada, a mulher samaritana no poço. A história é enganosamente simples, mas carregada de poder. São João diz simplesmente que Jesus estava viajando para Jerusalém e passou por Samaria.

Sou muito grato pelo mês sabático que fiz há alguns anos na Terra Santa. A geografia não muda muito ao longo dos milênios. Pois atravessar a Samaria não era a rota preferida para ir a Jerusalém da Galileia. A rota preferida seria descer as montanhas, desde Nazaré, Caná, Monte Carmelo até o mar Mediterrâneo. A bela cidade de Haifa é uma moderna cidade portuária no mar Mediterrâneo.

Logo ao sul de Haifa estão as ruínas de Cesareia Marítima, uma cidade que o rei Herodes construiu para os romanos. Tudo ali foi surpreendentemente bem preservado. Tinha um anfiteatro com vista para o Mar Mediterrâneo e ainda é usado para shows. Havia um hipódromo, como o da famosa cena de corrida de carros em Ben Hur. Existem as ruínas de um palácio, um aqueduto romano. Tem uma coluna com o nome de Pôncio Pilatos gravado nela. Pilatos provavelmente morou nesta cidade. Havia uma estrada bem percorrida do litoral até a cidade de Jerusalém.

De acordo com o Evangelho de São João, os samaritanos eram desprezados pelos judeus piedosos "porque os judeus não tinham nada a ver com os samaritanos". Eles os consideravam mais pagãos do que outros judeus.

O líquido mais precioso do Oriente Médio não é o petróleo, mas a água. A civilização foi desenvolvida em torno do acesso à água. Um poço era essencial para a vida. Era um local de encontro, especialmente para as mulheres. Tirar água era "trabalho de mulheres". Elas costumavam se reunir antes do amanhecer, para tirar água para suas famílias. Era um lugar de conversa da comunidade. O trabalho era duro, e era melhor fazê-lo antes que o calor do dia o tornasse insuportável.

A mulher samaritana chegou ao Poço ao meio-dia. Por quê? Ela foi evitada pelo resto das mulheres da vila por causa de seu passado irregular. Aprendemos na conversa com Jesus que ela teve cinco maridos e estava morando com outro homem. Jesus conversa com ela com amor. Ele restaura seu valor e dignidade, com algumas palavras gentis e compassivas. Ela se torna a primeira evangelista, proclamando: “Venha ver um homem que me contou tudo o que eu já fiz. Ele não poderia ser o Messias?". Uma mulher, isolada, evitada, marginalizada, é curada pela bondade.

As notícias do Coronavírus têm sido continuamente ruins. É difícil para nós manter o equilíbrio interior. Muito do apoio e alegrias de nossas vidas foram retirados. Estamos nos "distanciando socialmente" um do outro para nos protegermos. Este é um momento muito difícil para todos nós.

Eu intitulei esse artigo "Amor em tempos de coronavírus", porque no "hino ao amor" de São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios 13, ouvimos dizer que "o amor é paciente". Muitos de nós não são bons em paciência. Eu não sou. Paciência vem do verbo latino que significa sofrer. Paciência é a capacidade de sofrer com dignidade, com as outras virtudes sobre as quais Paulo escreve no mesmo hino, bondade, gentileza, perdão, tolerância, tudo suportando todas as coisas.

Sejamos pacientes uns com os outros durante esses tempos, em casa e em qualquer lugar. Senhor, ensina-nos a amar durante este momento mais difícil.





Fonte: Pe. John McKenna, C.Ss.R./Blog CSSR News.

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