Por Academia Marial Em Artigos Atualizada em 17 JUN 2020 - 09H18

Imaculado Coração de Maria: compaixão e serviço


Shutterstock/ Immaculate
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“Aqui servimos a Igreja de teu Filho junto ao teu Imaculado Coração”
(Canto de Ir. Miria Therezinha Kolling)

No sábado seguinte à Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebramos a memória do Imaculado Coração de Maria. A Igreja sempre dispensou especial atenção ao coração da Mãe de Jesus, atenta àquilo que as Escrituras falam sobre a observância da Virgem em relação à vontade divina, a qual cultivava de modo exemplar e único em seu coração puríssimo e disponível: “Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração” (Lc 2, 19); “Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração” (Lc 2, 51).

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A partir do período medieval, santas, santos, beatas e beatos que tiveram particular devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, inclusive com experiências místicas e visionárias, tornam-se grandes referências e incentivadores dessas devoções para os séculos seguintes. De fato, o culto ao Coração Imaculado de Nossa Senhora torna-se mais difuso a partir do século XIX, quando a Igreja oficializa as celebrações litúrgicas em sua honra. A partir das aparições de Fátima, em 1917, a prática da comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados – dia especialmente consagrado à Virgem Santíssima – reforça a devoção ao coração de Maria.

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Queremos, contudo, nos fixar na simplicidade/imensidão do coração de Maria expressas nos trechos de algumas canções marianas, embasadas, certamente, nos versículos bíblicos expostos no início deste escrito e que evidenciam a discrição e, ao mesmo tempo, a solicitude do coração de Maria de Nazaré, Mulher, Mãe e Esposa que viveu as agruras de seu tempo, todavia manteve o coração em sintonia incomparável com o de seu Filho e Senhor. Referimo-nos a estes conhecidos versos, tão singelos e, simultaneamente, tão profundos (tal qual o próprio coração da Mãe de Deus):

1 – “Imaculada, Maria de Deus, CORAÇÃO POBRE acolhendo Jesus”; “Um CORAÇÃO que era ‘sim’ para a vida, / um CORAÇÃO que era ‘sim’ para o irmão, / um CORAÇÃO que era ‘sim’ para Deus, / Reino de Deus renovando este chão”, de J. Tomas F. e Frei Fabreti (maiúsculas nossas);

2 – “CORAÇÃO acolhedor da Palavra, / educador da fé, / inspirador da missão. / Maria, transborda tua paz! / Vem consolar os aflitos hoje e sempre, os filhos teus, / pois só tu és, ó Maria, / REFLEXO DO CORAÇÃO MATERNO DE DEUS”, de Julio Ricarte (maiúsculas nossas);

3 – “No CORAÇÃO DE MARIA, no olhar doce e terno, / sempre tiveste na vida um apoio materno”, de Dom Navarro e Waldeci Farias (maiúsculas nossas).

Hana Stepanikova/Shutterstock
Hana Stepanikova/Shutterstock

Tais composições motivam-nos muitas reflexões... Ora, Maria, que conservava tudo em seu coração, estava intimamente ligada ao coração de Jesus. São indissociáveis os corações de Jesus e de Maria. Amavam-se mutuamente e de forma inigualável, como Filho e Mãe. E Maria, unida a seu Jesus, é a maior colaboradora do plano salvífico do Pai. Peregrina pelas estradas de Nazaré e de outros lugares com Cristo, hoje Ela é caminheira junto à comunidade cristã como Mãe da Igreja.

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Seu coração é expressão do amor materno de Deus Pai pelo seu povo escolhido, pela humanidade sofredora. Porque seu coração estava absolutamente aberto ao Espírito, Maria enfrentou com fé determinada e inabalável os desafios de seu tempo e, nestes nossos dias, ensina aos seus filhos como serem fiéis ao discipulado de Jesus. Com efeito, já que seu coração padeceu (cf. Lc 2, 35), Maria compreende nossas dores e se faz solidária em nossos sofrimentos.

Os corações de Jesus e de Maria amam-nos e sofrem conosco e por nós, têm compaixão. Muitos, talvez, perguntem-se: “Onde está Deus, que não vê o que estamos passando, que nada faz para amenizar este sofrimento?”.

A bem da verdade, a pandemia e qualquer outra intempérie por que passemos não são da vontade de Deus, que nos deseja a vida em plenitude (cf. Jo 10,10). Tampouco são castigos ou punições enviadas pelos céus. E onde está Deus então? Uma vez que seu coração sente compaixão de nós, Ele está morrendo nos hospitais, está chorando na pessoa dos pobres, dos presos e dos migrantes, sofre e padece na pele do seu povo oprimido (cf. Mt 25, 31-46): está mais próximo de nós do que pode-se imaginar!

.:: Oração ao Sagrado Coração de Jesus

O coração materno de Maria, transpassado por uma “espada de dor”, como vemos na imagem de Nossa Senhora das Dores, ou cercado de espinhos, como na imagem da Virgem de Fátima, igualmente sofre por nós e conosco, seus filhos: com aqueles que enterram seus mortos, com os que são refugiados, com os que morrem de fome, com os que são vítimas da doença, da violência, da perseguição, do egoísmo que explora, escraviza e visa ao lucro – frutos do pecado. Do coração da Mãe de Jesus brota uma chama que não se apaga.

.:: Unidos ao Coração Imaculado de Maria

Aquela que gerou o Amor não cessa de amar e ser solidária quando tudo parece perdido, quando humanamente nada mais resta a ser feito.

Ela age e intercede em favor de nossa humanidade pecadora e necessitada. Seu coração é bondoso e generoso, atento e providente, por isso, na Arte Sacra, está anelado por uma coroa de rosas, sinal da glória e do poder que lhe foram dados pelo próprio Criador e expressão do louvor que lhe é devido por nós, seus filhos adotivos, irmãos de Jesus, nosso Redentor.

Fazer nosso coração semelhante ao de Jesus, como se clama naquela jaculatória, é compadecer-se dos irmãos e resgatar a dignidade que é direito de todas as gentes e desejada pelo Libertador, como, continuamente, motiva-nos o Papa Francisco.

.:: Imaculado Coração de Maria: Todo de Deus pelo bem da humanidade

Tenhamos, assim, um coração semelhante ao Sagrado Coração de Jesus, ao Castíssimo Coração de São José e ao Doce e Imaculado Coração de Maria, Mulher forte do Evangelho, que, como na Visitação (cf. Lc 1, 39) ou durante o casamento em Caná (cf. Jo 2, 1-11), vai ao encontro dos que necessitam de seu socorro, sobremaneira nos momentos históricos e dramáticos de penúria, guerra, escravidão, perseguição, carestia e epidemia: Virgem das Mercês, de Guadalupe, Aparecida, de Lourdes, de Fátima, dos Pobres... E quando fatigados, reclinemo-nos no regaço de nossa Mãe e Senhora e sintamos seu coração pulsar de amor por nós...

Leonardo Caetano de Almeida
Associado da Academia Marial de Aparecida

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