Na Igreja Católica, cada novo Papa escolhe alguns sinais visíveis que acompanham seu pontificado: o brasão, o lema, a cruz peitoral e o anel. Esses elementos não são apenas detalhes cerimoniais — eles expressam o que o Papa traz no coração, o que deseja viver e oferecer à Igreja.
Leia MaisLeão XIV: "sou filho de Santo Agostinho"O Papa Leão XIV escolheu símbolos que falam de fé profunda, de confiança na Palavra de Deus, de amor a Maria e de busca pela unidade da Igreja.
Cada parte do seu brasão e cada objeto que carrega dizem algo importante sobre o que ele acredita e como deseja servir ao povo de Deus.

O brasão do Papa é dividido em duas partes verticais. No lado esquerdo, sobre um fundo azul, aparece um lírio branco. Esse símbolo é muito conhecido na tradição cristã como sinal de pureza e inocência, e está diretamente ligado à figura da Virgem Maria, mãe de Jesus e modelo de fé para todos os cristãos.
Leia MaisSantuário Nacional confia novo Papa à intercessão de MariaMaria é apresentada, nesse brasão, não só como alguém que merece devoção, mas como um exemplo de escuta, humildade e entrega total a Deus.
Assim como no Evangelho ela diz “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38), o Papa recorda que o caminho da Igreja passa também pelo “sim” confiante de Maria.

No lado direito do escudo, sobre fundo branco, está o Sagrado Coração de Jesus, trespassado por uma flecha e repousando sobre um livro fechado. O Coração lembra o amor sem medida de Cristo, que se entregou por nós até a morte na cruz (cf. Jo 19,34).
Já o livro fechado representa a Palavra de Deus, que às vezes pode parecer difícil de entender, mas que nos convida à confiança, mesmo quando nem tudo está claro. Como ensina o Concílio Vaticano II, a Sagrada Escritura precisa ser acolhida com fé e interpretada com o mesmo Espírito com que foi escrita (Dei Verbum, 12).
Essa imagem fala de um Deus que se revela, mas também de um coração que acolhe o mistério. Mesmo quando não entendemos tudo de imediato, somos chamados a permanecer firmes, fiéis e abertos à ação do Espírito.
A frase escolhida por Leão XIV como lema pontifício é tirada de um comentário de Santo Agostinho ao Salmo 127. Em latim, “In Illo uno unum” quer dizer: “Nele que é Um, nós somos um”.
Essa expressão é, ao mesmo tempo, simples e profunda. Mostra o desejo do Papa por uma Igreja unida, mesmo com as diferenças que existem entre seus membros.
A verdadeira unidade da Igreja não vem da uniformidade, mas do amor de Cristo, que nos reúne como irmãos e irmãs. Como diz São Paulo, “há um só Corpo e um só Espírito, [...] um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,4-5).
Na sua primeira saudação ao povo de Deus, o Papa Leão XIV falou justamente disso: de uma Igreja que precisa ser ponte, lugar de encontro, de escuta e de misericórdia, onde ninguém fica de fora.

A cruz peitoral que o Papa tem usado traz relíquias muito especiais: de Santo Agostinho, de Santa Mônica (sua mãe) e de alguns beatos da Ordem de Santo Agostinho.
Essa cruz foi confeccionada a pedido do Pe. Josef Sciberras, Postulador Geral da Ordem, quando o então bispo Robert Prevost — depois cardeal e, hoje, Papa — recebeu o barrete vermelho do Papa Francisco.
A cruz é feita com tecido moiré e ornamentada com uma técnica chamada paperoles, muito usada para decorar relicários.
Ter essas relíquias tão próximas ao coração indica que o Papa se inspira na espiritualidade agostiniana, marcada pela busca da verdade interior, pela caridade e pelo desejo de comunhão.
Como disse Santo Agostinho: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti” (Confissões, I,1,1).

O Anel do Pescador, entregue ao Papa Leão XIV na santa missa inaugural de seu pontificado, traz a imagem de São Pedro com as chaves e a rede, símbolos do apóstolo chamado por Jesus para ser “pescador de homens” (cf. Mt 4,19). No interior está gravado o nome “Leão XIV”.
O anel representa o papel do Papa como sucessor de Pedro, com a missão de guiar e confirmar na fé os fiéis da Igreja. É também sinal do compromisso pessoal que o Papa assume com o povo que passa a liderar.

O Pálio é uma faixa feita de lã branca colocada sobre os ombros do Papa, por cima da casula.
Tem seis cruzes pretas de seda, duas tiras que caem à frente e atrás, e é preso com três alfinetes, que lembram os pregos da cruz de Cristo.
Ele simboliza a missão de cuidar do rebanho como bom pastor, carregando nos ombros a responsabilidade de servir com atenção e proximidade.
A escolha dos símbolos do Papa Leão XIV não é por acaso. Eles falam de uma Igreja que quer ser mais próxima, mais simples, mais unida, centrada no Coração de Jesus, guiada pelo exemplo de Maria e inspirada na tradição de Santo Agostinho.
Leia MaisOs desafios do novo PontificadoSeu brasão e lema são como uma catequese: mostram que seguir Jesus exige fé, escuta, entrega e amor ao próximo.Mesmo quando a verdade parece “fechada como um livro selado” (Ap 5,1), o coração permanece aberto à esperança.
Fonte: Vatican News
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