Aqueles que conhecem um pouco a vida de Santo Afonso sabem que ele desenvolveu uma intensa produção literária, com livros que abrangem várias áreas da espiritualidade cristã e do conhecimento humano.
A maioria de seus livros foi impressa na Tipografia Remondini, com a qual o fundador da Congregação Redentorista trocou uma vasta comunicação por meio de cartas, sobretudo, com Giuseppe Remondini, das quais muitas são conservadas no Arquivo Histórico da Congregação.
Como em fins do século XVII e ao longo do século XVIII ainda não havia os meios que revolucionariam mais tarte a comunicação à distância, por meio das cartas, Afonso de Ligório fazia as correções e apontamentos necessários para que suas obras fossem impressas com a perfeição que ele exigia, não apresentando erros no conteúdo e nem em sua formatação.
A Tipografia Remondini ficava em Bassano del Grappa, embora frequentemente seja associada à cidade de Veneza por causa de sua vasta rede comercial.
A tipografia, muito bem montada, se transformou numa das maiores e mais inovadoras realidades industriais e culturais da Europa entre os séculos XVII e XIX, tanto que foi chamada de "primeira multinacional da imagem".
Fundada por volta de 1650-1660, por Giovanni Antonio Remondini em Bassano del Grappa, a empresa iniciou sua atividade com a produção e comércio de roupas de cama, e depois se dedicou progressivamente à impressão.
Giovanni Antônio tinha um aguçado senso para os negócios, logo percebendo o potencial que tinham as gravuras populares, sobretudo, imagens sacras e xilogravuras que podiam ser vendidas em grande quantidade por causa de seu baixo custo, sendo amplamente distribuídas. O primeiro livro impresso é datado de 1661.
Imagem sacra produzida pela Tipografia Remondini
Sob a orientação de seu filho, Giuseppe Remondini, a empresa experimentou uma expansão extraordinária, passando a controlar toda a cadeia produtiva, desde a fabricação do papel, pois eles possuíam quatro fábricas, a fundição de tipos, a impressão e a distribuição.
Como não havia a produção digital, toda a impressão era feita através dos “tipos”. A princípio, tudo era feito manualmente até que uma máquina foi inventada por Ottmar Mergenthaler em 1884, na Alemanha, fundindo em bloco cada linha de caracteres tipográficos, composta de um teclado, como aquele das antigas máquinas de escrever.
A Tipografia Remondini logo se destacou pela capacidade de produzir em larga escala, quase antecipando os conceitos de produção em massa. Em 1767, a empresa já empregava até 2400 pessoas, numa cidade que tinha apenas 08 mil habitantes, gerindo dezenas de prensas, sendo 32 de gravuras e 18 de livros, uma fundição e uma escola de gravadores. Sua produção se tornou incrivelmente variada e acessível a todo tipo de pessoas:
Um dos pilares que explica o sucesso dos Remondini foi a ampla e eficiente rede comercial. Eles fizeram uso dos chamados "Tesini", que eram vendedores ambulantes originários da região de Valsugana, Trentino, que viajaram por toda Itália e boa parte da Europa durante anos, transportando gravuras, criando armazéns e coletando informações sobre a demanda do mercado.
Essa estratégia permitiu que os produtos Remondini atingissem um vasto público, consolidando sua reputação internacional. Em 1750, a editora também abriu uma livraria em Veneza e ela logo se tornou um importante ponto de referência para distribuição.
Missal Romano impresso pela Tipografia Remondini
A tipografia atingiu o apogeu em meados do século XVIII, tornando-se a maior da Europa, como é atestado pela Enciclopédia de Diderot e d'Alembert. No entanto, no final do século XVIII, diversos fatores levaram ao seu declínio, incluindo mudanças políticas como a queda da República de Veneza, e as novas dinâmicas econômicas que não foram acompanhadas pela família.
Esses fatores contribuíram para uma crise progressiva e, embora a produção permanecesse substancial até 1840, o declínio acentuou-se a partir de 1848, levando ao encerramento definitivo da empresa em 1861, após quase dois séculos de atividades ininterruptas.
Apesar do fechamento, o legado artístico, industrial e o espírito inovador da família Remondini permaneceu vivo. Muitas de suas matrizes originais foram preservadas e hoje, algumas empresas gráficas da região se consideram herdeiras morais dos Remondini, reproduzindo gravuras e papéis decorativos com base em seus designs.
Em Bassano del Grappa, o Museu de Gravuras Remondini testemunha a importância histórica dessa dinastia de impressores, oferecendo uma imersão em seu fenômeno industrial e cultural.
Os livros de santo Afonso, dos quais muitos originais se encontram no Arquivo Geral da congregação em Roma, ou em Pagani, sul da Itália, são também um testemunho desse empreendedorismo.
.:: O que levou Santo Afonso a escrever suas obras? ::.
Fonte: Instituto Histórico Redentorista
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