Já nos inícios de Israel como povo, ainda no deserto rumo à terra prometida, Deus Se revelava como Alguém deles, para eles: “Eu estarei diante de ti” (Ex.17,6). Mas, levado por Seu amor, Deus queria viver uma presença mais sensível, palpável para o povo, e assim providencia que se construa a tenda da reunião. Ali ficava a Arca da Aliança.
E propiciatório era a tampa da Arca. Assim, um dia Deus propõe a Moisés: “porás o propiciatório em cima da Arca, e dentro dela guardarás o testemunho que te darei. Aí me encontrarei contigo, e de cima... do meio dos dois querubins... eu te comunicarei tudo o que ordenarei a respeito dos filhos de Israel” (25,21-22).
Porque guardava a Arca em seu interior, a tenda da reunião tornava-se o local normal do encontro Deus-povo: “À entrada da tenda da reunião, diante de Javé, (aí) vos encontrarei para falar contigo. Eu me encontrarei com os israelitas nesse lugar, que será consagrado por minha glória..." “Habitarei entre os israelitas e serei seu Deus. “E eles saberão que eu, Javé, sou seu Deus, que os tirou da terra do Egito para habitar entre eles: eu, Javé, seu Deus” (29,42-43.45-46). Que grandioso: liberta-os para morar entre eles!
Mas, essa Sua presença no meio de Seu povo dava identidade não só a Ele-Deus, mas igualmente ao povo, distinguindo-o do conjunto das nações: “Moisés disse a Javé: ‘Vós me dizeis: conduze este povo... Conheço-te pelo nome e encontraste graça a meus olhos’. Pois bem, se encontrei graça a vossos olhos, dai-me conhecer vossos caminhos, para que eu vos conheça e encontre graça a vossos olhos. Considerai que esta nação é vosso povo’. “Javé respondeu: ‘Eu mesmo virei e te darei descanso’. Replicou Moisés: ‘Se não vierdes pessoalmente, não nos mandeis sair daqui; pois como se saberá que encontramos graça a vossos olhos eu e vosso povo, senão pelo fato de irdes conosco? Assim nos distinguiremos, eu e vosso povo, de todos os povos que existem sobre a face da terra’” (33,12-16).
Conviver com Deus, deixar-se moldar por Ele, para assim O testemunhar a estas mesmas nações! Mas, havia um forte entrave para essa promissora presença divina: “Javé disse a Moisés: ‘Vai, sobe daqui tu e o povo que tiraste da terra do Egito, para a terra que prometi com juramento a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: ‘À tua posteridade a darei’. ‘Enviarei diante de ti um anjo... Sobe para essa terra onde corre leite e mel. Mas eu não subirei no meio de ti, porque és um povo de cabeça dura; do contrário, eu te exterminaria no caminho” (33,1-2a).
Felizmente Moisés já experimentara e assim conhecia o “ponto fraco” de Deus: Sua infinita misericórdia a superar nossas maiores fraquezas. E apoiado nessa divina fraqueza, intercede pelo povo: “Senhor, se encontrei graça aos vossos olhos, que meu Senhor Se digne caminhar no meio de nós. Certamente é um povo de cabeça dura, mas perdoai nossas culpas e nossos pecados e aceitai-nos como vossa herança” (34,9).
Deus vem ao nosso encontro, mas que procuremos igualmente a Ele, a Sua convivência! Assim, representando o povo, Aarão, o sacerdote, vai ao encontro de Deus na tenda, com os nomes dos israelitas gravados no peitoral “para memória diante de Javé continuamente” (28,29). Ele é o Immanu-El, Deus conosco! Ele, o Deus-convivência conosco; nós, o povo-convivência com Ele!
Após a peregrinação pelo deserto, e já na terra da promessa, a tenda da reunião se tornará o templo de Jerusalém, o lugar privilegiado do encontro Deus-povo: “Javé, gosto da casa onde morais e do lugar onde reside vossa glória” (Sl 26,8).
O Amor sempre Se supera no amar. Morava entre nós, num templo, agora vem morar em nós! “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3,16).
1. “O meu prazer é estar com os filhos dos homens”: experimento este Deus em minha vida?
2. Hoje, que habitação Deus mais procura na terra?
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