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Duas histórias, dois noviços redentoristas: o caminho da vocação

Dois jovens contam suas experiências vocacionais às vésperas de professar os votos religiosos na Congregação Redentorista.

Escrito por Elisangela Cavalheiro

12 JAN 2021 - 10H50 (Atualizada em 12 JAN 2021 - 11H07)

Gustavo Cabral

“Você é importante para mim, eu te amo, conto contigo!”

O convite feito por Jesus continua ressoando no coração de muitos jovens, trazendo alegria e realização em uma escolha vocacional mais radical.

Seguir os passos de Jesus na Vida Consagrada requer compartilhar com Deus a vida, as opções diárias, a obediência, a predileção aos pobres e, nisso tudo, a radicalidade do amor.

Uma entrega total e incondicional só pode ser dada por um coração generoso e corajoso. Quem coloca Jesus no centro de sua vida, descentraliza-se, e quanto mais Jesus se torna o centro, mais se sai de si mesmo e se abre aos irmãos e sua missão. Este é o verdadeiro encontro com Jesus, o que desperta para a compreensão do amor de Deus e deseja corresponder a esse amor.

Sentir isso, segundo o Papa Francisco, é encontrar o segredo da alegria. “Sentir-se amado por Deus, sentir que, para Ele, nós não somos números, mas pessoas; e sentir que é Ele que nos chama”.

É assim que o noviço Thaylor Bertoli, 29 anos, compreendeu o seu chamado vocacional para ser um irmão redentorista: "'Onde há os consagrados, há alegria', optei pela vida religiosa consagrada, porque vejo nela um caminho mais exigente de perfeição para o seguimento de Cristo, de maneira especial, na família redentorista", disse enfatizando uma citação do Papa Francisco

Thaylor Bertoli nasceu no Sul de Minas Gerais, na cidade de Varginha. Ele iniciou a sua caminhada formativa no ano de 2009, no antigo Seminário São Geraldo, em Potim (SP), já com o intuito de ser um irmão. Mas nenhuma decisão foi fácil em sua caminhada. De 2014 a 2018, ele ficou afastado da vida do seminário porque achava que precisava de um tempo para discernir melhor o seu chamado. Neste período, ele cursou técnico em Medicina Veterinária, mas ainda sentia um chamado interior. Acabou voltando ao seminário em 2018, e agora, em 2021 vai confirmar sua vocação realizando sua primeira profissão religiosa. 

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Thaylor precisou sair do seminário para refletir sua vocação e depois voltar para reafirmar seu chamado


Na caminhada de um vocacionado podem ir surgindo reflexões e até mudanças para que o chamado se concretize na realidade pessoal com os dons e habilidades e com o que vai discernindo. Foi assim com o noviço Iorlando Fernandes, 32 anos, que ficou por dez anos na Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos e decidiu dar um novo passo em uma outra ordem religiosa.

Leia MaisItinerário de um noviço redentorista"Resolvi conciliar o meu gosto e a minha habilidade de trabalhar com os meios de comunicação e usar isso em um trabalho missionário que esteja mais junto das pessoas. É isso que a Congregação Redentorista tem me possibilitado. Estou feliz por estar mais perto do Povo de Deus, anunciando-lhe a Copiosa Redenção", disse em entrevista. 

O noviço nasceu em Pindaré-Mirim (MA). Sua história vocacional começou quando concluiu o Ensino Médio e ingressou na congregação paulina, em 2009. Ali cursou Filosofia, Jornalismo e Teologia, e permaneceu como religioso paulino até 2019, quando escolheu um novo carisma para realizar a sua vocação. Ele fez um noviciado especial devido ao seu histórico de estudos e foi acompanhado por missionários redentoristas para que neste ano possa assumir com clareza e decisão os votos como religioso redentorista. 

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Iorlando fez um noviciado especial porque já havia sido religioso em outra congregação


Para quem segue o caminho da consagração religiosa, um evento que marca essa entrega é a primeira profissão religiosa, onde o candidato dá o primeiro passo em direção à sua escolha vocacional. 

Em 2021, 7 jovens irão professar publicamente os votos de pobreza, castidade e obediência na Congregação do Santíssimo Redentor. 

A celebração ocorre no próximo dia 16 de janeiro, na Igreja Santa Teresinha, em Tietê (SP), às 17h. Entre eles, seis pertencem à Província de São Paulo e um da Província da Venezuela. Dos jovens, seis seguirão a formação para o sacerdócio e um permanecerá irmão. Conheça os sete novos religiosos.




Confira a entrevista completa com o Thaylor e Iorlando e conheça mais sobre suas histórias. 

A12 - Por que decidiu se consagrar a Deus?

Thaylor Bertoli - Parafraseando o Papa Francisco: “onde há os consagrados, há alegria”, optei pela vida religiosa consagrada, porque vejo nela um caminho mais exigente de perfeição para o seguimento de Cristo, de maneira especial, na família redentorista.

A12 - Ao escolher esse estilo de vida; a vocação religiosa, qual é o sentimento que o faz prosseguir neste ideal e estará presente no dia de sua consagração?

Thaylor Bertoli - Ouvindo o chamado de Deus, fui percebendo que apenas Ele pode ajudar verdadeiramente as pessoas. Por isso, o melhor que eu posso fazer é ser canal do seu amor de forma que possam conhecê-lo e saber que Cristo está ao seu lado, que os ama e que quer o melhor para suas vidas. Portanto, o sentimento que estará presente no dia da minha consagração e que levarei para a minha vida de missionário é o do próprio Cristo, “o Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres e proclamar o ano da graça do Senhor.”

A12 - Que mensagem deixa aos jovens, que como você, se veem diante dessa escolha vocacional?

Thaylor Bertoli - A descoberta da vocação não é um caminho fácil, mas que vale a pena. A verdade, é que as melhores coisas da vida não são fáceis de conseguir. A vocação é uma aventura de amor. Não sabemos quais os caminhos que Deus tem preparado para nós, mas uma coisa é certa, sempre teremos o seu amor e a sua companhia ao nosso lado. Ele tem um sonho para cada um de nós; um plano maravilhoso que nos leva à felicidade plena. Vale a pena buscar e acreditar nesse sonho!

A12 - Conte a sua história vocacional e o que o motivou a se tornar um redentorista?

Iorlando Fernandes - Nasci em Pindaré-Mirim (MA), no dia 12 de maio de 1989. Sou o quarto filho de Fernando Lopes Fernandes e Maria da Luz Rodrigues Fernandes, ambos falecidos. No entanto, a partir dos seis meses de vida recebi os cuidados maternos de Efigênia Rosa Ferreira com quem aprendi a amar e a servir a Igreja. Fui batizado, fiz a Primeira Eucaristia e recebi a Crisma na Paróquia São Pedro Apóstolo, na qual ajudei na Pastoral Litúrgica e no Ministério de Música por vários anos. Depois de concluir o Ensino Médio, ingressei na Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos em 2009, na qual permaneci até 2019. Durante esse período, tive a oportunidade de realizar os cursos de Filosofia e Jornalismo, na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação – FAPCOM, na cidade de São Paulo, e de Teologia, na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – Faje, em Belo Horizonte – MG.

Leia MaisO que é o Voto de Perseverança na Congregação Redentorista?O que são votos perpétuos?O que são os votos de pobreza, castidade e obediência?A missão dos Paulinos é evangelizar na cultura da comunicação. Eles trabalham mais nos “bastidores” da evangelização, preparando subsídios para os que trabalham mais na linha de frente de nossas Dioceses, Paróquias e Comunidades. Porém, com o passar do tempo, eu fui sentindo essa necessidade de realizar um trabalho pastoral mais próximo das pessoas. Então, resolvi conciliar o meu gosto e a minha habilidade de trabalhar com os meios de comunicação e usar isso em um trabalho missionário que esteja mais junto das pessoas. É isso que a Congregação Redentorista tem me possibilitado. Estou feliz por estar mais perto do Povo de Deus, anunciando-lhe a Copiosa Redenção, inclusive através dos meios de comunicação.

A12 - A sua preparação para se tornar um redentorista foi um pouco diferente, como foi esse período?

Iorlando Fernandes - Quando me senti provocado a mudar de Congregação, já havia professado os votos religiosos nos Paulinos. No entanto, eu ainda não era professo perpétuo, ou seja, ainda não tinha feito a profissão religiosa definitiva. Em virtude, disso eu precisei fazer o noviciado novamente.

Para que eu tivesse um conhecimento maior da Congregação Redentorista, o Governo Provincial me designou para fazer o noviciado na Comunidade do Santuário Nacional. Desse modo eu conciliaria as atividades específicas do noviciado com o trabalho pastoral na Basílica. No entanto, por causa da pandemia do novo coronavírus, muita coisa teve de ser adaptada à nova realidade pastoral do momento.

Durante alguns meses ajudei em várias celebrações, das quais as pessoas participavam apenas pelos meios de comunicação (TV Aparecida, Rádio Aparecida, Portal A12 e as redes sociais do Santuário). Foi um período bem desafiador, mas muito gratificante, pois sentíamos realmente que os lares das pessoas que rezavam conosco se tornavam extensão da Casa da Mãe Aparecida. Tivemos uma oportunidade ímpar de levar esperança a tantos irmãos e irmãs que não sabiam como lidar com o isolamento social, especialmente os idosos que moravam sozinhos e não podiam ter contato com seus familiares por medo de contrair a doença.

Mesmo com tantas dificuldades, tive a oportunidade de realizar um excelente noviciado. Sou muito grato por tudo que aprendi com o meu mestre de noviciado, Pe. José Ulysses da Silva. Também sou muito agradecido ao padre Eduardo Catalfo, Reitor do Santuário e nosso Superior de Comunidade, que me acolheu muito bem e me envolveu nas atividades pastorais do Santuário desde a minha chegada no dia 24 de janeiro de 2020. Por fim, expresso também minha gratidão aos meus irmãos do Convento Novo. O ardor missionário desses confrades e a boa convivência que tive com todos e cada um deles me convenceram cada dia: vale a pena ser Missionário Redentorista e doar minha vida ao anúncio da Copiosa Redenção.

A12 - A consagração religiosa é uma inquietude de quem deseja fazer de sua vida doação? Como entende a consagração em sua vida?

Iorlando Fernandes - Todos nós, cristãos batizados, recebemos de Jesus a missão de ser sal da terra e luz do mundo, mas alguns de nós, movidos pela graça de Deus, que nos chama e envia, vivem essa missão de modo mais radical, ou seja, doando toda a sua vida, todas as suas forças pela causa do Evangelho, anunciando a Boa-Nova. É isso que nós fazemos ao dar o nosso sim na Congregação Redentorista, aceitando livremente viver castos, pobres e obedientes. Em outras palavras, pela consagração religiosa, somos chamados a ter um coração indiviso, a ser desapegados dos bens materiais e estar sempre disponíveis a realizar os mais diversos tipos de trabalhos que nos sejam confiados. Sabemos que nem sempre é fácil viver isso de forma plena. Por isso, precisamos ser solícitos à graça do Espírito Santo e pedir ao Senhor que nos ajude a ser fiéis ao nosso “sim”, para que assim possamos corresponder à sua vontade não apenas com palavras, mas sobretudo com a nossa própria vida. Só assim viveremos realmente como consagrados e faremos jus a essa condição, que não é apenas um título, mas sim um modo de vida. É assim que eu entendo a consagração religiosa e é assim que eu pretendo vivê-la!

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