Na Quaresma, somos chamados à nos voltarmos para nosso deserto interior e ali no encontrarmos com o Senhor. Um tempo de intenso jejum, oração e penitência.

Ao longo das semanas quaresmais, somos convidados a refletir sobre os pilares da conversão, da oração e do jejum. Neste tempo, relembramos os quarenta anos do povo de Deus da libertação da casa da escravidão (cf. Ex 12, 37-42) e também os quarenta dias de Jesus no deserto (cf. Mt 4, 1-2).

Eduardo Gois/A12

Não devemos ter medo de encontrar o Senhor no mais profundo do nosso ser

Aprendemos com Jesus que é preciso, em certos momentos, nos retirarmos para orar (cf. Mt 17,1; Mc 6,46; Lc 5,16) e nos encontrar novamente com Deus, pois só assim teremos força para a missão.

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É na solidão, no deserto interior, no mais profundo de nossa existência que conseguimos encontrar o Autor da Vida. Quando aceitamos e perdoamos nossas sombras; quando olhamos para nosso interior e voltamos nossos olhares aos céus (cf. Sl 123,1-2), este é, então, o momento em que nos encontramos realmente com o Senhor, pois Ele vem em nosso auxílio, vem nos socorrer, nos perdoar, vem falar conosco.

Não tenham medo de encontrar o Senhor

Não devemos ter medo de encontrarmos a nossa própria escuridão, de encontrar o Senhor no mais profundo do nosso ser. É a partir deste encontro, do momento em que aceitamos as nossas sombras, que conseguimos realmente nos encontrar com o Mestre. E Ele, sendo o Bom Pastor, também vem ao nosso encontro (cf. Sl 27,1). Ao entregarmos ao Senhor nossas sombras, Ele as transformará em luzes para nossos passos (cf. Sl 23,4).

A experiência do deserto ajuda o cristão a se encontrar mais intimamente com o Senhor. Não é apenas na Quaresma, ou em um retiro espiritual que devemos nos voltar para o deserto interior, mas constantemente devemos olhar para nós mesmos e perceber que nossas sombras precisam ser perdoadas, que nós precisamos da misericórdia, para assim nos encontrarmos com o Senhor que habita em nossa essência.

 Juniorista.