A última referência direta que encontramos da Mãe do Senhor encontra-se em At 1,12-14. Os apóstolos voltam para Jerusalém e se reúnem em oração com Maria, algumas mulheres e outros parentes de Jesus.
Essa imagem bíblica é o ícone de Maria na comunhão da Igreja, que reconhece a Mãe de Jesus como a testemunha mais fiel do mistério da encarnação do Verbo na história, pelo poder do Espírito Santo. Mas vem chegada a hora em que a Igreja irá se “encarnar” na mesma história pela força do Espírito Santo (At 2,1-11). E Maria estará presente. Junto com Ela estarão homens e mulheres e o primeiro colégio dos Apóstolos, encabeçados por Pedro.
A Igreja não nasce sem o testemunho de Maria, sem a presença de mulheres e sem os apóstolos. A Igreja que brota do mistério de comunhão da Santíssima Trindade encontra nessa reunião da Comunidade de Jerusalém o lugar de sua concretização na história.
Desse modo, podemos dizer com responsabilidade, que a apostolicidade da Igreja, observada de um modo muito particular pela sucessão do bispo de Roma, tem, nas suas raízes bíblicas, a pessoa e o testemunho de Maria.
Vale lembrar o que nos ensina o jesuíta Francisco Taborda:
“'A sucessão apostólica no ministério episcopal é um sinal da apostolicidade da Igreja, não a própria apostolicidade'. Mas não qualquer sinal e sim um 'sinal essencial' que jamais pode faltar. No Credo não proclamamos a apostolicidade do ministério, mas da Igreja: 'creio a Igreja una, santa, católica e apostólica'.”
O “sinal essencial” da apostolicidade da Igreja tem a marca da presença da Mãe do Senhor, como testemunha da encarnação e imagem da Igreja desde suas origens. Essa marca mariana irá acompanhar os bispos da Igreja de modo muito marcante, pois no zelo episcopal da vigilância em relação à Tradição, a figura de Maria será custodiada com muita diligência.
Os dogmas marianos nos falam desse cuidado para com Mãe do Senhor. O dogma da maternidade divina de Maria nasce do rigor dogmático dos bispos que presidiam as sedes da Igreja antiga que, mesmo em grave desentendimento, buscavam a verdade da fé. O mesmo vale para a definição do dogma da virgindade perpétua de Maria.
Seria gigantesca a lista de documentos emanados do magistério papal que nos falam de Maria. Mas, de modo muito particular, queremos lembrar o zelo do Bispo de Roma, nas figuras de Pio IX e Pio XII, na proclamação dos dogmas da Imaculada Conceição (1854) e Assunção de Maria (1950), respectivamente, que nos mostram o tanto que os papas foram autênticos intérpretes das Escrituras e do sensus fidei, o senso de fé de todo o povo de Deus.
Maria esteve no começo da sucessão apostólica, acompanhou com amor toda a apostolicidade da Igreja na figura de cada papa e permanece como Mãe zelosa diante do ministério que sempre teve zelo e amor por sua pessoa, que é o ministério petrino, na figura do Bispo de Roma.
Fr. Jonas Nogueira da Costa, OFM
Associado da Academia Marial de Aparecida
Fonte: TABORDA, Francisco. A Igreja e seus ministros. Uma teologia do ministério ordenado. São Paulo: Paulus, 2011, p. 176.
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