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Palavra do diretor: Maria, a senhora da Páscoa

Pe. Rosivaldo Motta, C.Ss.R, reflete sobre a participação da Virgem Maria na Páscoa de seu Filho, Jesus Cristo: "Maria é testemunha silenciosa da Ressurreição"

Escrito por Padre Rosivaldo Antônio Motta, C.Ss.R.

20 ABR 2025 - 09H00

TSViPhoto I shutterstock

Faz parte da nossa fé, vivenciada desde a infância — na família, na catequese, no dia a dia das nossas comunidades —, a presença de Maria ao lado de Jesus. Por isso, ao rezar o “Pai-nosso”, logo sentimos a necessidade de uma “Ave-Maria”. Nada mais justo do que reconhecer a importância da mulher que acompanhou Jesus desde a manjedoura até a cruz. Mas o que nos leva à reflexão é o fato de Maria não ser mencionada explicitamente nos relatos das aparições de Jesus ressuscitado.

Podemos perguntar: como poderia Jesus, o Filho amoroso e obediente, não consolar sua Mãe, que permaneceu fiel até o fim? Maria é testemunha silenciosa da Ressurreição. De que maneira? Através da fé verdadeira, que não precisa de sinais para acreditar, mas se sustenta na confiança na Palavra de Deus. É como dizer, acrescentando à conhecida frase de Maria nas Bodas de Caná: Fazei tudo o que a Palavra de Deus vos mandar, pela boca do meu Filho.

O questionamento da ausência de Maria nas narrativas das aparições do Ressuscitado já foi refletido e respondido por muitos teólogos, religiosos e pela piedade popular. Veja o que diz o teólogo dominicano Frei José Maria Lagrange:

““A piedade dos filhos da Igreja tem por certo que Cristo ressuscitado apareceu primeiro à sua Santíssima Mãe. Ela O alimentou com seu leite, guiou-O durante a infância, por assim dizer, apresentou-O ao mundo nas Bodas de Caná e não tornou a aparecer senão aos pés da Cruz. Mas Jesus consagrou somente a Ela e a São José trinta anos de sua vida oculta: como não dedicaria somente a Ela o primeiro instante de sua vida oculta em Deus? Não havia interesse em divulgar esse dado nos Evangelhos; Maria pertence a uma ordem transcendente, na qual está associada, como Mãe, à paternidade do Pai em relação a Jesus. Submetamo-nos à disposição do Espírito Santo, deixando esta primeira aparição de Jesus às almas contemplativas.”” Frei José Maria Lagrande

Movida pela esperança nas promessas do Pai, Maria não se desesperou na escuridão do Calvário, porque já via, com os olhos da alma, o nascer da Páscoa. Nós também somos chamados a ser testemunhas da Ressurreição. Em meio às desesperanças do mundo, devemos refletir, à luz do Ressuscitado, a força da Esperança que brota dessa “Chama Viva”.

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