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De pai para filha: conheça a história de um padre redentorista

De pai para filha: a história de santidade numa família redentorista

Escrito por Elisangela Cavalheiro

02 SET 2016 - 09H00 (Atualizada em 07 DEZ 2020 - 11H19)

Família é lugar de histórias comoventes e um padre redentorista tem uma história bem emocionante. Francisco Barrecheguren foi casado e dessa união teve uma filha, Conchita Barrecheguren Garcia. Juntos eles buscaram a santidade e podem se tornar santos pela Igreja.  

Uma história de santidade que passou de pai para filha

A pequena Maria da Conceição Garcia – Conchita Barrecheguren Garcia, nasceu em Granada aos 27 de novembro de 1905. Foi batizada aos 8 de dezembro do mesmo ano e recebeu o nome de Maria da Conceição do Perpétuo Socorro. O pai cuidou pessoalmente de sua formação cultural e religiosa, preparando-a para receber os sacramentos. Fé que a ajudou a superar uma doença no aparelho digestivo que sofreu desde a infância. 

Em 1926, depois de uma peregrinação a Lisieux, terra natal de Santa Teresinha do Menino Jesus, decidiu consagrar-se ao Senhor e, nesse período, apareceram sintomas de tuberculose que a deixaram enferma até o fim de seus dias. Morreu serenamente, nas primeiras horas do dia 13 de maio de 1927, assistida pelos pais e pelo bem-aventurado padre Juliano Pozo, mártir redentorista, que a havia sustentado espiritualmente nos últimos dias. 

Francisco Barrecheguren só se tornou um padre redentorista depois do falecimento de sua filha e de sua esposa. Ele nasceu no dia 21 de agosto de 1881. Casou-se em 1904 com Concha García Calvo e com ela teve a sua única filha. Francisco sofreu sua primeira grande perda, em 1927 com a morte da filha Conchita, aos 22 anos. Depois, em 1937, Francisco viveu novamente a dor da perda com a morte de sua esposa.

Anos mais tarde, sentiu-se chamado ao sacerdócio e entrou na Congregação Redentorista, em 1947. Foi ordenado padre em 1949. Viveu serenamente os seus oito anos de padre cuidando da documentação da causa de beatificação de sua filha. Faleceu em 1957, aos 76 anos.  Ele teve seu processo diocesano aberto e encaminhado para o Vaticano em 1993.

Com esse e inúmeros testemunhos de santos de uma mesma família compreende-se porque a instituição familiar é um projeto que Deus quis desde a Criação do mundo. É no testemunho de pais para filhos, da vivência do amor entre si, da conjugação do seu cotidiano nas alegrias e nas tristezas que a santidade encontra lugar. 

Padre Francisco Barrecheguren e Conchita Barrecheguren Garcia são um exemplo, entre tantos, em um mundo que necessita de luzes para a vida em família.

Reprodução.
Reprodução.
Estampas oficiais criadas em vista das causas de beatificação


Rumo ao altar

O processo de Conchita foi aberto em 1938, onze anos depois de sua morte. Esse processo foi atualizado 50 anos depois. Recentemente, em 2017, foi atribuído um possível milagre por sua intercessão e a Diocese de Orihuela, na Espanha, decidiu abrir um processo canônico para avaliar a cura inexplicável.

"Foi santa porque teve um pai santo? Isso dizia o povo. Francisco dirá, com grande humildade, que foi ela, Conchita, que com sua santidade influenciou muito em sua vida cristã. O fato é que os dois são santos e que mutuamente devem ter se ajudado para chegar à santidade. Os dois podem ser modelos e protetores das famílias cristãs", escreveu o padre Juan Pérez Riesco, C.Ss.R, que foi vice-postulador da causa até o ano de 2006. 

Já o processo do pai teve início em 1993. Ele mesmo pode ver o desenvolvimento do processo da filha em vida.

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A causa de canonização do pai e da filha estão sob os cuidados da Congregação do Santíssimo Redentor, sendo responsável o padre Antonio Marazzo, postulador geral. 

Sobre o padre Francisco, o senhor Marino Antequera García, professor de História da Arte, escritor, jornalista e conhecedor como poucos de Granada e seus moradores, diz no processo de beatificação do padre redentorista: 

“Suas notas predominantes eram: bondade, simplicidade, candura. A virtude sobressalente nele foi a humildade; foi um homem que de nada se vangloriou na vida. Como homem era simples, inteiramente como um menino. Comigo era muito ligado, ele era afetuoso e carinhoso com todo mundo. Como cristão, santo, santo de verdade”, assinala. 

Um site mantém informações históricas, fotos e notícias atualizadas sobre a causa de canonização destes dois servos de Deus espanhois: www.barrecheguren.com.

Papa torna pai e filha veneráveis 

No dia 05 de maio de 2020, o Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar os decretos que reconhecem as virtudes heroicas do padre redentorista Francisco Barrecheguren e Conchita Barrecheguren Garcia, sua filha.

Eles agora são veneráveis e a Congregação Redentorista espera a graça de um milagre para sua beatificação. 

Oração para pedir a beatificação: 

Ó, Deus, que para salvar os homens, quisestes que vosso Filho formasse parte da Família de Nazaré, modelo de toda família humana, vos pedimos vos digneis glorificar com a honra dos altares os teus servos Francisco e Conchita Barrecheguren, para que sejam modelo das famílias cristãs e vossos valiosos intercessores diante de vós. Vos pedimos por Jesus Cristo, Nosso Senhor.  Amém.

"Que proveito vamos tirar de ter agido de acordo com a nossa própria vontade e capricho? Por acaso, agradaria a seu mestre o servo que se empenhasse em fazer as coisas apenas como ele bem entendesse e não como seu mestre ordenou? Certamente não! Pois assim, nós não agradaremos a Deus se não cumprirmos a Sua vontade"

Conchita Barrecheguren
Reprodução.
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Restos mortais de filha e pai repousam juntos


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