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O evangelho que inquieta

A transformação do mundo depende do anúncio do evangelho que é de justiça, paz, fraternidade e vida

Escrito por Secretariado Vocacional Redentorista

24 OUT 2022 - 07H00 (Atualizada em 24 OUT 2022 - 09H42)

arquivo pessoal

O projeto de Jesus Cristo e o seu Reino continua sendo uma proposta encantadora para quem deseja viver uma vida na liberdade e realização dos anseios mais profundos do coração humano. Conhecer a Cristo, através da vida de oração, comunidade, sagradas escrituras é descobrir a possibilidade de viver diferente. O Senhor continua inquietando corações. Esse é o primeiro passo para iniciarmos o acompanhamento vocacional: Sentir o coração inquieto, o desejo de ser bem mais, doando a vida por uma causa.

Hoje temos muitos desafios para o jovem que deseja viver essa missão, mas o que seria da vida sem desafios? A entrega de si para uma missão tem que realmente ser o abrir mão de algo por ter encontrado um tesouro bem maior. Nas Palavras de Santo Afonso, nosso fundador, “É preciso deixar tudo para ganhar Tudo”.

Vivemos em tempos em que o individualismo, egoísmo, indiferença gritam forte. Poucos querem pensar em um sonho comum, ou encontrar a realização no doar-se de forma desinteressada pelo bem do outro. Tantas vezes já escutei a pergunta: Escolheu ser missionário por qual motivo? E quando respondo que para dedicar-me às pessoas, logo sou interrompido: Médico também dedica - se às pessoas. Poderia ajudar de outras formas! Há uma diferença essencial que muitas vezes passa despercebida para quem não compreende a lógica do Evangelho. A consagração religiosa nos coloca por inteiro para o outro. O padre não é por horas. É todo e toda hora! E quem realmente vive uma experiência de chamado não contenta - se em ser um pouco de Deus. Deseja ser todo, e diante das limitações humanas sente que esse todo que podemos oferecer ainda é pouco diante de tanto amor.

Leia MaisDiálogos: "Juventude por onde andas?"Caminhos de Juventude - Sonhos e EscolhasCaminho e juventude - atentos aos sinais do tempoFacilmente os jovens acabam sendo iludidos pela mentalidade que inibe o projetar a via além. É o imediatismo das realizações urgentes, acentuado pela facilidade tecnológica de buscas e respostas rápidas. Parece que já não é tão encantador dizer que o caminho se faz caminhando quando na verdade o desejo é do caminho pronto. Tentação do nosso tempo! Não satisfazer -se com o superficial. Descobrir-se bem mais e ir em busca do que realmente preenche e oferece sentido ao existir.

Diante desses desafios o alargar do coração para sentir as dores do mundo, fazer experiência singular de amar de forma autêntica, compreender que o Senhor quis necessitar de nós para continuar o seu projeto. Quanta alegria reside no descobrir que somos chamados por Ele. Já pensou quantas pessoas só irão poder conhecer a Jesus e também descobrir sua vocação se você der seu sim? É preciso cultivar uma intimidade profunda com o Senhor que nos inquieta a cada dia rompendo com nossas seguranças e tudo que nos prende em nós mesmos para viver uma história de amor escrita através de encontros com as pessoas que somos enviados, especialmente aos pobres mais abandonados como nos interpela nosso carisma redentorista. Romper com a indiferença que congela o coração, isola, e muitas vezes conduz a uma fé descomprometida.

A transformação do mundo depende do anúncio do Evangelho e na continuidade do Reino de Deus que é justiça, paz, fraternidade e vida. Para isso, é preciso de missionários audazes que apaixonados por esse estilo de vida do Cristo pobre, obediente e casto, assumem com prontidão a missão.

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Coração Missionário


Concluímos a reflexão com um poema escrito pelo Pe. Marcos, inspirado pelo Evangelho Lc 14, 25-33.

Evangelho que inquieta.

Ele nos pede para a cada dia arriscar... Por amor! Arriscou-se ao assumir um corpo, viver o divino sendo humano. Quanto risco ao assumir a pobreza que priva e dói!

Arriscou ser incompreendido, e foi. Motivo? Simplesmente por desejar amar. Não desanimou. Que falem! Amou pecadores, prostitutas, leprosos, os sem vez e sem voz, arriscando sua imagem. Arriscou sua paz.

Assumiu o risco de vida para ser fiel, justo e obediente. Viveu de riscos. Viveu com coragem. Calculou as consequências da sua missão. Sabendo dos grandes perigos, inclusive de vida, sentiu um amor maior que o medo, a fraqueza e a tentação de desistir.

Isso que Ele nos pede: Arriscar! Arriscar viver diferente, romper com lógicas mundanas, estruturas que aprisionam, ilusões que atrofiam. Calcular as consequências do seguimento, tomar consciência, e mesmo assim, contagiados pela loucura de amar, entregar-nos a esse projeto como Ele fez. Sabe quanto custa seguir Jesus?

Custa abandonar um modelo de vida! Quer arriscar? O caminho começa amando, tomando a cruz e seguindo. E o olhar...Apenas N'Ele. Em ninguém mais.


Pe. Marcos da Silva Santana, C.Ss.R

Juazeiro – BA

Pároco e Superior da Comunidade

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