Igreja Católica elege o 267º Papa de sua história

“Anuncio-vos uma grande alegria! 'Habemus Papam!' O Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor, Dom Robert Francis, Cardeal da Santa Romana Igreja, de sobrenome Prevost, que escolheu chamar-se Papa Leão XIV.”

Pouco depois das 14h07, no horário de Brasília, o cardeal-protodiácono, o francês Dominique Mamberti, fez o anúncio oficial da eleição do 267º Papa da história da Igreja Católica.

Eleito para servir, como Pedro

Após 2 dias de oração e discernimento no conclave e 4 votações, os 133 cardeais eleitores reunidos na Capela Sistina elegeram o novo sucessor do Apóstolo Pedro:

Cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos.

Ao aceitar o ministério petrino, ele acolhe, com fé e humildade, o chamado de Cristo: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17).

Com o nome escolhido, o novo Papa inicia um novo capítulo na história da Igreja, comprometido com a continuidade da missão de anunciar o Evangelho, promover a comunhão e guiar o povo de Deus com sabedoria e caridade.

Primeiras palavras do novo Papa

Da varanda central da Basílica de São Pedro, o Papa Leão XIV fez sua primeira saudação ao mundo, manifestando alegria e reverência diante da missão que assume como pastor universal da Igreja, que reúne mais de 1,4 bilhão de católicos em todos os continentes.

A paz esteja com todos vocês!

Queridos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação do Cristo Ressuscitado, o Bom Pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus.

Também eu gostaria que esta saudação de paz entrasse em vosso coração, alcançasse as vossas famílias, todas as pessoas, onde quer que estejam — todos os povos, toda a terra. A paz esteja com vocês!

Esta é a paz do Cristo Ressuscitado: uma paz desarmada e desarmadora, humilde e perseverante. Ela provém de Deus, de um Deus que nos ama a todos incondicionalmente.

Ainda ressoam em nossos ouvidos aquelas palavras frágeis, mas sempre corajosas, do Papa Francisco, que abençoava Roma! O Papa, ao abençoar Roma, abençoava o mundo inteiro, naquela manhã do Domingo de Páscoa.

Permitam-me dar continuidade àquela mesma bênção: Deus nos quer bem, Deus ama a todos vocês, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, de mãos dadas com Deus e entre nós, vamos adiante!

Somos discípulos de Cristo. Cristo vai à nossa frente. O mundo precisa de sua luz. A humanidade necessita d’Ele como ponte, para ser alcançada por Deus e pelo seu amor.

Ajudem-nos também vocês, e ajudem-se uns aos outros, a construir pontes: com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos, para sermos um só povo, sempre em paz.

Obrigado, Papa Francisco!

Quero também agradecer a todos os irmãos cardeais que me escolheram para ser Sucessor de Pedro e caminhar junto com vocês, como uma Igreja unida, que busca sempre a paz, a justiça, e que trabalha como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo — sem medo, para proclamar o Evangelho, para sermos missionários.

Sou filho de Santo Agostinho, sou agostiniano. Ele dizia: “Com vocês sou cristão, e para vocês, bispo.” Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo à pátria que Deus nos preparou.

À Igreja de Roma, uma saudação especial!

Devemos buscar juntos como ser uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes, que promove o diálogo, sempre aberta a acolher, como esta praça, de braços abertos.

Todos — todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do nosso diálogo e do nosso amor.

E, se me permitem também, uma palavra, uma saudação a todos — e de modo particular à minha querida diocese de Chiclayo, no Peru —, onde um povo fiel acompanhou seu bispo, compartilhou sua fé e deu tanto, tanto para continuar sendo uma Igreja fiel a Jesus Cristo.

A todos vocês, irmãos e irmãs de Roma, da Itália e de todo o mundo: queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, que busca sempre a paz, que vive a caridade e deseja estar sempre próxima, especialmente dos que sofrem.

Hoje é o dia da Súplica a Nossa Senhora de Pompeia.

Nossa Mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar ao nosso lado, ajudar-nos com sua intercessão e seu amor.

Então, gostaria de rezar com vocês. Rezemos juntos por esta nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. E peçamos essa graça especial a Maria, nossa Mãe.

Ave Maria...

Com gestos simples e palavras fraternas, o novo Pontífice já revela o estilo com o qual pretende conduzir o seu ministério: fidelidade ao Evangelho, construção da paz e diálogo com o mundo contemporâneo.

Fumaça branca: sinal de esperança

Momentos antes do anúncio, a fumaça branca elevou-se da chaminé da Capela Sistina, acompanhada pelo toque festivo dos sinos da Basílica de São Pedro.

O momento foi acompanhado com emoção pelos mais de 15 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro e por bilhões ao redor do mundo. Comparando com o conclave anterior, que elegeu o Papa Francisco em 2013, após cinco votações em dois dias, esta eleição expressa também um forte consenso entre os cardeais.

Breve biografia do Papa Leão XIV

Nascido em Chicago em 14 de setembro de 1955, Robert Francis Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, professando votos solenes em 1981. Doutor em Teologia, foi missionário no Peru por quase duas décadas, atuando como pároco, formador e professor. Serviu como Prior Geral da Ordem Agostiniana de 2001 a 2013. Nomeado bispo de Chiclayo, no Peru, em 2015, foi chamado por Francisco em 2023 para ser prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. Foi criado cardeal em setembro de 2023.

Desafios do novo Papa

Ao suceder o Papa Francisco, cuja herança pastoral e missionária marcou profundamente a Igreja, o novo Pontífice enfrenta grandes desafios: a promoção da paz num mundo fragmentado, o fortalecimento da sinodalidade, o cuidado com os pobres e com a Casa Comum, e o diálogo com as culturas, religiões e nações.

Como nos recorda São Paulo: “Anunciai a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, convence, repreende, exorta com toda a paciência e doutrina” (2 Tm 4,2).

.:: Leia também: Os desafios do novo pontificado

Seu ministério exigirá não só sabedoria e coragem, mas também profunda comunhão com o Povo de Deus, os bispos e os povos de todas as línguas e nações.

🕊️ Que o Senhor o abençoe e o Espírito Santo o conduza!