Catequese em Aparecida reflete a Copiosa Redenção

Em outro importante momento de fé na tarde desta Quinta-Feira Santa (17), o Santuário de Aparecida convidou os devotos a entenderem melhor sobre o Amor infinito de Jesus por nós a partir da Catequese Missionária, realizada no Altar Central.

Para a jornalista Camila Morais, na Central da Paixão da TV Aparecida, o Padre Ferdinando Mancílio, prefeito de Igreja do Santuário, explica do que se trata este momento de oração e reflexão.

“Primeiro a gente deve mergulhar no mistério de Cristo. A palavra 'catequese' significa mergulhar no infinito e neste mistério. Estamos lembrando a Paixão, Morte e de forma fundamental a Ressurreição do Cristo Redentor nesta celebração catequética, que nos conduz para este mistério da redenção de Jesus”.

A celebração é um grande louvor a Cristo, que se apresentou diante de nossa humanidade na simplicidade. A simplicidade de Belém, do presépio, e a do alto da Cruz, sem poderes, sem riquezas, sem grandeza. O amor se fez criança no presépio, se fez amor doação no alto da cruz. Do início ao fim, estava desprovido dos poderes do mundo, mas não rejeitou o amor da eternidade, simples, humilde, servidor.

“Na noite da Quinta-Feira Santa, começa o julgamento humano de Jesus, que após a traição de Judas, é preso e condenado. Por isso, diante de nós, a imagem do Crucificado. Estamos juntos neste Santuário para celebrar a história de amor, amor sem fim, amor que contagia, alivia as dores, e seu fardo é leve e suave. É o amor de Deus por mim. De tal modo Ele nos amou. De tal modo também devemos e queremos amar”, disse o redentorista ao início da celebração.

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Deus que fez homem

No Altar Central esteve a Santa Cruz, símbolo da copiosa redenção e da transbordante misericórdia do Senhor. Ao contemplar a Cruz, o missionário redentorista Padre Guilherme Dias Viana, fez uma citação de Santo Afonso Maria de Ligório a respeito da Paixão de Cristo. “Gostaria de escrever em baixo de cada crucifixo na Terra: Eis aqui como se ama”.

Foram cantados e refletidos salmos, cânticos e passagens do Evangelho, revelando como nosso coração deve ser sedento de Deus, que nos salva e liberta, pela humildade e pobreza.

“Diante de nós, um ser humano de verdade! Um ser profundamente humano! Os judeus condenaram Jesus e diziam 'Você sendo homem, se fez Deus', mas é bem ao contrário: Ele é o Deus que se fez homem. Permanecer Nele, para dar frutos Dele, frutos do Reino, é o que ouvimos no Evangelho. Qual é o alcance no Evangelho no nosso coração? Será que minhas decisões e planos estão na direção de Deus?

Jesus nasceu pobre e na apresentação Dele no templo, Maria e José ofereceram apenas um pombinho, conforme o costume judaico, a oferta mais barata que existia. Por isso, Jesus disse que aquela mulher que deu uma moedinha está dando muito mais do que aquele que despejou um saco de dinheiro no cofre. O Pobre de Nazaré é o Deus que se fez homem, fez silêncio em seu coração, foi flagelado e Nele colocada uma pesada Cruz, destinada ao maior criminoso em Israel, e ele seguiu em silêncio”, disse o padre Ferdinando em sua reflexão.

O sacerdote também nos faz pensar como foi o sofrimento de Nossa Senhora ao ver seu Filho ser crucificado e ao mesmo tempo a certeza que ela tinha que a missão salvadora deveria ter sido realizada.

“Como é belo o encontro dos dois no Caminho do Calvário! Foi um encontro de amor! Jesus foi crucificado nu e suas vestes foram repartidas. O Pobre de Belém é o mesmo do Alto da Cruz. Aquele que é o Tudo e o Todo, se deixou julgar pelo poder humano!”.

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Portadores da Palavra

Finalizando a reflexão, padre Ferdinando ressaltou que devemos estar vinculados ao Senhor e a Sua verdade.

“O Evangelho é Palavra de Salvação de Jesus, que deu a vida para nós! Ninguém escapa dessa verdade! Chega de ingratidão para com Deus! Rezamos que não queiramos o poder! E que nosso coração se deixe tocar pela Sua Palavra, faça do Evangelho, fonte de vida e salvação”.

O momento de oração nos fez pensar como é a Redenção de Cristo nos dias de hoje, pois como cristãos Ele mesmo nos chama para vivermos na intensidade de seu Evangelho, que é centro da vida cristã. Em nossos dias encontramos pessoas e ideias que excluem o Senhor. Muitos se afastam, e até mesmo abandonam a mensagem da salvação, da realização plena.

“Deus nos aceita e nos acolhe, e nele não há punição, por isso, longe de nós o medo e a angústia. O homem e a mulher da Modernidade encontram nele o alento de que precisam. Nele encontram a vida e o sentido da existência humana. Ele é o Redentor. Ele é nossa redenção”, diz uma das orações recitadas na Catequese.

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Após refletir sobre a ação de Cristo ao abraçar a Cruz para nossa salvação, recebemos a imagem de Nossa Senhora trazida por algumas mães colaboradoras do Santuário.

“Nesta casa de Nossa Senhora, morada de Deus, casa de irmãos, lembramo-nos da Mãe de Misericórdia. Mãe bendita, olhai para todos os que peregrinam nesse mundo em busca de trabalho, de vida e de dignidade, e dai-lhes a esperança. Que a solidariedade humana os ajude a superar as dificuldades e a alcançarem a paz”, disse o Padre Guilherme.

E ao fim da Catequese, entendemos que o testemunho do amor de Cristo, também na morte, nos fortalece na coragem de testemunhar o Senhor ao mundo. E ainda mais: A certeza de que Ele está vivo nos faz viver e crer nele sem cessar.

“Maria, vós sois a imagem do povo fiel de ontem e de hoje, sois a Mãe do novo povo de Deus. Vós que estivestes em pé aos pés da cruz, e foste fiel até o fim, junto de vosso Filho, animai este povo que vos ama, e o faça fiel a Jesus”, proclamou o prefeito de Igreja.

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