Existiu em Roma uma igreja muito antiga, construída provavelmente no século V d.C. Ela se abria para a atual Via Merulana, onde hoje está a Casa Geral da Congregação Redentorista, no cruzamento com a Via Alfieri, mais ou menos onde hoje está o jardim interno da casa.
Bem localizada entre as basílicas papais de Santa Maria Maior e São João de Latrão, sua fundação é tradicionalmente atribuída ao Papa Cleto. Mais tarde, a igreja seria reconstruída no pontificado do Papa Pascal II, que a consagrou em 25 de março de 1110, sendo acompanhado por 07 cardeais na celebração, e novamente reedificada no pontificado do Papa Inocêncio II, em 1212.
O mais antigo catálogo das igrejas romanas preparado por Censio Camerário destaca que, no final do século XII, ao seu lado, foi também construída uma hospedaria, entregue aos cuidados dos membros da Ordem de Santa Cruz.
Essa hospedaria, a princípio, tinha a finalidade de abrigar os familiares dos papas que naquele tempo moravam no Palácio Apostólico, ao lado da Basílica de São João de Latrão. Em 1575, quando o Papa Gregório XIII abriu uma ampla via que ligava São João de Latrão a Santa Maria Maior, o pórtico da igreja precisou ser modificado e sua planta foi redesenhada.
Em 1477, por determinação do Papa Sisto IV, a igreja de São Mateus foi entregue aos cuidados dos eremitas de Santo Agostinho, que para lá levaram o venerando ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Entre as peripécias sofridas pelo ícone, ele se tornou propriedade de uma família que, depois de muitas dúvidas e dificuldades, no dia 27 de março de 1499, entregou o ícone à igreja de São Mateus, onde voltou a ser venerado pelos fiéis e ali operou milagres na vida de muitos que a ele acorriam.
No dia 02 de julho de 1566, os cuidados da pequena igreja e do precioso ícone passaram para os Agostinianos Irlandeses, que cumpriram muito bem sua missão, até que dali foram expulsos em 1798, durante a ocupação francesa. A igreja então ficou abandonada e devastada até ser demolida um ano depois, em 1799.
Antes de sua destruição, a pequena igreja tinha uma única nave, com três altares que conservavam diversas imagens sacras; no piso havia vários motivos sepulcrais. A igreja também conservava diversas relíquias, transferidas depois a Santa Maria Maior. Hoje, vários mármores originários de São Mateus também estão no claustro da Basílica de Santa Maria Maior.
Com a destruição da igreja de São Mateus, o ícone foi levado para a Igreja de Santo Eusébio e, mais tarde, em 1819, para a igreja de Santa Maria, em Postérula. Nessa igreja, a devoção principal era Nossa Senhora das Graças e, com isso, o ícone foi colocado em uma capela interna do convento, acabando por ficar bastante esquecido.
Nesse período, um irmão agostiniano chamado Agostino Orsetti, que conheceu o ícone na igreja de São Mateus, sempre falava aos coroinhas sobre o ícone milagroso de Nossa Senhora, buscando fazer com que o ícone não fosse esquecido totalmente.
No século VI, São Mateus havia perdido a condição de igreja titular em favor da igreja de Santo Estevão, localizada no Monte Célio. O Papa Leão X devolveu o título cardinalício à igreja, até que em 1801, o título foi novamente suprimido em favor de Santa Maria da Vitória.
Hoje, a igreja Santo Afonso, Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, é titular e o seu atual ocupante é o inglês Vincent Gerard Nichols, arcebispo de Westminster.
A localização da Casa Geral da Congregação e da igreja Santo Afonso são razões que motivaram o Superior Geral a pleitear a entrega do ícone milagroso, depois que sua residência foi construída justamente sobre as ruínas da igreja São Mateus.
Em 1863, uma pregação do padre jesuíta Francesco Blosi, intrigou os redentoristas, ao dizer que ali havia sido venerado um ícone de grande devoção de Nossa Senhora. Nessa época, o redentorista padre Marchi, que havia sido um dos coroinhas do irmão Agostino recordou a história ao Superior Geral da congregação, padre Nicolau Mauron.
Com o conhecimento da história de fé e devoção a Mãe do Perpétuo Socorro, o Superior solicitou ao Papa Pio IX que o ícone voltasse para o lugar onde esteve alicerçada a igreja de São Mateus. O Papa concedeu a licença e o ícone voltou a ser venerado na agora igreja de Santo Afonso, bem próxima do lugar onde existiu a igreja de São Mateus.
No dia 26 de abril de 1866, uma procissão comovente conduziu o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que foi entronizado na igreja de Santo Afonso e pode então ser novamente venerado publicamente.
Passados tantos anos, a história da igrejinha de São Mateus e a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ganham o mundo e somos nós os chamados de agora a continuar essa história.
add_box Conheça a história do ícone milagroso de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Fonte: Instituto Histórico Redentorista
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