O reitor do Santuário Nacional de Aparecida, padre Eduardo Catalfo presidiu no neste sábado (24) uma missa em memória dos mais de 1,5 milhão de mártires do genocídio armênio.
A data faz referência ao dia 24 de abril de 1915, quando o Império Otomano autorizou a prisão e execução de 250 armênios em Constantinopla, na atual Turquia. A partir deste dia, até 1923, o Governo Otomano perseguiu e assassinou os súditos armênios.
A missa foi concelebrada pelo padre Sebastião César Barbosa, representando o Exarca Apostólico Armênio na América Latina, Dom Paulo León Hakimian.
Estiveram presentes também representantes da Comunidade Armênia de São Paulo, entre eles a Cônsul-Geral Honorário da República da Armênia, Hilda Diruhy Burmaian.
O reitor do Santuário, em sua homilia, destacou que segundo a tradição, a Arca de Noé teria encontrado no Monte Ararat um porto seguro. Por isso, reconhecemos, juntamente com o Papa e a Igreja de Cristo, a beleza da fé que se vive até os dias de hoje na Armênia.
“Hoje fazemos memória aos mártires armênios. Mais de 1,5 milhão de mártires foram sacrificados em 1915. Um povo resiliente, um povo corajoso, mas sobretudo, um povo de muita fé. Um povo acolhedor, um povo aberto à Palavra e a vontade de Deus. Que a Celebração de hoje nos faça pensar que no nosso mundo não deve existir espaço para a tristeza, para a morte, para o genocídio. Nós somos de Deus, Ele deve continuar pastoreando as nossas vidas, as nossas esperanças, as nossas angústias”, explicou.
Aos fiéis que acompanhavam a missa pelos meios de comunicação, Padre Eduardo deixou uma mensagem:
“Nós vivemos tempos difíceis, tempos de luto, tempos de morte. Muitas famílias foram marcadas pela morte, pelo luto, pela dor, sobretudo, pelo contexto atual da Covid-19, mas ainda assim, o Bom Pastor nos lembra que hoje é dia de esperança, hoje é dia de fé, hoje é dia de resiliência e que a memória dos mártires armênios nos faça encontrar, em Deus, nossa verdadeira salvação”, finalizou.
A oração do Pai Nosso foi cantada em armênio para homenagear todos os mortos no genocídio armênio.
Ao final da celebração, padre Sebastião Barbosa leu uma mensagem do Exarca Apostólico Armênio na América Latina, Dom Paulo León Hakimian:
"Agradeço como bispo Apostólico Armênio e como filho de sobrevivêntes do genocídio ao querido e acolhedor povo brasileiro que receberam em suas terras o filhos e netos daqueles que aqui chegaram à procura de paz, trabalho e liberdade religiosa. A data de 24 de abril de 1915 registra a execução dos primeiros armênios, bispos, intelectuais, religiosos e religiosas que foram exterminados numa só noite. Graças a Deus a verdade se impõe e a causa armênia vem ganhando apoiadores ilustres reconhecidos mundialmente. O Papa Francisco reconheceu o massacre dos armênios como o “primeiro genocídio do século XX". Esta missa quer ser uma agradecimento à Santa Igreja e ao Santo Padre, o Papa Francisco, por sua atenção paternal com nosso povo", afirmou a mensagem pedindo justiça e paz aos povos do mundo inteiro e pelo fim da pandemia de Covid-19.
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