Na próxima sexta-feira (22), o Brasil entrará em campo contra a Costa Rica às 9h (horário de Brasília), na segunda participação da seleção na Copa do Mundo de 2018. No jogo, que acontece em São Petersburgo, os brasileiros prometem contar com a ajuda de sua Padroeira. As missas rezadas ao longo do dia pedirão pela confraternização entre os povos e culturas presentes no torneio. Além disso, segundo o que foi divulgado pela CBF, a equipe jogará utilizando seu uniforme azul, que possui ligação histórica com a devoção a Nossa Senhora Aparecida.
Menos conhecido do que a tradicional camisa amarela, que acompanha os jogadores desde a Copa de 1954, o fardamento azul que será utilizado no próximo confronto foi adotado oficialmente há 60 anos, no torneio de 1958. Neste ano, o adversário da final do campeonato eram os anfitriões, a Suécia, que também usava amarelo. Por isso, segundo as regras, os brasileiros teriam que usar o uniforme reserva. Acontece que, na época, a seleção ainda não possuía um.
A saída foi contar com a camaradagem dos rivais e aceitar a oferta do uniforme reserva sueco, composto de camisetas azuis e calções brancos. Foram os próprios jogadores que costuraram o distintivo da Confederação Brasileira sobre o símbolo do outro time.
Isso não impediu os mais supersticiosos de acharem que a troca trouxesse azar para a equipe. Para conter o clima, o então dirigente do time, Paulo Machado de Carvalho, incentivou os atletas a jogarem de azul, pois, desta forma, eles estariam vestidos com o manto de Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem acompanhava a comitiva.
Não demorou para que os jogadores se animassem com a comparação e deixassem a superstição de lado. Naquele 29 de junho de 1958, o Brasil venceu a Suécia por 5 a 2 e os jogadores passaram a confiar na bênção da Padroeira também para o time. Para muitos, a camisa cor do manto de Aparecida foi tão decisiva quanto os gols de Vavá e Pelé ou os dribles de Garrincha.
Desta forma curiosa, o uniforme foi oficialmente definido como reserva da seleção.
Reaparecimento - O uniforme da Padroeira não foi utilizado na Copa de 2014, aparecendo pela última vez no torneio de 2010. Na fase de grupos, sua utilização é ainda menos comum. Ela foi usada pela última vez nesta altura da competição em 1994, também contra a Suécia.
Tradição - Até hoje muitos times de futebol deixam na Sala das Promessas do Santuário Nacional as camisas usadas nas partidas que resultaram em títulos nos campeonatos, o que ilustra as duas das paixões dos brasileiros: Nossa Senhora e o futebol. No caso da seleção brasileira, o último ex-voto deixado pela equipe no Santuário foi uma camiseta, entregue após a conquista do ouro nas Olimpíadas de 2016.
Fé e futebol – A relação entre fé e futebol é comum para diversos brasileiros. Entre eles, está o atual técnico da seleção, Tite. Devoto declarado de Nossa Senhora Aparecida e São Jorge, o treinador já foi diversas vezes fotografado no vestiário rezando diante da imagem da Padroeira antes de cada partida.
Recentemente, em entrevista ao Globo Esporte, o conselheiro espiritual do técnico, padre Jeferson Mengali, confirmou o hábito do treinador. “O Tite sempre tem uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no vestiário, deixa uma vela acesa e reza antes e depois do jogo”, conta.
Ainda segundo o sacerdote, uma exigência de Tite durante as viagens da seleção é que o local da concentração seja próximo a uma igreja. Outro costume do treinador é levar sempre consigo uma medalha da Virgem Maria e um terço no bolso. “Isso não é superstição, é um sinal de fé e da religiosidade dele”, esclarece padre Jeferson.
Aparecida em clima de Copa - As orações também são intensificadas durante as missas rezadas no Santuário Nacional. Desde o início da Copa, algumas celebrações incluem petições pelo torneio. Mais do que um pedido pela vitória brasileira, as preces realçam o espírito de cooperação que deve guiar todos os povos.
Além de participar das missas e atividades religiosas, quem visitar o maior templo mariano do mundo durante a Copa pode acompanhar os jogos do Brasil nas televisões localizadas nas Praças de Alimentação do Centro de Apoio ao Romeiro.
Fonte: Santuário Nacional
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