Palavra do Associado

A dignidade de Maria de Nazaré e da mulher contemporânea

Lançamento

Escrito por Academia Marial

08 MAR 2021 - 06H00 (Atualizada em 18 MAR 2021 - 08H25)

Thiago Leon

Maria de Nazaré, menina que Deus escolheu para ser a Mãe de seu Filho. Para tanto, “separou-a”, ou seja, de certa forma a preparou, desde antes de ser gerada. O que não é um privilégio só de Maria de Nazaré, pois Deus ama a todos os seus filhos, e também de certo modo os “separa” e os prepara para a santidade. Maria de Nazaré, mulher, humana, inserida em seu contexto, que devia ter sonhos, expectativas; prometida em casamento para com José, provavelmente esperava construir sua família, e isso aconteceu, mas de forma inesperada. Quis Deus precisar do “sim” de Maria.

Reprodução
Reprodução


Quando da anunciação, Maria, mesmo não tendo plena compreensão de tão grande mistério, teve fé
, com confiança, aderiu de todo o seu coração ao projeto do Pai. Tem-se o discipulado de Maria que tem início na concepção de seu Filho, com o seu sim, ao projeto de Deus. Continua no nascimento, no Verbo se fazer carne; na educação de Jesus, Maria e José o educam na Lei de Moisés. Como bons judeus, já enquanto Jesus bebê, cumpridos os dias do nascimento para a purificação, conforme a Lei Mosaica, levam-no ao Templo e para a purificação da mãe (não que houvesse necessidade de a mãe ser purificada, mas para cumprir a Lei) e, na vida para que a Sua outra natureza, não a divina, mas a humana, se tornasse humana, ou seja, orientá-lo como ser humano.

Continua ainda o seu discipulado, na vida pública de Jesus e depois de pé ao pé da cruz. Depois, também, após a ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, permanece em Jerusalém. E ainda estava junto aos discípulos em oração, quando, no dia de Pentecostes, Jesus envia o seu Espírito para toda a humanidade. Maria de Nazaré, a mulher de seu tempo que soube aceitar a graça de Deus em sua vida, principalmente no discipulado.

A partir da dignidade teológica de Maria de Nazaré, tendo em vista a fenomenologia, encontra-se a singularidade da mulher contemporânea, a sua essência. Mulher contemporânea humana, casada, que tem filhos ou não, que trabalha “em casa e/ou fora”; mulher que sofre, que é feliz, que é marginalizada socialmente e economicamente (por ser mulher, ser estrangeira, por prostituição ou vícios), que encontra em Maria de Nazaré um exemplo de vida. Por Maria de Nazaré ser uma mulher do Povo de Deus; não uma rainha humana, no sentido do poder, mas uma rainha diferente, uma rainha que serve aos seus. Uma Mulher repleta de virtudes, que soube viver o seu contexto em dignidade plena. O ser humano tende a identificar-se com Maria de Nazaré.

Clarice Bona
Clarice Bona
Em breve, lançamento pela Editora Artêra.

Mãe do Filho de Deus e Mãe de cada ser humano. A essência de Maria está em fazer a vontade do Pai. Mas o que é fazer a vontade do Pai? Fazer a vontade de Deus é amar! Como ensina Jesus, são dois os mandamentos: “É amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mt 22, 37-39), disse Jesus: “Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22, 40). Deus é amor (1 Jo 4, 8).

Mulher contemporânea, aquela que vem desde muito tempo lutando por igualdades de direito, em diversas situações em contextos culturais e sociais. Mulher, filha, esposa, mãe, avó; em cada uma dessas faces, traz em si a busca da felicidade. Da natureza singular: mulher. Protagonista na vida de ser Igreja, de ser comunidade; espiritualizada e espiritualizante. Mulher contemporânea que, muitas vezes, além da jornada de trabalho em casa – “dona de casa” –, tem a jornada de trabalho fora de casa, provedora de seus filhos, no contexto de muitas famílias. Mulher, que abdica de ter uma família, ter seus próprios filhos biológicos e, assim, escolhendo a vida religiosa.

Mulher solteira, que quando se dá conta, abdicou de sua própria vida em função dos seus, fazendo assim a sua vida com dignidade; ao se dar conta disso – muitas na faixa dos 30 aos 40 anos –, percebe que talvez não mais terá a graça de ser mãe biológica; não que esse contexto seja o destino, permanecer solteira e/ou não ser mãe, não está destinada a isso – o destino não existe, pois assim todos estariam destinados ao inferno, e isso não poderia ser mudado; é simplesmente o mistério do existir enquanto ser humano.

Ter Maria de Nazaré como modelo de virtudes, para a contemporaneidade, para o ser humano – homem e mulher –, não com um olhar ambíguo para a perfeição, que leva a ideologias, mas com um olhar ambíguo de misericórdia, tendo a consciência de que a misericórdia não resolve todos os problemas existenciais, mas de que é um caminho para o ser humano contemporâneo, esse é um dos objetivos deste livro. Não um discurso ético moralista, que leva também para um discurso ideológico, mas mostrar que, por meio da literatura sistemática, pode-se ter sim a ética como motivação para o estudo epistemológico do existir enquanto ser humano.

No caminhar, ou no caminho de Maria de Nazaré, o ser humano encontra todas as virtudes para fazer a vontade do Pai. Essas virtudes levam todos ao caminho do bem, da alegria e da felicidade plena, que é para isso que a humanidade foi criada, para a felicidade plena de ser.


Clarice Amabilde Bona
Associada da Academia Marial, pós-graduada em Mariologia

Livrarias online onde o livro será comercializado:

https://www.martinsfontespaulista.com.br/
https://www.travessa.com.br

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Academia Marial, em Palavra do Associado

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...