A presença dos anjos na Bíblia sempre foi ligada ao anúncio e mensagens enviadas por Deus a seu povo. Quando diz respeito ao anúncio do nascimento de Jesus, automaticamente liga-se ao Arcanjo Gabriel. Ele é o mensageiro que aparece a Maria e revela o mistério da Encarnação.

Porém, a Bíblia também mostra outros anjos participando do nascimento do Senhor, especialmente na revelação aos pastores em Belém. Relembrar quem são esses anjos ajuda a viver profundamente o sentido do Natal e a reconhecer como Deus fala ao coração humano.

O Arcanjo Gabriel: o mensageiro da Encarnação

O anúncio feito a Maria é encontrado no Evangelho de Lucas, que afirma: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, noiva de um homem, de nome José, da casa de Davi; a virgem chamava-se Maria” (Lc 1,26-27).

Gabriel é o único anjo identificado pelo nome no episódio do anúncio do nascimento de Jesus. Ele explica a Maria o plano divino, responde às suas dúvidas e confirma que o Espírito Santo descerá sobre Ela. O Catecismo da Igreja Católica recorda:

“Da Encarnação à Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é rodeada da adoração e serviço dos anjos” (CIC 333).

Por isso, Gabriel é reconhecido pela Igreja como o grande mensageiro do mistério da salvação.

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Representação da Anunciação de Jesus na Porta Principal do Santuário Nacional

Os anjos que anunciaram o nascimento aos pastores

Após o nascimento de Jesus em Belém, outro grupo de anjos entra em cena. O Evangelho apresenta:

“Apresentou-se junto deles um anjo do Senhor, e a glória do Senhor os envolveu de luz; ficaram com muito medo, mas o anjo lhes disse: “Não tenhais medo, pois vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo”. (Lc 2,9-10).

Esse primeiro anjo, que não foi nomeado, proclama a boa notícia: "Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11).

Logo depois, surge uma multidão de anjos que canta: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados” (Lc 2,14).

Mesmo sem nome, esses anjos são descritos como parte do “exército celestial”, expressão que indica uma ação grandiosa de Deus. Eles revelam a identidade divina do Menino e convidam os pastores, um dos povos mais discriminados da época, a serem os primeiros a adorá-Lo de forma universal.

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add_box Acolher o chamado de Deus, a exemplo dos pastores de Belém

O papel dos anjos no plano de Deus

Documentos da Igreja reforçam a missão desses mensageiros. O Catecismo da Igreja ensina:

“Cristo é o centro do mundo dos anjos (angélico). Estes Lhe pertencem: ‘Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os [seus] anjos’ (Mt 25, 31). Pertencem-Lhe, porque criados por e para Ele: em vista d'Ele é que foram criados todos os seres, que há nos céus e na terra, os seres visíveis e os invisíveis, os anjos que são os tronos, senhorias, principados e dominações. Tudo foi criado por seu intermédio e para Ele (Cl 1, 16), E são d'Ele mais ainda porque Ele os fez mensageiros do seu plano salvador: ‘Não são eles todos espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão de herdar a salvação?’”

Essas afirmações confirmam que o ministério angélico é essencial na revelação do mistério do Natal, como também explica:

“Quando Deus ‘introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: 'Adorem-n'O todos os anjos de Deus’ (Heb 1, 6). O seu cântico de louvor, na altura do nascimento de Cristo, nunca deixou de se ouvir no louvor da Igreja: ‘Glória a Deus’ (Lc 2, 14)”. (CIC 333).

Por que isso importa para a fé hoje?

A presença dos anjos não se limita apenas a esses momentos que estão descritos na Palavra de Deus. A Igreja ensina que eles continuam servindo ao plano de Deus e acompanhando os discípulos de Cristo e o povo fiel de Deus. O Natal recorda que Deus fala por meio de mensageiros que apontam para a paz e a esperança que vem de Cristo.

Na noite de Belém, os anjos revelam que Deus se aproxima de seu povo e envia Seu Filho, o Salvador que todos esperavam. Eles nos lembram de que a verdadeira alegria nasce quando acolhemos Jesus com o mesmo fervor do qual Maria aceitou o plano de Deus e também os pastores, com a alegria em receber o Menino Jesus.

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Fonte: Catecismo da Igreja Católica