Neste domingo (15), o Santuário Nacional acolheu a Romaria da Pastoral da Sobriedade, uma ação concreta da igreja na prevenção e recuperação da dependência química. O grupo realizou um congresso neste fim de semana, em Aparecida que culminou na celebração das 8h, no Altar Central.
A Santa Missa foi presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes e concelebrada pelo bispo Dom Nelio Domingos Zorteia, referencial da pastoral da Sobriedade na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelos demais sacerdotes presentes.
Dom Orlando iniciou sua homilia saudando e agradecendo o trabalho tão importante da pastoral da sobriedade.
“Muito obrigado por esse trabalho tão corajoso e de tanta esperança na recuperação dos drogados. Estão nos dando esse testemunho: Drogado pode ser recuperado. Na sua pessoa saúdo a toda a bendita pastoral da sobriedade”.
Em seguida continuou sua reflexão sobre a leitura deste domingo, destacando a necessidade de conhecer Jesus diariamente.
“A leitura de hoje fala de um assunto só, o assunto é esse: conhecer Jesus. Vocês acham que eu conheço Jesus? Estou conhecendo e eu não sou criança, tenho 78 anos, estou crescendo cada dia no conhecimento de Jesus, porque conhecer Jesus não é uma teoria, não é uma ideologia, e uma experiência, é um encontro transformante e transfigurante. Em cada oração, em cada palavra da escritura, nós vamos sempre conhecendo Jesus”.
O arcebispo deu continuidade refletindo o assunto abordado nas leituras:
“Na Bíblia, o verbo conhecer é ser íntimo, é ser amigo, é seguir Jesus e por isso mesmo conhecer Jesus para seguir Jesus. O que as palavras que ouvimos hoje nos ajudam? A conhecer Jesus!
Primeira leitura Jesus dizendo: o Pai é meu auxiliador e eu sei que vou sofrer, então a sagrada escritura desde o antigo testamento nos está apontando para Jesus. Na segunda leitura, conhecer e seguir Jesus é ter uma fé, mas não é uma fé teórica, é uma fé prática, olha o que falou a leitura: vem um pobre, um doente, um drogado, eu digo Deus te abençoe, até logo, vai embora e seja feliz. Isso é falso isso não é fé, a fé sem obras é morta. Na nossa fé e nas nossas boas obras nós vamos conhecendo Jesus”.
Ele deu sequência, refletindo sobre o Evangelho do dia, que nos conta sobre a fé de maneira rasa, dando o exemplo de Pedro, que achava conhecer Jesus de forma profunda. E explicou que quando Jesus pergunta: quem eu sou? A resposta foi uma confusão e que hoje ainda somos assim. Quando Pedro respondeu que Jesus era o Messias, ele acertou, mas não bastava, pois não o conhecia profundamente.
“Vendo que Pedro tinha boa vontade, mas não tinha profundidade, Jesus disse: querido, você quer me conhecer e quer me seguir. Primeira coisa: renuncie-se a si, trabalhe o teu ego, porque o nosso ego é doente, é inflado. Nós temos o ego de Adão, Adão teria onipotência, tudo o que vemos de guerra é onipotência de um ego adâmico, farisaico, porque o ego do fariseu nunca aceitou Jesus”.
É preciso reconhecer nossa humildade, reconhecer que somos pequenos, e devemos pedir ajudar ao Senhor para que Ele nos ajude a sermos pequenos, humildes, para que Ele nos ajude a servir os irmãos. Não podemos ser egoístas, é preciso constantemente fazer uma autoanalise, para sermos melhores a cada dia.
“Jesus coloca o dedo na ferida, renuncia-te a ti mesmo, tome a cruz, porque sem renúncias, nós não abraçamos a cruz. A pastoral da sobriedade abraçou uma das cruzes mais difíceis, acreditar na recuperação de todos os dependentes químicos. Ó, gente de esperança, gente de fé, gente de caridade, gente que tem um ‘eu’ bem humilde e por isso espera vencer esse Golias que é o tráfico de drogas. Jesus, contigo queremos crer na recuperação, contigo ouvindo a palavra do papa, vamos cuidar, cuidar da fragilidade”.
E assim Dom Orlando encerrou sua homilia, agradecendo e reconhecendo mais uma vez o trabalho importante e bonito da Pastoral da Sobriedade e pedindo a Deus que nos ajude a sermos humildes, caridosos e servos do Senhor.
Confira a galeria de fotos da celebração:
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