Ponto central desta Sexta-feira Santa (29), o Santuário Nacional de Aparecida realizou a Celebração Solene da Paixão do Senhor, um momento de profunda reflexão. A cerimônia reuniu uma multidão de devotos que se uniram em oração e contemplação dos mistérios da Paixão e Morte de Jesus Cristo.
A liturgia da celebração foi marcada por momentos de recolhimento, sob a motivação do missionário redentorista Pe. Jonas Luiz de Pádua, C.Ss.R. O presidente da celebração, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, e os demais sacerdotes, religiosos e ministros entraram em silêncio, reverenciando o altar, enquanto a assembleia se unia em preces, refletindo o sacrifício redentor de Cristo.
Em meio a cânticos, salmos e a narração da Paixão, os fiéis foram convidados a se unir em oração e contemplação, acompanhando cada passo da jornada de Jesus até o Calvário.
Leia MaisReflita as sete últimas palavras de Jesus Cristo na Cruz com o Santuário NacionalMeditação da Via-Sacra: o pedido de perdão pelas mazelas sociais, consequência do pecadoA homilia trouxe reflexões sobre o significado da Paixão de Cristo e sua relevância para a vida dos fiéis:
“Saúdo a todos vocês, queridos irmãos e irmãs, que escolheram o Santuário da Mãe Aparecida, porque a Mãe ficou de pé aos pés da Cruz.
E essa é uma grande graça que nós queremos pedir hoje à Nossa Senhora: permanecermos de pé diante de nossas cruzes, mas também permanecermos de pé diante das cruzes de nossos irmãos e irmãs.
Isso é uma grande caridade, isso é uma grande fé. E permanecer ao pé da Cruz daqueles que não nos amam é um sinal de amizade social”, iniciou Dom Orlando.
O Arcebispo de Aparecida explicou também que, diante da Cruz, devemos pedir a graça de decidir escolher a Cristo:
“É preciso decidir na vida. Jesus decidiu morrer por nós. O que vamos, então, decidir? Primeira decisão: dar adeus aos nossos pecados. Adeus, pecado! Eu fui redimido, eu fui salvo. [Devemos] decidir sermos melhores do que somos!”, ressaltou.
Dom Orlando motivou também a cada um abraçar suas próprias cruzes:
“Abrace a sua Cruz. Porque Jesus abraçou a sua Cruz e, da Cruz, abraçou a todos nós. É preciso abraçar também quem não nos ama. Amizade social. [Existe hoje] muita confusão, muitas brigas, muitas violências e muitas mortes. Decidir amar os crucificados! Mãe Aparecida, ajudai-nos a estar aos pés da cruz dos crucificados!”, rezou.
Por fim, motivou também a rezarmos pelos sofrimentos da sociedade atual:
“E então, diante da Paixão de Jesus, nós nos enchemos de compaixão para com os irmãos, compaixão com os que sofrem nas enchentes, os que sofrem da COVID e milhares que sofrem da dengue, com o câncer, com os presos, com os imigrantes, com as guerras. Compaixão! Amar a Jesus ardentemente, como Ele nos amou. Seguir Jesus fielmente. E é assim que nós vamos ser essas testemunhas do Crucificado e Ressuscitado”, concluiu.
Encerrando a reflexão, Dom Orlando enumerou preces que pediam a conversão dos corações:
• “Jesus, dá-me um coração transpassado pela espada da Palavra”.
• “Jesus, dá-me um coração sensível para as dores, dificuldades de nossos irmãos e irmãs.”
• “Jesus, dá-me um coração amigo que possa chegar à amizade social”.
• “Jesus, dá-me um coração gentil para que eu me relacione bem com as pessoas.”
• “Jesus, dá-me um coração livre do mal. Portanto, um coração bom e um coração puro”.
• “Jesus, dá-me um coração ardente de amor”.
• “Jesus, dá-me um coração pronto para servir.”
Durante a chamada Oração Universal, preces foram elevadas por toda a Igreja, incluindo pedidos de paz, unidade e conversão para o mundo inteiro.
A celebração culminou com a adoração da Cruz e a comunhão dos fiéis, reforçando o vínculo espiritual entre os presentes e o mistério da redenção operada por Cristo.
Dom Orlando agradeceu também a Deus pela Congregação Redentorista, relatando ficar emocionado ao observar a veneração do Santíssimo Redentor pelos missionários. “Continuemos juntos, dando testemunho de unidade. Possamos, como Maria, permanecer de pé aos pés da Cruz!”, concluiu, enfatizando a missão do Santuário Nacional de Aparecida em renovar seu compromisso de ser um local de encontro e profunda espiritualidade para todos os que buscam a vivência autêntica da fé.
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