O dia litúrgico do ‘Batismo do Senhor’ fecha o ciclo natalino do calendário. Lembra o episódio bíblico narrado em Mateus, Marcos e Lucas, início do ministério messiânico de Jesus ao proclamar em público a sua divindade. Ele é o Filho amado de Deus! O profeta João Batista anunciara a vinda do Messias convidando o povo a se preparar: eu batizo vocês com água, mas o Messias é mais forte que eu. Ele dará a vocês o batismo do Espírito Santo. (Mt 3,11). Sujeitando-se ao batismo penitencial de João, Jesus – Filho amado – aniquila-se e mistura-se em público à descendência maldita de Eva. O Santo dos santos, autor do batismo do Espírito, se faz solidário conosco pecadores. Depois, na sua ressurreição Jesus vence a morte fruto do pecado e na sua morte fomos batizados. Ele deixou à sua Igreja o mandato de batizar e ensinar. Nela o batizado aprende a ouvir o Filho amado: como o único mediador da Graça de Deus para nós. Com a Igreja continuamos na terra a missão do Senhor.
Água é o elemento natural absolutamente indispensável à vida. A água batismal santificada pela força do Espírito na Palavra cria em nós a vida nova: a de Cristo. O sacramento do Batismo é o Portal de entrada no mistério insondável de Deus revelado por Jesus. O ato batismal nos mergulha na natureza divina. Ora, a ação re-criadora de Deus, visível na pessoa de Cristo, passou pela mediação materna de Maria porque Deus assim o quis. O Verbo se aniquilou no seio puríssimo da Virgem, mesmo preparando nele uma morada digna de si. Aí se abrigou o embrião do Filho do Altíssimo: Palavra-carne e luz verdadeira que ilumina todo homem (João, 1). Não há como desconsiderar a participação da Virgem nesse mistério da graça purificadora que nos lava do pecado e inunda nosso viver da luz de Deus. Se nossa regeneração batismal veio do sangue do Cordeiro inocente imolado na cruz restaurando e selando a nova aliança da humanidade com Deus, esse sangue era também elemento biológico herdado de Maria.
Portanto, ela foi a primeira regenerada, a primeira batizada. Deu seu próprio sangue ao Filho antes mesmo do mandato missionário de batizar e ensinar, dado aos apóstolos. Ela também esteve lá com eles na fundação da Igreja, esperando o Espírito Santo prometido. Antes disso, sua vida à sombra do Espírito que a engravidara, se fizera toda obediente na peregrinação da fé. Ela não precisou ser lavada com água ritual como nós. A água do seu corpo materno – no líquido amniótico que envolve e protege o embrião- foi o contato real e misterioso com o autor do seu Batismo. Primeira cristã e missionária, foi sal da terra e luz do mundo antes de nós! Encerrado o ciclo natalino, vão se desfazendo as expectativas do ano novo ao sopro inexorável do tempo que passa, mas o projeto de ser “filhos no Filho” selado em nós pelo Batismo é indelével! E Maria nos acompanha!
Pe. Antonio Clayton Sant’Anna – C.Ss.R
Missionário Redentorista
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