Maria participa ativamente do Mistério Pascal e ensina a Igreja a nutrir igual confiança na Ressurreição de Cristo, Vencedor sobre o pecado e a morte.
Da contemplação de Maria como Nossa Senhora das Dores advém a tradição das Sete Dores da Mãe do Senhor, meditadas pelas comunidades cristãs em cerimônias, récitas de terços, coroas, ofícios, paraliturgias e outras celebrações.
Recordam-se, assim, dentre os muitos episódios dolorosos da vida de Maria, sete mais significativos apontados pelos Evangelhos e/ou pela tradição e piedade da Igreja.
Eles nos fazem recordar a humanidade de Maria Santíssima, que, apesar de escolhida para Mãe do Filho de Deus, não ficou imune aos sofrimentos próprios do gênero humano. A Ela, então, associamo-nos, como filhos e filhas que têm a certeza de que sua Mãe compreende as suas dores, as quais também experimentou em sua vida terrena.
De Maria aprendemos a ter resignação e a confiar na surpreendente Providência do Deus Misericordioso que caminha com seu povo, especialmente nos momentos da tribulação e das angústias, ensinando-nos a carregar a cruz na firme esperança da Páscoa da Ressurreição.

Quanto esses episódios nos fazem refletir! Quantas emoções e sentimentos nos despertam! A quantas ações solidárias eles nos motivam! Quanto eles nos fazem sentir a presença maternal da Mãe Dolorosa em nossos “calvários” pessoais, comunitários e sociais...
Nesse sentido, o saudoso Papa Francisco afirmou em sua homilia durante a Missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus em 2019: “Maria é remédio para a solidão e a desagregação. É a Mãe da consolação, a Mãe que ‘consola’: está com quem se sente só. Ela sabe que, para consolar, não bastam as palavras; é necessária a presença. E Maria está presente como Mãe. Permitamos-lhe que abrace a nossa vida”.
Associados a Nossa Senhora em sua primeira dor, recordamos aqueles que recebem diagnósticos de doenças incuráveis ou graves, aqueles que recebem notícias terríveis da perda dos seus, vítimas da violência, do trânsito, da guerra, da fome, da injustiça, dos abusos, de problemas ambientais.
Recordamos, a partir da segunda dor da Mãe dolorosa, os refugiados, migrantes e imigrantes que fogem da perseguição, das bombas, da seca e da miséria e que não são bem recebidos em terras estrangeiras.
Recordamos, ao meditar a terceira dor da Virgem, aqueles cujos filhos, familiares, amigos e conhecidos estão desaparecidos por conta de sequestros, do tráfico, do contrabando, dos desastres naturais, dos desmoronamentos ou, simplesmente, da distância geográfica ou emocional: deles não há notícias, não se sabe o paradeiro ou se estão vivos.
Recordamos, imersos na quarta dor da Virgem dolente, os que se encontram pela “rua da amargura”, carregando as pesadas cruzes da humilhação, da exclusão, dos moralismos opressores, do preconceito de toda espécie, da rejeição, do bullying, das drogas, das bebidas e de todos os vícios: bendito seja Deus pelos que “cirineus” que lhes aparecem pelo caminho!
Recordamos, motivados pela quinta dor de Maria, aqueles que assistem os doentes terminais em seu leito de morte e todos os que estão “crucificados” por um opressivo sistema político e social que se entrega à corrupção e aos interesses pessoais, não priorizando a dignidade humana e o bem comum.
Recordamos, refletindo a sexta dor de Maria Santíssima, as mães que têm de reconhecer o corpo morto dos seus filhos e todos os que se deparam com a triste realidade da perda de alguém que amam.
Recordamos, por fim, contemplando Maria de Nazaré em sua sétima dor, todos os enlutados, frustrados e desolados, envoltos na depressão e na angústia.
Rezamos por eles e pedimos justiça em nome dos falecidos que foram “sepultados” pela lama das represas, pelo fogo, pela água, pelos escombros, pelas epidemias, pelo descaso, pela devastação da Amazônia e do meio ambiente em geral, pela calúnia e difamação, pela falta de solidariedade e compaixão...
Nossos gemidos doridos se elevam aos céus e aportam junto ao coração de Maria, traspassado por uma espada de dor. Ela não se faz indiferente a nós porque um dia ouviu da boca de Simeão que, por amor de seu Filho, muito sofreria...
Porque Ela, com Jesus e José, foi imigrante... Porque Ela ficou sem saber o paradeiro do Filho amado após Ele “sumir” durante uma peregrinação... Porque Ela é Mãe de um homem preso e torturado, humilhado publicamente pelas ruas de Jerusalém e condenado à morte de cruz...
Porque Ela, ao contrário de muitos seguidores de Jesus, esteve ao lado do Filho no seu momento derradeiro... Porque Ela sabe o que é a dor de sepultar um Filho assassinado... Porque Ela assumiu a maternidade universal aos pés do Santo Lenho, tornando-se nossa Mãe amada e nosso refúgio na vida e na hora da morte...
Reassumimos, assim, nossa adesão consciente e convicta à Igreja, fiéis ao Papa Francisco e contra tudo aquilo que seja sinal de morte, opressão e sofrimento. Isso porque a comunidade eclesial é guiada e movida pelo Espírito do Ressuscitado, Senhor da Vida.
Assim, Maria, como Mãe da Igreja, ensina-nos a perseverar nas veredas do Ressurreto, ainda quando a dor parece ter a palavra final. Por essa razão, não cessamos de cantar a Ela, Virgem Dolorosa, tornada Mãe do Triunfo e da Alegria: “Bendita sejais, Senhora das Dores! Ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores!”
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