Muitos fiéis se perguntam: os santos e beatos estão mesmo no céu?
O Pe. José Carlos de Melo, conhecido como Pe. Carlinhos, explica que, antes de responder, é preciso compreender o que significa o “céu” para a Igreja.
No Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo §326, lemos:
“Na Sagrada Escritura, a expressão ‘céu e terra’ significa tudo aquilo que existe, a criação inteira. (…) O ‘céu’ pode designar o firmamento, mas também o ‘lugar’ próprio de Deus: ‘nosso Pai nos céus’ (Mt 5,16).”
Pe. Carlinhos ressalta que o céu não é apenas um espaço físico, mas uma condição de plenitude espiritual. O Catecismo, no §2794, afirma:
“Esta expressão bíblica não significa um lugar, mas uma maneira de ser; não o afastamento de Deus, mas sua majestade. Nosso Pai (…) está bem próximo do coração humilde e contrito.”
Segundo o sacerdote, o projeto final de Deus é dar ao ser humano “vida em plenitude” (Jo 10,19), e explica:
“Céu é vida em plenitude, é vida plenificada e intensificada no máximo em Deus. Quando não conseguimos mais nada, Deus age e nos dá a vitória sobre a morte, assim como fez com Jesus.”
Nas Sagradas Escrituras, encontramos a promessa de Cristo:
• Jo 14,2-3: “Na casa de meu Pai há muitas moradas (…) Vou preparar-vos lugar.” • Ap 21,4: “Não haverá mais morte, nem pranto, nem dor.” • Lc 23,42-43: “Hoje estarás comigo no paraíso.” |
Esses textos confirmam que o céu é real e preparado para quem segue a vontade de Deus.
“Cristo prepara o lugar no céu para os seus, e o Espírito Santo prepara os redimidos na terra para o seu lugar no céu”, afirma Pe. Carlinhos.
Sim. Os beatos, assim como os santos, intercedem a Deus por nós.
“Eles enfrentaram dificuldades nesta terra como nós enfrentamos hoje. São exemplos de fidelidade e perseverança, e podem interceder em nossas necessidades”, reforça o padre.
Imagem da Beata Nhá Chica
A distinção está no alcance do culto:
• Beato: reconhecido localmente.
• Santo: proposto ao culto da Igreja Universal.
Essa diferença começou a ser organizada no período medieval. O Papa Gregório IX, no século XIII, reservou ao Papa o poder de canonizar. Em 1588, Sisto V fundou a Sagrada Congregação dos Ritos, responsável pelo processo.
O Papa João Paulo II, em 1983, atualizou as normas na constituição apostólica Divinus perfectionis magister. Hoje, a Igreja exige:
1. Exame da vida e virtudes do candidato. 2. Um milagre atribuído à sua intercessão para a beatificação. 3. Um segundo milagre para a canonização. |
O reconhecimento da Igreja confirma a santidade de vida e propõe modelos concretos de fé para os cristãos.
“Através das canonizações, a Igreja mostra como a graça de Deus pode transformar a vida e inspira os fiéis a viverem de forma autêntica o Evangelho”, explica o sacerdote.
E em todos os anos, em 1º de novembro, celebramos a Solenidade de Todos os Santos, honrando também aqueles que viveram santamente no silêncio do cotidiano.
O que é beatificação e canonização?
A beatificação é o reconhecimento da santidade de um fiel em nível local. Permite que ele seja venerado em sua diocese ou comunidade.
Já a canonização é o reconhecimento definitivo e universal, quando o Papa declara que aquela pessoa está no céu e deve ser modelo para toda a Igreja.
:: Canonização: o que é e como acontece?
Quais são as etapas do processo?
Primeiro, a pessoa é reconhecida como Servo de Deus. Depois, pode ser declarada Venerável, ao ter suas virtudes heroicas confirmadas.
A beatificação exige um milagre atribuído à intercessão do candidato (exceto no caso dos mártires). Para a canonização, é necessário um segundo milagre.
Por que os milagres são importantes?
Eles são sinais da ação de Deus e confirmam que o candidato intercede junto a Ele. Os milagres passam por análises médicas e teológicas rigorosas antes de serem reconhecidos oficialmente.
Foto do Beato Padre Francisco de Paula Victor, o Padre Victor.
As canonizações são infalíveis?
Sim. A Igreja ensina que, ao canonizar, o Papa declara de forma definitiva que a pessoa está na glória de Deus. Esse ato pertence ao campo da infalibilidade da Igreja, garantindo segurança e confiança aos fiéis.
Quais exemplos recentes podemos citar?
Entre os mais conhecidos estão a Beata Albertina Berkenbrock (mártir), a Beata Benigna Cardoso da Silva, o Beato Padre Donizetti Tavares de Lima, a Beata Nhá Chica (Francisca de Paula de Jesus) e o Beato Padre Francisco de Paula Victor (Padre Victor).
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