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A tradicional oração do Angelus realizada pelo Papa, no Vaticano, aos domingos, é feita com a presença de fiéis que enchem a Praça de São Pedro para rezarem junto com o Pontífice.
O motivo pelo qual esse rito tradicional é realizado em público data de 67 anos atrás, quando o médico italiano Luigi Gedda, influente líder leigo e então presidente da Associação “Ação Católica”, convenceu seu amigo, o Papa Pio XII, a rezar em público o Angelus.
Assim, em 15 de agosto de 1954, na Solenidade da Assunção de Maria, Pio XII dirigiu-se aos católicos em Roma e a todo o mundo pela Rádio Vaticano, convidando-os a se juntar a ele “na piedosa saudação à Mãe de Deus”.
Foi o início de um costume dos Papas que se repete todos os domingos e nas solenidades marianas: o Pontífice aparece na janela de sua biblioteca no Palácio Apostólico ao meio-dia para conduzir os fiéis reunidos na praça de São Pedro na oração do Angelus em latim.
O que é o Angelus?
O Angelus tem suas raízes em uma prática medieval de rezar a Ave-Maria três vezes seguidas, por recomendação de Santo Antônio de Pádua.
Nos anos 1200, um grupo de franciscanos propôs que a prática fosse feita à noite, após a oração das Completas, como forma de meditar sobre o mistério da Encarnação de Cristo. Um sino seria tocado para lembrar aos frades e outros que era hora de rezar as Ave-Marias.
O Angelus era chamado na época de “Oração da Paz”, pois o objetivo era honrar o Filho de Deus que, encarnando-se no seio da Virgem Maria, colocou os fundamentos da paz entre Deus e os homens. A oração era rezada somente no início da noite, pois acreditava-se que o Arcanjo Gabriel se apresentou a Virgem Maria ao entardecer. Inicialmente era composta pelas palavras da primeira parte da Ave-Maria, repetidas diversas vezes. Somente mais tarde, assumiu a fórmula rezada atualmente.
Hoje, a oração também inclui palavras da Anunciação – o anúncio do Arcanjo Gabriel a Maria de que ela havia sido escolhida para ser Mãe de Deus – e uma oração de encerramento. No Vaticano, muitos escritórios têm o costume de interromper o trabalho todos os dias para rezar o Ângelus ao meio-dia.
Na época da Páscoa, o Angelus é substituído pelo Regina Coeli - “Rainha dos Céus”-, uma antífona mariana rezada ou cantada durante a Páscoa.
Durante o tempo pascal, desde a celebração da ressurreição até o dia de Pentecostes, ela substitui a oração do Angelus, cuja meditação central é o mistério da Encarnação.
Assim como o Angelus, o Regina Coeli é recitado três vezes ao dia: ao amanhecer, ao meio-dia e ao pôr do sol. É uma forma de consagrar o dia a Deus e à Virgem Maria.
O Angelus é transmitido ao vivo para todo o mundo e pela Internet. Os sinos da Basílica de São Pedro sempre tocam ao meio-dia, pouco antes de o Papa aparecer na janela do Palácio para a oração à Santíssima Virgem Maria.
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