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Advento: tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera

Escrito por Academia Marial

28 NOV 2014 - 00H00 (Atualizada em 02 DEZ 2021 - 08H05)

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Advento, tempo de espera, caracterizado pela presença marcante de Maria, como aquela que soube viver a espera: “De maneira singular esperou a realização das promessas de Deus, acolhendo na fé e na carne, Jesus, o Filho de Deus, em plena obediência à vontade divina.” , assim expressou Bento XVI

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É, pois, o tempo mariano por excelência do Ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda autoridade na Marialis Cultus. Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano prenatalício.

No Advento se recupera plenamente este sentido com uma série de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:

- Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.

- a solenidade da Imaculada Conceição se celebra como “preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga (“Marialis Cultus 3).

- entre os dias 17 e 24 o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas,  em algumas orações, como a do dia 20 de dezembro que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena ou na oração sobre as oferendas do IV domingo que é uma epíclesis significativa que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal, em um paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.

A figura da Virgem do Advento:

- é a “Cheia de graça”, a “bendita entre as mulheres”, a “Virgem”, a “Esposa de Jesus”, a “serva do Senhor”.

- é a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação.

- é a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel.

- é a Virgem do Fiat, a Virgem fecunda. É a Virgem da escuta e acolhe.

Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre em sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata d’Aquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria, a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.

Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no “Fiat” antecipa o Maranathá da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, tornou possível seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.

À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora “como uma Maria histórica” que possui e dá aos homens, a presença e a graça do Salvador.

A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem. 

Fonte: Aci Digital

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