Durante o primeiro conclave de 1978 — “o ano dos três papas” — o então cardeal brasileiro foi um dos nomes cotados para suceder o Papa Paulo VI.
Em um momento em que a Igreja vive novamente a expectativa de um conclave, vale recordar uma ocasião marcante para os católicos brasileiros: quando Dom Aloísio Lorscheider, então arcebispo de Fortaleza e, mais tarde, arcebispo de Aparecida, esteve entre os nomes “mais cogitados” para se tornar Papa.
Leia MaisConclave, entre tradição e modernidadeEntenda por que os papas mudam de nomeA eleição do sucessor de São Pedro em 1978 foi um dos capítulos mais intensos da história recente da Igreja, com dois conclaves realizados em menos de dois meses.
O primeiro, em agosto, foi convocado após a morte de Paulo VI. O segundo, em outubro, aconteceu após o falecimento repentino de João Paulo I, apenas 33 dias após sua eleição.
Dom Aloísio participou de ambos os conclaves. Com forte atuação na América Latina e conhecido internacionalmente por seu compromisso com os direitos humanos durante o regime militar no Brasil, ele era uma das figuras mais respeitadas do Colégio Cardinalício.
Por sua postura firme, visão pastoral e dedicação aos pobres, foi considerado um dos “papáveis” — termo usado por alguns para se referir aos cardeais com “chances reais” de serem eleitos — embora, para a Igreja, isso não seja relevante.

Segundo relatos da época e biografias posteriores, Dom Aloísio teria recebido votos significativos já no primeiro conclave, chegando a ser mencionado como um dos principais candidatos fora do eixo europeu.
De acordo com o jornalista italiano Luigi Accattoli, o próprio Albino Luciani, eleito como João Paulo I, teria votado nele em uma das rodadas. Já no segundo conclave, ele teria desempenhado papel decisivo na eleição de Karol Wojtyła, o futuro João Paulo II, por quem nutria grande admiração e com quem compartilhava preocupações pastorais, especialmente ligadas à justiça social.
Leia MaisPágina especial homenageia Dom Aloísio Lorscheider e convida para depoimentosDom Aloísio Lorscheider, fundador da Família dos Devotos, faz memória em nossa históriaApesar da forte candidatura, Dom Aloísio enfrentava desafios que pesaram contra sua eleição.
Havia a preocupação com sua saúde, agravada por um infarto pouco antes do conclave. Além disso, ele mesmo reconheceria, anos depois, que havia uma resistência entre os cardeais europeus em eleger um Papa latino-americano. “Havia uma indisfarçável sensação de superioridade”, afirmou em entrevista à imprensa brasileira.
Mesmo não tendo sido eleito Papa, Dom Aloísio deixou um legado marcante na Igreja. Em 1995, foi nomeado arcebispo de Aparecida, cargo que ocupou até 2004. Durante esse período, acompanhou de perto a vida do Santuário Nacional e dos devotos de Nossa Senhora Aparecida, pelos quais tinha grande carinho.
Foi ele quem acolheu o Papa João Paulo II em sua segunda visita ao Brasil, em 1997, e participou da construção do novo altar central da Basílica, além de ter motivado a criação da Família dos Devotos.
Sua simplicidade, firmeza no Evangelho e amor pelos mais pobres fizeram dele uma das figuras mais queridas da Igreja no Brasil.
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Fonte: O Globo/ Folha de S. Paulo/ Vatican News
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