A dúvida sobre o que significa adorar e venerar é comum entre católicos e costuma surgir diante da presença das imagens, festas de santos e práticas de devoção. Afinal, o católico adora os santos? A resposta é clara: adora-se somente a Deus. Os santos, por sua vez, são venerados, ou seja, honrados como amigos de Deus e exemplos de fé.
Segundo o Padre José Carlos de Melo, conhecido como Pe. Carlinhos, “os santos são para nós modelo de virtudes e santidade, oferecendo exemplos concretos de como viver de acordo com os ensinamentos de Jesus”.
Cada um deles enfrentou dificuldades e desafios, mas perseverou até o fim. Alguns santos enfrentaram o martírio; outros, a conversão profunda. “Ser santo não significa ser perfeito desde o nascimento, mas ser alguém que busca constantemente a graça divina”, afirma o sacerdote que atua na Arquidiocese de Aparecida.
Desde os primeiros séculos, os cristãos têm amor e respeito pelos santos. Eles são intercessores, que levam a Deus as orações dos fiéis. O Catecismo da Igreja Católica (n. 956) recorda: “Eles não cessam de interceder a nosso favor, diante do Pai, apresentando os méritos que na terra alcançaram, graças ao Mediador único entre Deus e os homens, Jesus Cristo”.
O Padre Carlinhos explica que “o louvor dos santos redunda em louvor e glória de Deus, pois os santos são obras-primas da sua sabedoria, bondade e poder.” Quando honramos os santos, reconhecemos a ação de Deus na vida deles e pedimos que intercedam por nós.
Essa prática é antiga. No século II, os cristãos já celebravam os aniversários de martírio dos santos e rezavam junto aos seus túmulos, como mostram as cartas sobre São Policarpo e as inscrições encontradas nas catacumbas. O Concílio de Niceia II (787) confirmou oficialmente essa tradição, distinguindo o culto de latria (adoração) devido apenas a Deus, do culto de dulia (veneração), prestado aos santos.
Papa Francisco diante da imagem de São José com o Menino Jesus
O Padre explica que “a palavra veneração é derivada do latim veneratio, que significa honrar”. É o culto prestado aos santos e anjos, que são servos de Deus. Entre eles, São José tem um lugar especial, recebendo o culto de protodulia, acima dos santos e abaixo de Maria; e a Virgem Maria, por ser Mãe de Deus, recebe o culto de hiperdulia, o mais alto entre os santos.
Já a adoração, do latim adoratio, é o culto prestado somente a Deus. “Adorar a Deus é reconhecê-Lo como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto existe, Amor infinito e misericordioso”, recorda o Catecismo da Igreja Católica (n. 2096).
Portanto, quando o católico se ajoelha diante de uma imagem, ele não adora a imagem, mas venera aquele que ela representa. O Concílio de Niceia II ensina que “quem venera uma imagem, venera nela a pessoa representada”. Assim, o gesto é uma forma de oração que conduz o fiel a Deus.
Toda verdadeira devoção deve ter como fim a adoração do próprio Deus. Como explica o Padre, “a devoção é a vontade pronta para se entregar a tudo que pertence ao serviço de Deus”. Ela pode se manifestar em práticas piedosas, como o terço, a novena ou a visita a um santuário, mas sempre com o coração voltado ao Criador.
Honrar os santos é, portanto, reconhecer o que Deus realizou por meio deles. Eles mostram que a santidade é possível, mesmo em meio às lutas cotidianas. Ao pedir sua intercessão, o fiel reafirma a própria fé na comunhão dos santos, professada no Credo Apostólico: “Creio na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.”
Como resume o Padre Carlinhos, “na veneração dos anjos e dos santos, glorificamos Deus, que é o fim último não somente da nossa devoção, mas também de toda a nossa existência.”
📖 Catecismo da Igreja Católica: números 956, 971 e 2132.
📜 Concílio de Niceia II (787): definição sobre as imagens e os santos.
🙏 Leitura sugerida: Lumen Gentium, capítulo VII – “A índole escatológica da Igreja peregrina e a sua união com a Igreja celeste.”
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