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O testemunho final de São Geraldo Majella

Em 16 de outubro, dia de São Geraldo, recordamos a fé inabalável desse Santo Irmão Redentorista que se entregou totalmente a Deus

Escrito por Natan Gomes

16 OUT 2025 - 12H00 (Atualizada em 16 OUT 2025 - 14H33)

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Padre Gaspar Caione esteve ao lado de São Geraldo Majella durante os últimos 15 meses de sua vida e foi responsável por registrar as memórias do Santo Irmão Redentorista a pedido do próprio Santo Afonso Maria de Ligório.

Parte de seus últimos momentos consta no livro A Maravilhosa História de São Geraldo Majella, escrito pelo Missionário Redentorista Pe. Nicola Ferrante.

De acordo com o livro, após um breve período de aparente melhora, a doença que afligia São Geraldo retornou com força, trazendo febre, palidez e extrema fadiga.

Ciente de que os remédios humanos eram ineficazes, ele se entregou completamente à vontade de Deus, afirmando: "Meu médico, Jesus Cristo quer que eu sofra, e nada mais é necessário".

Ele aceitava as ordens médicas com um sorriso, e afirmava que ter perdido o paladar era graça divina, pois como os alimentos tinham o mesmo gosto, era um sinal de seu desapego do mundo.

Segundo Padre Caione, que acompanhou Geraldo no fim de sua vida, o único pensamento do Santo Irmão Redentorista era "dar livre curso àqueles desejos ardentes e excessivos que sempre tivera de sofrer algo por Deus".

Geraldo havia pedido a Nossa Senhora a graça de "morrer ou de viver em constante martírio", e em seu leito, seu corpo se tornava reflexo da agonia de Cristo no Calvário, e de seus lábios escapava o mesmo lamento de Jesus: "Pai, se for possível, afasta de mim este cálice".

A um Padre que o visitava, Geraldo confessou a natureza de seu sofrimento: "Estou sempre dentro das chagas de Jesus, e as chagas de Jesus estão dentro de mim. Sofro continuamente todas as dores, todas as dores da Paixão de Jesus Cristo".

Humildade, obediência e caridade no leito de morte

Apesar de sentir fortes dores, a maior preocupação de Geraldo era o incômodo que causava aos outros.

Seu desgosto em tomar remédios era vencido apenas pela palavra "obediência", que o fazia superar qualquer resistência.

Mesmo quando suas forças o abandonaram, dons maravilhosos se manifestaram. Um perfume delicado emanava de seu corpo, impregnando o quarto e os corredores, guiando os numerosos visitantes que vinham de toda parte para vê-lo.

Ele recebia a todos com um sorriso, consolando-os e, muitas vezes, antecipando suas necessidades antes mesmo que falassem.

Sua serenidade e bom humor permaneciam intactos, sempre com uma palavra gentil ou uma piada que aliviava a tensão do ambiente.

Um episódio marcante foi a visita de um jovem lavrador, tímido e ingênuo, que ficou fascinado por um cravo no quarto.

Comovido pela simplicidade do rapaz, Geraldo o convidou a tocar o instrumento. Embora o jovem nunca tivesse tocado antes, uma música preencheu o ambiente, com seus dedos se movendo sozinhos sobre as teclas. Esse episódio foi considerado um prelúdio para a partida de Geraldo para o céu.

A passagem para a eternidade

Na véspera de sua morte, arpejos celestiais foram ouvidos, como coros de anjos aclamando sua chegada.

Compreendendo o chamado, na manhã de 15 de outubro, Geraldo anunciou sua morte ao carpinteiro Filippo Galella: "Hoje os Padres estão fazendo uma recreação para Santa Teresa, amanhã farão outra para mim... Porque eu vou morrer na noite que vem".

Ele passou suas últimas horas em oração, com o olhar fixo no Crucifixo.

Pediu ao seu amigo médico, Dr. Santorelli, que ficasse com ele. No entanto, ele foi deixado só, pois o médico não acreditou que o fim estivesse tão próximo.

O Senhor permitiu isso para que seu servo o imitasse fielmente até o fim.

Mesmo em seu leito de morte, realizou um último milagre. Ao receber a notícia de que um forno de cal para a construção de um santuário havia desabado, ele enviou um pouco de pó do túmulo de Santa Teresa, que, aspergido sobre a estrutura, a manteve intacta contra todas as expectativas.

À meia-noite, com os olhos fixos no crucifixo, Geraldo entregou sua alma a Deus. Sua morte foi serena, um suspiro final que marcou o fim de seu martírio terreno e o início de sua vida eterna.

Seu rosto, antes marcado pela dor, tornou-se sereno, e o perfume que emanava de seu corpo se intensificou, confirmando a santidade de sua vida e morte.

Ele deixou para seus irmãos não a dor da perda, mas a certeza de ter um novo protetor no céu e um modelo de santidade a ser imitado na terra.

add_box A devoção popular a São Geraldo Majella

Fonte: Storia Meravigliosa di San Gerardo

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