Por Pe. Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça Em Artigos Atualizada em 06 MAR 2019 - 08H53

Fraternidade e Políticas Públicas: Participemos desta rica campanha



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos propõe neste ano, o tema da Campanha da Fraternidade: "Fraternidade e Políticas Públicas" e o lema: "Serás libertado pelo direito e pela justiça" (Is 1,27). O Texto-Base nos apresenta a contribuição valiosíssima da Doutrina Social da Igreja, fundamentando, com suas raízes na Sagrada Escritura e Sagrada Tradição, as ações pastorais da transformação do mundo em Reino de Deus. Reino do Amor fraterno, da solidariedade, da justiça e da paz.

Nesta esteira, todos os católicos devem seguir a missão e mandato de Cristo de ser "sal da terra" e "luz do mundo". Não se pode ser católico desprezando a Doutrina Social da Igreja, ou seja, o Magistério da Igreja sobre o Bem comum e a destinação universal dos bens, a dignidade humana, o valor e a dignidade do trabalho e o salário justo, a solidariedade, a subsidiariedade, a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até a morte natural, a família, projeto de Deus, sua beleza e missão, os direitos naturais, sociais, a educação para a liberdade, a ética, a política e cidadania, para os valores e deveres. A equidade e a justiça, a contribuição dos princípios e iniciativas cristãs para a iluminação e mudança das realidades e contextos da sociedade para a concretização da civilização do Amor, da economia de comunhão, partilha e fraternidade do Evangelho.

No VER do desenvolvimento temático, temos a realidade do Poder público com os tipos de Políticas Públicas, suas razões e condicionantes diante do nosso sistema econômico. Destaca-se o ciclo das políticas públicas, com a identificação do problema, a sua formulação, a tomada de decisão, a implementação e a avaliação/monitoramento da Política Pública. Também se situa o papel dos atores sociais nesta missão, no espírito de participação e cooperação, com o protagonismo dos jovens em sua elaboração e a colaboração dos movimentos sociais. Ressalta-se a importância da família como destinatária das Políticas Públicas, não só com medidas que afetam a família, mas com uma verdadeira política familiar de Estado.

No JULGAR, iluminam as reflexões, o Antigo Testamento, com o Pentateuco e a legislação do direito e da justiça, o anúncio dos profetas, a sabedoria como educadora da justiça; o Novo Testamento com Jesus e o Evangelho do Reino de Deus, o combate à fome a partir da reflexão da multiplicação dos pães em Marcos, a atenção aos doentes crianças, mulheres e trabalhadores, aprendendo com Jesus a ter compaixão dos sofredores: os Padres da Igreja e o cuidado com os mais vulneráveis; os conceitos de participação, cidadania e Bem comum, com os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja.

No AGIR, a básica proposta da superação da dualidade no campo da fé e da política. Colocam-se a participação ativa da sociedade e os valores fundamentais, nas pastorais sociais, com capacitações, no acompanhamento e formação política, na perspectiva humano-cristã, na Doutrina Social da Igreja, engajamento nos conselhos paritários, na mídia tradicional, internet e mídias sociais, com a colaboração e responsabilidade de todos, educando para o humanismo solidário. São propostas várias pistas de ação, além destas, favorecendo a participação, à cidadania, na visão do Bem comum, com Políticas Públicas que despertem para a cultura do diálogo, dentro da globalização da esperança, gerando a verdadeira inclusão, antenadas ás redes de cooperação, conduzindo à ética e à justiça, produzindo o fruto da honestidade. Acentuam-se o Observatório Social do Brasil, como exemplo para os estaduais e municipais e a Jornada Mundial do Pobre, esclarecendo ao final quem são os destinatários destas ações.

Muito importante é ler o Texto-Base e aplicá-lo, não só durante a quaresma, tempo da Campanha, mas ao longo de todo o ano e como base para a estruturação do trabalho pastoral eclesial na dimensão sócio-transformadora. O Papa Francisco, de forma profunda e profética nos tem convocado insistentemente para esta dimensão essencialmente entranhada na profissão de Fé no Cristo Salvador e libertador integral da pessoa humana. E, sobretudo, na imitação do seu exemplo de humildade, simplicidade, misericórdia, solidariedade, amor que dá a vida, especialmente pelos mais pobres, marginalizados, perdidos e afastados da dignidade do Reino do Pai.

Que o Espírito Santo, pelas mãos de Maria, Nossa Mãe das Graças, ilumine e fortaleça nossos passos e ações nesta missão para a Campanha da Fraternidade que encharque a nossa vida inteira e todo o nosso coração.

Pe Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça
Assessor Eclesiástico da Pastoral da Comunicação e Pastoral Familiar da Diocese de Nova Friburgo – RJ
Membro da Academia Marial de Aparecida e da Sociedade Brasileira de Canonistas

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