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Dúvidas Religiosas

Por que a festa de um santo não substitui a missa do domingo?

Entenda por que o domingo tem precedência litúrgica sobre festas de santos, mesmo quando caem na mesma data.

Escrito por Luciana Gianesini

05 AGO 2025 - 10H47 (Atualizada em 06 AGO 2025 - 16H50)

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Quando a festa de um santo cai em um domingo, muitas pessoas se perguntam por que a celebração litúrgica continua sendo a do Tempo Litúrgico corrente, em vez da cor e orações próprias do santo. Esse é o caso, por exemplo, do próximo dia 10 de agosto de 2025, quando se celebra São Lourenço, diácono e mártir, mas a liturgia será do 19º Domingo do Tempo Comum.

Isso acontece porque, segundo as normas do calendário litúrgico da Igreja, o domingo tem precedência sobre festas que não são solenidades. A celebração dominical é o centro da vida litúrgica da comunidade cristã, pois atualiza o mistério pascal de Cristo, como explica este conteúdo sobre a Missa de sábado que vale para o domingo.

Essa orientação está clara nas Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário:

“Cremos que as festas da Virgem Maria, 'unida por laço indissolúvel à obra de seu Filho', bem como as memórias dos Santos, entre as quais brilham com particular fulgor os aniversários de 'nossos senhores mártires e vencedores', não se opõem de modo algum à celebração do mistério de Cristo. (...) Entretanto, não se pode negar que no correr dos séculos surgiram mais festas de Santos do que seria conveniente. Por isso, o Santo Sínodo ordenou: 'Que as festas de Santos não prevaleçam sobre as que recordam os mistérios da salvação”.

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Como funciona a hierarquia das celebrações?

A Igreja classifica as celebrações litúrgicas em diferentes graus de importância:

  • Solenidades: são as mais importantes e podem substituir a liturgia dominical quando coincidem.
  • Festas: celebradas com destaque, mas não têm precedência sobre os domingos.
  • Memórias (obrigatórias ou facultativas): ocupam o grau mais simples e nunca substituem os domingos.

Você pode entender melhor essa classificação nesta explicação sobre solenidades, festas, memórias e comemorações marianas.

Portanto, mesmo que o santo celebrado tenha grande importância para a Igreja, como São Lourenço, a liturgia do domingo se mantém, com suas leituras próprias e a cor litúrgica verde — a cor do Tempo Comum, símbolo da esperança e do crescimento espiritual, como explicado neste artigo sobre as cores litúrgicas.

O Missal Romano também confirma essa orientação ao indicar, no Calendário Geral Romano, que as festas dos santos não substituem os domingos a menos que tenham grau de solenidade ou valor especial para a Igreja local.

Quando o domingo pode ser substituído?

A exceção acontece apenas quando uma solenidade coincide com o domingo, como a Solenidade de São Pedro e São Paulo (29 de junho) ou a Solenidade de Todos os Santos (1º de novembro), quando transferidas para o domingo. Outro exemplo é a Dedicação da Basílica de Latrão, que, em algumas ocasiões, pode ser celebrada no domingo por sua importância, como mostra esta homilia.

Além disso, dioceses, paróquias ou países que tenham um santo como padroeiro podem celebrar sua festa como solenidade local, com permissão litúrgica para que ela substitua a missa dominical. Essa possibilidade está prevista no n. 58 das Normas Universais sobre o Ano Litúrgico: “As festas próprias do padroeiro de uma localidade, cidade ou território, ou do título da igreja, ou do fundador de uma ordem ou congregação religiosa, são celebradas como solenidades”.

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Em resumo

A prevalência litúrgica garante que o domingo permaneça como o “dia do Senhor”, mesmo diante de festas importantes. A regra respeita a centralidade da Ressurreição de Cristo, renovada a cada semana, e orienta a vivência da fé no ritmo da Igreja.

Ao compreender essas normas, os fiéis se unem de forma mais consciente à liturgia da Igreja, participando com mais sentido e profundidade da Eucaristia dominical.

Fonte: Missal Romano e Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário

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Por Luciana Gianesini, em Dúvidas Religiosas

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