Por Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 27 MAR 2019 - 16H39

Pureza que vê Deus


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Puros e imaculados

Refletimos as palavras do Papa Francisco sobre a santidade em sua exortação apostólica Gaudete et Exultate (Alegrai-vos e exultai). Coincidentemente celebramos a festa da Imaculada Conceição de Maria. Toda pura e imaculada, sem a mancha do pecado original, é feliz: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”. Poderíamos dizer que Maria é a padroeira dessa bem-aventurança, pois a viveu e continua a acompanhar aqueles que a buscam. A pureza não é um oposto a pecados da carne, mas é uma condição para ver Deus em nossa carne: “Meus olhos viram a Deus” (Is 6,3). Pureza é olhar o sol sem piscar os olhos (M.Celeste). A pureza de Maria não vem somente de sua imaculada concepção, mas da permanente visão de Deus em seu coração e em Seu Filho Jesus. E seu Filho a via cumprindo a Palavra: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 21,8). Assim descreve o Papa Francisco: “Esta bem-aventurança diz respeito a quem tem um coração simples, puro, sem imundície. Um coração que sabe amar não deixa entrar na sua vida algo que atente contra esse amor, algo que o enfraqueça ou o coloca em risco” (GE 83). Não se trata de uma pureza moral, mas pureza do coração. Há muitos que não têm quedas na sexualidade, mas têm um coração perverso nas intenções. Deus disse ao profeta Samuel: “O homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração” (1Sam 16,7). Somente quem tem o coração puro pode entender a beleza da sexualidade como doação. Sexualidade não diminui a pureza. Nem a pureza diminui a sexualidade. Ela a eleva na transparência do amor. Só é puro quem ama de verdade.

De onde brota a pureza

O Papa Francisco continua: “É verdade que não há amor sem obras de amor. Essa bem-aventurança lembra-nos que o Senhor espera uma dedicação ao irmão que brote do coração, pois “ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me vale” (1Cor 13,3). “Também vemos, no Evangelho de Mateus, que é ‘o que provém do coração (…) é o que torna o homem impuro’” (Mt 15,18). Nas intenções do coração, têm origem os desejos e as decisões mais profundas que efetivamente nos movem” (GE 85). Como o amor é a fonte e o fim de todas as virtudes, o que qualifica um coração puro é o amor a Deus e ao próximo. Então pode ver a Deus. A visão de Deus na pureza do coração no serviço do amor não cai em certas doenças espirituais que temos visto em muitas realidades. Muitas vezes terminam em verdadeiras aberrações, quando não crimes. Não se cobrem doenças ou maldades com o véu de Deus. Deus quer as boas intenções de nossos corações. “À medida que reinar verdadeiramente o amor, tornar-nos-emos capazes de ver ‘face a face’ (1Cor 13,12). Jesus promete que as pessoas de coração puro ‘verão a Deus’” (GE 86). Celebrando a festa de Nossa Senhora, Imaculada Conceição nós podemos tomar Maria como modelo: Aberta a Deus e às pessoas.

Manter limpo o coração.

Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor, isso é santidade. Preferimos assumir atitudes espirituais que não nos comprometem nem exijam uma vida interior purificada. Vemos barbaridades entre os cristãos que vão desde o ódio religioso, pessoal ao desconhecimento dos mandamentos. Manter o coração purificado não é um exercício ritualístico de uma confissão sem conversão. É converter o coração para que haja identidade entre nosso interior e vida na comunidade. Tanto a oração pessoal como a oração da Eucaristia nos levam a purificar e limpar nosso coração para que seja puro. A pureza não deve ser uma perda chorada, mas uma meta a ser conquistada no dia a dia na prática do amor. O amor puro modifica o mundo. Temos que acreditar em nossos jovens e dar-lhes ambiente propício a seu crescimento.

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