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Santa Joana de Portugal
Localização: Portugal

Joana, nascida no ano de 1452 em Lisboa, Portugal, era a filha primogênita do rei D. Afonso V, da Casa de Avis, e da rainha D. Isabel. Seu nome vem da devoção da mãe a São João Evangelista. Recebeu ótima educação religiosa e humanística, sendo muito querida pelo pai, bela e graciosa, de temperamento dócil e perseverante. Apresentava grande inclinação religiosa, mas sua formação era direcionada para que pudesse ser rainha.

De fato, com 15 anos, com a morte da mãe, teve que assumir temporariamente encargos governamentais, como Princesa Regente, Herdeira da Coroa de Portugal, pois neste ano de 1471 seu pai partira em expedição militar a Arzila, no Marrocos. Contudo, o nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II, acabou por desobrigá-la, ao menos parcialmente, destas funções.

Por si, desejava e praticava uma vida de penitente, passando as noites em oração. Jejuava com frequência, especialmente às sextas-feiras, usava cilício, e como insígnia real portava uma cora de espinhos.

Dedicava-se à contemplação, leitura religiosa, penitências; cuidava pessoalmente dos pobres que acorriam ao palácio, anotando o nome de cada um, sua condição particular, e o dia em que deveria ser dada a esmola. Amparava também os enfermos, os prisioneiros e os religiosos. A cada Semana Santa, lavava os pés de 12 mulheres pobres, providenciando para elas roupas, alimentos e dinheiro.

Pretendia consagrar-se à vida religiosa num convento. Mas sofreu pressões para o casamento, tanto pelas circunstâncias políticas de sucessão ao trono quanto por sua beleza, personalidade e alta formação. Recebeu propostas matrimoniais de Carlos VIII da França, Maximiliano da Áustria e de Ricardo III da Inglaterra, recusando veementemente a todos.

Aos 19 anos, conseguiu convencer o pai a permitir sua vida religiosa, como oferecimento a Deus pelas muitas vitórias recentes que o rei havia conquistado, em Arzila e Tânger; ele se convenceu da sua vocação, e Joana entrou no Mosteiro de Odivelas em 1471. Em 1475 mudou para o Convento dominicano de Jesus de Aveiro, na busca de uma regra com disciplina mais austera.

Porém nunca chegou a professar os votos definitivos na vida religiosa, tanto por causa de questões de saúde quanto pelo fato de que permanecia potencialmente como herdeira do trono, chegando a ter que voltar à corte várias vezes. Ainda assim seguia com rigor louvável as regras conventuais e se dedicava aos serviços mais humildes, como verdadeira monja, despojando-se de tudo.

Faleceu em 12 de maio de 1490, amada em vida pelos portugueses por sua santidade, e venerada depois da morte pelos milagres que a sua intercessão obtinha. É padroeira da cidade de Aveiro.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

A sabedoria dos santos os faz perceber quanto é melhor servir a Deus, na humildade e simplicidade, do que viver as honrarias sociais e políticas, quando recebem a vocação de vida religiosa. Naturalmente, a santidade não depende de uma vida num mosteiro, e os muitos santos nobres, reis e rainhas, bem como os de inúmeras profissões e diferentes condições de vida, atestam esta verdade. Mas nunca é fácil a renúncia às comodidades de uma vida legitimamente régia, especialmente numa jovem pessoa com beleza física, personalidade marcante e destacada formação cultural. Por muito menos, somos facilmente tentados a relaxar os deveres da nossa vida espiritual, mesmo no estado leigo… Mas é importante também destacar que, em contraste com o nosso século, paganizado, na época de Joana, numa Europa católica, mesmo a realeza civil sabia inclinar-se à maior nobreza espiritual, preservando assim a correta hierarquia de valores que deve permear qualquer tipo de organização social e política. Tais valores, vindos de Deus e portanto eternos e imutáveis, nunca estão ultrapassados e serão sempre soberanos para as decisões e organização humana. Quando ausentes, constata-se sempre as distorções nas ideias e comportamentos, e os períodos de maior sofrimento para a Humanidade. Não podemos ter medo, assim como Santa Joana, de buscar e viver a regra mais austera, na linha dos valores espirituais e morais, dos quais depende todo o resto das nossas vidas, tanto pessoal quanto comunitariamente: só assim teremos paz e realizaremos o que verdadeiramente nos alegra, e poderemos ser intercessores de bens para os irmãos.

Oração:

Senhor Deus, nosso verdadeiro Pai e Rei, concedei-nos por intercessão de Santa Joana vivermos como ela ao menos o noviciado na realeza da Cruz, preferindo seguir a vocação que na Vossa sabedoria nos levará ao Paraíso do que as qualidades, ainda que legítimas, que possamos ter nesta vida terrena. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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