São João Paulo II e o carisma redentorista

São João Paulo II deixou um grande legado ao mundo. Sua vida e seu pontificado foram marcados por um incansável zelo missionário e profundo amor à Virgem Maria, características muito presentes na espiritualidade afonsiana.

Diversas vezes se estabeleceu uma relação direta entre João Paulo II e a Congregação do Santíssimo Redentor, que mantém vivo o legado de Santo Afonso Maria de Ligório.

Podemos destacar a visita que o Papa realizou às relíquias do Santo em sua Basílica, em Pagani, e também sua ida à Igreja de Santo Afonso, em Roma, local que abriga o ícone original de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

.:: João Paulo II e os redentoristas ::.

O Santo Padre também foi responsável por beatificar diversos redentoristas notáveis:

• Gaspar Stangassinger (24 de abril de 1988);
• Januário Sarnelli (12 de maio de 1996);
• Francisco Xavier Seelos (9 de abril de 2000);
• Mártires Redentoristas Ucranianos (27 de junho de 2001);
• Domingos Metódio (4 de novembro de 2001).

Além disso, São João Paulo II expressou admiração pelo pai espiritual dos Missionários Redentoristas. Durante o Capítulo Geral dos Redentoristas, em 2003, ele descreveu Santo Afonso como “mestre de sabedoria no seu tempo”, que “com o exemplo de vida e com o ensinamento continua a iluminar, como luz refletida de Cristo, luz dos povos, o caminho do Povo de Deus”.

.:: As obras espirituais de Santo Afonso ::.

Essa descrição capta a essência da Congregação Redentorista e a própria visão pastoral de João Paulo II, que ia ao encontro dos fiéis em todos os lugares do mundo.

O carisma redentorista, cuja missão é propagar a Copiosa Redenção e acolher os mais necessitados, possui elementos que se alinham com o pensamento e a ação do Santo Padre.

Santo Afonso também enfatizava a centralidade de Cristo e a devoção mariana como expressão da misericórdia divina, temas recorrentes no pontificado de João Paulo II.

Um trecho da encíclica Redemptoris Mater, de 25 de março de 1987, ilustra bem essa conexão:

“Por isso, Maria tornou-se não só a “mãe-nutriz” do Filho do homem, mas também a “cooperadora generosa, de modo absolutamente singular”, do Messias e Redentor. Ela ― como já foi dito ― avançava na peregrinação da fé e, nessa sua peregrinação até aos pés da Cruz, foi-se realizando, ao mesmo tempo, com as suas ações e os seus sofrimentos, a sua cooperação materna e esponsal em toda a missão do Salvador”. 

Embora seja dedicada à Bem-Aventurada Virgem Maria na vida da Igreja peregrina, o destaque dado à maternidade espiritual de Maria e ao seu papel na obra da Redenção é semelhante à piedade mariana e cristocêntrica de Santo Afonso.

Este trecho da encíclica demonstra não apenas a maternidade espiritual de Maria, mas também o seu papel como colaboradora na obra da Redenção, assim como está expresso nas obras de Santo Afonso.

São João Paulo II e os Missionários Redentoristas compartilham uma visão comum de Igreja. A devoção mariana, a centralidade da misericórdia e o zelo missionário foram pontes que uniram o Papa polonês à herança de Santo Afonso.

.:: São João Paulo II: o verdadeiro missionário é o santo ::.