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Capelas Noturnas de Santo Afonso

Fundador da Congregação Redentorista era adepto do “Apostolado de Rua”, onde pregava de forma livre aos mais necessitados

Escrito por Natan Gomes

23 MAI 2025 - 11H26 (Atualizada em 26 MAI 2025 - 12H00)

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Quando Santo Afonso foi ordenado diácono em 1726, ele passou a propagar a Copiosa Redenção com grande sucesso, viajando pelo Reino de Nápoles para pregar entre os mais pobres.

O santo passou por locais onde nunca teria colocado os pés anteriormente, como membro da nobreza napolitana. Entre os menos favorecidos, ele encontrou pessoas bondosas que sabiam suportar a dor por meio da fé.

Imerso nessa nova realidade, ele então passou a adaptar sua linguagem de maneira a torná-la acessível aos analfabetos da região, iniciando assim o carisma carregado pelos missionários redentoristas até os dias atuais.

Apostolado de Rua

O então padre Afonso passou a desenvolver seu Apostolado de Rua com seus amigos seminaristas, sacerdotes e leigos. Devido ao crescente número de pobres buscando a Catequese, o grupo teve a ideia de reuni-los ao ar livre em algum lugar adequado.

O grupo passou a se reunir na praça do Convento de Santa Teresa degli Scalzi, mas os frades não gostavam da aglomeração e do barulho, então tiveram de se mudar para Piazzetta della Stella, onde havia um Convento dos Mínimos.

Certa noite de pregação, durante uma conversa com os padres sobre penitência, trouxeram o caso de um homem que havia interpretado mal esse conceito — Ele estava comendo apenas vegetais, consequentemente ficou fraco e não conseguia mais sustentar sua família.

Um dos padres que auxiliavam Santo Afonso durante seu apostolado de rua, explicou como as penitências deveriam ser entendidas e ainda brincou: “Se lhe derem costelas, coma-as e agradeça a Deus pois elas são boas para você!”.

Os frades, seguidores do movimento jansenista, ao ouvirem essa conversa, ficaram desconfiados e informaram ao bispo sobre uma “seita das costelas”. Como as autoridades locais desconfiavam de qualquer reunião por medo de algum tipo de revolução, acabaram por prender dois participantes, mas que logo foram soltos devido ao respeito que as autoridades tinham a Santo Afonso.

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Jovem Santo Afonso em seu apostolado de rua com famílias pobres


Início das Capelas Noturnas

Devido aos problemas que as reuniões estavam causando, Afonso viu que a melhor opção seria cada um se reunir em seu bairro, nos seus ambientes de trabalho. O Apostolado de Rua havia gerado frutos e vários leigos já eram capazes de liderar grupos por conta própria.

Os padres, que atuavam como assistentes, circulavam entre os grupos para auxiliá-los. Os grupos liderados por leigos também utilizavam um manuscrito de Santo Afonso chamado “Máximas Eternas”, antes mesmo de sua publicação como livro, sendo a base para a pregação.

As reuniões, antes feitas na rua, passaram a ser realizadas nas casas e nos locais de trabalho dos leigos. Há o relato de um cliente que estava aguardando sua vez no barbeiro quando viu várias pessoas entrando na sala dos fundos. Ao segui-las, encontrou pessoas orando diante de um pequeno e simples altar.

Com o crescente movimento, as casas e estabelecimentos não comportavam mais os fiéis. O cardeal arcebispo de Nápoles, Spinelli, ao saber disso, disponibilizou várias capelas espalhadas pelo reino para as reuniões e momentos oracionais dos grupos.

Assim, as reuniões passaram das casas para as capelas e, como aconteciam quase sempre a noite, foram chamadas de “Capelas Noturnas”.

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Santo Afonso visitando uma Capela Noturna

Desenvolvimento das Capelas Noturnas

Santo Afonso deixou de frequentar as Capelas Noturnas em 1732, quando saiu de Nápoles para fundar a Congregação Redentorista, mas sempre que possível, pedia informações e até as visitava esporadicamente.

Os frutos duraram muito tempo e as capelas continuaram abertas e se desenvolvendo até 1848, quando foram proibidas por conta das revoluções. Em 1894 elas se recuperaram e passaram a somar mais de 30 mil participantes.

Entretanto, o movimento antes carismático e espontâneo se tornou institucionalizado e formalizado, com os padres que antes atuavam como assistentes, tornando-se líderes.

Já no leito de morte, Santo Afonso recebeu a visita de um grande amigo de Nápoles, que contou a ele sobre o grande sucesso das Capelas Noturnas, onde até mesmo cocheiros se tornaram santos.

Afonso, mesmo no final de sua vida, irradiava felicidade com a abundância da Redenção que pôde proporcionar aos pobres.

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Fonte: santalfonsoedintorni.it

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