Por Santuário Nacional Em Notícias Atualizada em 02 JUL 2019 - 12H17

Reflexão da Jornada Bíblica para o mês de julho

A páscoa dos israelitas - Ex 12,1-14

Neste mês, estudaremos o grande evento da Páscoa, a libertação do povo de Israel do Egito, narrado no livro do Êxodo a partir do capítulo 12,1. Por se tratar de um tema muito especial, no presente artigo, faremos uma explanação introdutória sobre o que é esta festa para a tradição israelita e depois para a cristã.




Nos textos semanais que você encontra no site da Campanha dos Devotos, abordaremos os seguintes textos bíblicos: na primeira semana, a festa dos ázimos (Ex 12,15-20); na segunda, as prescrições para a celebração da páscoa israelita (Ex 12,21-28); na terceira, a partida dos israelitas e a espoliação dos egípcios (Ex 12,35-42); e, por último, a consagração dos primogênitos (Ex 13,1.11-16).

A origem da palavra “páscoa” é muito discutida entre os pesquisadores e várias teorias têm sido propostas. Mas penso que a melhor forma de explicar seja a seguinte: o substantivo hebraico “pesaḥ” é derivado do verbo “pasaḥ” e pode significar “passar” ou “pular” (Ex 12,13.23.27). Na época do Êxodo, cada lar israelita que tinha sangue nas ombreiras das portas foi ignorado por Deus, quando Ele “passou” e derrubou os primogênitos dos egípcios.

A Páscoa consiste na festa celebrada no dia 14 do primeiro mês, 'Abib' (cf. Ex 13,4; 23,15; 34,18; Dt 16,1), mais tarde chamado 'Nisan' (cf. Ne 2,1; Est 3,7). Essa é a maneira como se chamam os meses em hebraico no calendário judaico. A data equivale sempre ao primeiro domingo de lua cheia da primavera no hemisfério norte. Portanto, ela sempre ocorre entre os meses de março e abril.

Essa festa é uma grande celebração realizada na primavera para comemorar a libertação de Israel do Egito, tema frequentemente lembrado em toda a ceia (cf. Ex 12,48-51; 2Rs 23,21). É nessa data que os israelitas realizam o sacrifício da Páscoa para ser comido (cf. Ex 12,11; 2Cr 30,18), como vítima pascal, o “cordeiro da Páscoa” (cf. Ex 12,21; 2Cr 30,15).

A Lei para que se celebre a Páscoa foi instituída dentro da estrutura narrativa da história do Êxodo, na qual o Senhor enviou as pragas contra o Egito para demonstrar seu poder e trazer a libertação dos israelitas da escravidão egípcia (Ex 1–12).

A Páscoa era uma oportunidade para o pai ensinar aos seus filhos a respeito da libertação operada por Deus. De acordo com a prescrição da Lei, durante a ceia, um filho deveria perguntar ao pai sobre qual é o sentido da celebração (cf. Ex 12,26). O pai, não um substituto, tinha o dever de explicar o significado da cerimônia (cf. Ex 12,24; 13,8.14), atualizando-a na realidade presente.

No Novo Testamento, essa tradição será ampliada com a noção de que Jesus é o cordeiro pascal (cf. Jo 1,29.36; 1Cor 5,7; 1Pd 1,18s; Ap 5,12), que como vítima imolada em favor de toda humanidade, nos libertou da escravidão do pecado e propôs uma libertação de todas as opressões e violências da atualidade (cf. Jo 10,10).

 João Claudio Rufino
Biblista

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