“Com Maria, viver a Eucaristia, fonte de comunhão, de participação e de missão.” Esse foi o tema do 5º dia da Novena Solene da Padroeira, celebrado na noite desta terça-feira (7), no Santuário Nacional de Aparecida. A celebração foi presidida pelo Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF), e contou com a condução do Pe. Ferdinando Mancilio, C.Ss.R., prefeito de Igreja do Santuário Nacional.
Concelebraram o momento oracional o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes; o Pe. José Luiz Menezes, presidente da Fazenda da Esperança e oficiante da Palavra; o Pe. Jorge Américo, C.Ss.R., prefeito de Igreja e oficiante da Imagem; e o Pe. Adam Rapala, ecônomo adjunto do Santuário e oficiante do Santíssimo Sacramento.
O reitor, Pe. Eduardo Catalfo, C.Ss.R. também participou da celebração, ao lado do Pe. Marlos Aurélio, C.Ss.R., Superior Provincial da Província Nossa Senhora Aparecida, Pe. Pablo Vinícius, C.Ss.R., diretor-adjunto do Portal A12, bem como o Pe. Wallison Rodrigues, autor do Hino da Novena e Festa da Padroeira deste ano, entre outros missionários redentoristas e demais religiosos.
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Thiago Leon
Maria, mulher eucarística
Durante a reflexão, o Cardeal Paulo Cezar destacou a íntima ligação entre Maria e a Eucaristia. “Estamos olhando para Maria, mulher eucarística”, afirmou. “Jesus instituiu a Eucaristia, mas aquilo que Ele celebrou na última ceia, Ele viveu na cruz. E quem estava aos pés da cruz? Maria”, lembrou.
O arcebispo de Brasília explicou que a cruz é o ápice do amor e que Maria, ali presente, participou das dores e da entrega do Filho. “A cruz é o momento do maior amor. Se Ele fez da sua vida um dom de amor, na cruz está a síntese”, disse. “A mulher que estava aos pés da cruz se torna Mãe, porque recebe, na pessoa do discípulo, todos nós.”
Thiago Leon
Eucaristia: comunhão que transforma
Dom Paulo Cezar enfatizou que a Eucaristia é um mistério de amor que transforma quem a recebe:
“Quem comunga a Eucaristia comunga o amor de Cristo, e esse amor nos transforma, nos coloca em saída, nos compromete com os outros”, afirmou.
Recordando Santo Inácio de Antioquia, explicou que a Eucaristia deve “nos cristificar”: fazer-nos assumir as afeições de Cristo: Sua compaixão, misericórdia e proximidade.
“A Eucaristia não pode ser um alimento mágico na nossa vida. Ela tem que ir nos comprometendo. Quem comunga a Eucaristia não pode ficar inerte diante do sofrimento do outro. Se a Eucaristia vai nos cristificando, é preciso que quem comunga vá assumindo as afeições de Cristo”
Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília/DF
O amor vence a indiferença
Inspirado em São Paulo, o Cardeal lembrou que “quem comunga o Corpo de Cristo, vai se tornando o Corpo de Cristo”. Para ele, isso significa ser presença viva na comunidade e comprometido com a missão da Igreja. “Comungar o amor de Cristo não pode te deixar indiferente diante da dor do irmão. O amor dilata o coração e tira da indiferença”, afirmou.
Ele alertou que o pecado da indiferença é uma das maiores tentações do cristão:
“A pior coisa é a indiferença. O rico do Evangelho não via o pobre à sua porta; o tornava invisível. Mas quem comunga a Eucaristia não pode tornar o outro invisível. O outro tem rosto, tem nome, é amado por Deus como eu.”
Ao citar Santo Agostinho, Dom Paulo recordou que quem recebe o Corpo de Cristo é chamado a ser Igreja viva: “Comungar o Corpo de Cristo te compromete com a Igreja, com a comunidade, com a missão. A Eucaristia deve ir plasmando nossa vida e dilatando o coração no caminho do amor.”
Encerrando a reflexão, o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa fez um apelo à vivência prática da fé:
“Que esta noite nos ajude a nunca sermos indiferentes diante do outro que sofre, diante daquele que necessita do nosso amor.”
Testemunho e gesto concreto
O momento do testemunho missionário da celebração recordou o martírio de São Mateus Moreira, patrono dos Ministros Extraordinários da Comunhão, que morreu proclamando: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”. Também foi recordado o testemunho do jovem São Carlo Acutis, que viveu uma profunda amizade com Jesus Eucarístico e caridade concreta com os pobres.
Como gesto concreto deste 5º dia, os devotos foram convidados a doar farinhas e grãos (milho, trigo, fubá, lentilha, grão-de-bico, entre outros), simbolizando a partilha que brota da comunhão eucarística. A procissão da caridade foi seguida pela bênção do Santíssimo Sacramento e pela Consagração a Nossa Senhora Aparecida, com a Oferta das Flores finalizando a celebração desta noite.
Reveja:
Reflita o tema deste 5º dia da Novena em honra a Nossa Senhora Aparecida
Na reflexão do tema de hoje, somos chamados a refletir o tema “Com Maria, viver a Eucaristia, fonte de comunhão, de participação e de missão!”; e o Pe. Ferdinando Mancílio reflete a missão do cristão batizado, que é viver a Eucaristia, servir e anunciar o Evangelho.
“Deus quer que nós participemos do mistério da Eucaristia, toda história da Salvação é feita de comunhão. Deus com os homens, os homens com Deus e todos aqueles que Deus foi escolhendo para realizar a história da Salvação. E junto dessa verdade, da participação, está também a nossa missão, como cristãos batizados, com o sacerdócio batismal nós temos de assumir a missão do anúncio de Jesus na realidade em que nós vivemos”.
Assista à reflexão:
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