O teólogo é um profeta da humanidade: sua vocação nasce do desejo de um coração que suspira por Deus assim como a corça suspira pelas águas
O teólogo é um profeta da humanidade: sua vocação nasce do desejo de um coração que suspira por Deus assim como a corça suspira pelas águas (Is 42,1). Papa Francisco disse recentemente que o teólogo deve cultivar um saber espiritual “elaborado de joelhos, grávido de adoração e oração, um saber transcendente e, ao mesmo tempo, atento à voz do povo”¹. A teologia não é para quem sabe ou deseja saber muito, mas para quem tem sede de Deus, sede de se aproximar da “sarça ardente que nunca se consome” (Ex 3,2). Sem dúvida é um trabalho árduo, mas também ardoroso, que ilumina a mente e aquece o coração. Sem retirar as sandálias dos pés (Ex 3,5), sem renunciar à vaidade e ao individualismo, não se vai muito longe nesse ministério teológico.
Em tempos de sinodalidade, a Igreja necessita de teólogos “em saída”, que sejam capazes de dialogar com as novas gerações e não tenham medo de escutar as vozes daqueles que sofrem e que foram invisibilizados pela sociedade. Deus veio para eles. Cada comunidade cristã deveria incentivar vivamente essa vocação e pedir a Deus que envie mais operários para sua messe (cf. Lc 10,2). Teologia não é só para padres, mas para todos que recebem essa missão da parte de Deus . Quando senti esse chamado, hesitei por duvidar que um simples leigo pai de família pudesse conseguir trilhar esse caminho, mas com perseverança e a ajuda de Maria Santíssima, a primeira teóloga cristã, a estrada e os horizontes se alargaram. Nada foi sem esforço, mas tudo foi com Maria. A Teologia é uma árvore frondosa e a Mariologia um de seus ramos mais belos, pois é dele que brotou o fruto encarnado do Verbo divino.
Em um mundo ferido pelo ódio e pela divisão, a sã teologia ajuda a curar as chagas da humanidade. Os teólogos e as teólogas são profetas da esperança, que nos ensinam a crer naquilo que Jesus fez e falou. Santo Agostinho ao comentar o Sl 42,8 diz que “ao se aprender a sabedoria, a fé, um abismo chama a outro”². Crer é abismar-se diante de um Deus que visita o abismo de nossa existência. Ao comemorarmos o dia do Teólogo, devemos dar graças a Deus por tantos homens e mulheres, que se aproximando de tão grande mistério, nos ajudam a contemplá-lo com amor, reverência e lucidez.
Vinícius Paiva
Mestre em Teologia
Assessor teológico da AMA
1 PAPA FRANCISCO. Carta apostólica Ad theologiam promovendam, n.7.
2 SANTO AGOSTINHO. Comentário aos Salmos: Salmos 1-50, p. 391.
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