Intitulado de “A Rainha da Paz”, foi publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé a nota sobre a experiência espiritual ligada a Medjugorje. O documento conclui o que é destacado como um “uma longa e complexa história em torno aos fenômenos espirituais de Medjugorje”, e ainda ressalta a complexidade acerca do assunto, “história em que se sucederam opiniões divergentes de Bispos, teólogos, comissões e analistas”
A nota de mais de 20 páginas reconhece os frutos positivos desta experiência e autoriza os fiéis a adesão de forma prudente, porém, não declara ser um fenômeno sobrenatural, “ainda que isto não implique uma declaração do caráter sobrenatural do fenômeno em questão (cf. Normas, art. 22, § 2)”. O texto é assinado pelo Cardeal Víctor Manuel Fernández e pelo monsenhor Armando Matteo, prefeito e secretário da seção doutrinal do Dicastério para a Doutrina da Fé, com autorização do Papa Francisco em agosto passado.
Os frutos positivos: oração, conversão e vocação
Crescente e numerosas as peregrinações aos lugares dos eventos originários se revelam como “uma sadia prática da vida de fé, de acordo com a tradição da Igreja”, classifica a nota que ainda destaca seus frutos positivos, “as abundantes conversões”, a intensa oração e o aprofundamento da vivência de fé bem como o retorno à prática dos sacramentos da confissão e eucaristia. Destacam-se ainda as “numerosas vocações à vida presbiteral, religiosa e matrimonial”, as reconciliações e renovações matrimoniais.
As mensagens reveladas: “A Rainha da Paz”
O parecer ressalta os aspectos centrais das mensagens transmitidas, a Virgem se revela sob o título de “Rainha da Paz” (cf. mensagem de 16.06.1983), o que segundo o documento oferece uma visão teocêntrica, “e muito rica da paz, que não significa somente a ausência de guerra, mas possui um sentido espiritual, familiar e social. A paz de que se fala se realiza sobretudo através da oração, mas se difunde também através do empenho missionário”.
Unidos à Deus
As mensagens de Medjugorje ressaltam ainda a centralidade de Deus, com um frequente convite ao abandono total n’Ele: “Caros filhos, convido-vos ao abandono total em Deus. Tudo aquilo que possuís esteja nas mãos de Deus. Somente assim tereis a alegria no coração.” (25.04.1989). E a proximidade de seu amor, “É por isso que estou convosco, para ensinar-vos e aproximar-vos do Amor de Deus.” (25.05.1999).
Cristo, autor da graça e salvação
Maria ainda salienta claramente seu papel como intercessora, apontando ao Cristo e motivando-nos ao encontro pessoal com Ele: “Ele vos dará a força e a alegria neste tempo. Eu estou próxima de vós com a minha intercessão” (25.11.1993). “Convido-vos a inflamar os vossos corações sempre mais ardentemente de amor para com o Crucificado e não esqueçais que por amor de vós deu sua vida, para que fôsseis salvos” (25.09.2007).
Esclarecimentos a possíveis interpretações
O documento inclui alguns esclarecimentos necessários “para evitar que este tesouro de Medjugorje seja comprometido”, e alerta a prudência, “os fiéis devem ser atentos e prudentes ao interpretar e difundir as presumidas mensagens.”
Alguns pontos das mensagens são destacados e esclarecidos para que não haja uma interpretação errônea, em alguns trechos as mensagens são dirigidas em especificamente à paróquia, neles Nossa Senhora parecer desejar exercer um “particular cuidado”, “hoje é o dia em que queria parar de dar-vos mensagens porque alguns não me acolheram. A paróquia, porém, fez progressos e desejo dar-vos mensagens como jamais antes em nenhum lugar na história desde o início do mundo” (04.04.1985). O documento pontua que, “tais repetidas exortações direcionadas aos paroquianos são uma compreensível expressão do intenso amor dos presumidos videntes em relação à sua comunidade paroquial”.
Outro ponto a ser esclarecido é o que se pode ser considerado como “Auto-exaltação” de Nossa Senhora, “cada um de vós é importante no meu plano de salvação” (25.05.1993). O documento reafirma, como o magistério da Igreja, a adesão total de Nossa Senhora ao plano salvífico – único – do Pai, “Maria não tem um plano todo seu para o mundo e para a Igreja. Em consequência, estas mensagens podem ser interpretadas somente neste sentido: que Nossa Senhora assume plenamente os planos de Deus até o ponto de exprimi-los como próprios”.
Conclusão final
O texto conclui com o parecer “nihil obstat” (nada obsta) acerca do evento espiritual, o que autoriza o seu culto público, recordando que os fiéis não são obrigados a crer nele. O documento segue instruindo os fiéis, “além disso, a avaliação positiva da maior parte das mensagens de Medjugorje como textos edificantes não implica declarar que tenham uma direta origem sobrenatural. Em consequência, quando nos referimos às ‘mensagens’ de Nossa Senhora, deve-se entender sempre ‘presumidas mensagens’”, outro ponto destacado na conclusão final é que a peregrinação a Medjugorje não tem como o objetivo o encontro com os presumidos videntes, os quais a nota não implicou um juízo acerca da vida moral, “mas para ter um encontro com Maria, Rainha da Paz e, fiéis ao amor que ela experimenta por seu Filho, para encontrar Cristo”.
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