Espiritualidade

O ódio nas pessoas que queimam as igrejas

Dante Ricardo Carrasco Aragón

Escrito por Dante Aragón

28 OUT 2020 - 11H10 (Atualizada em 09 NOV 2020 - 11H37)

O ódio é vinculado ao vício da ira, pois esta é um movimento desordenado de quem quer ser ressarcido até o ponto de vingar-se. Manifesta-se como impaciência, arrebatamento, violência, furor. Também da ira brota o ódio, que é a ira contínua. A inveja também está unida ao ódio.

Reprodução: Martin Bernetti_AFP
Reprodução: Martin Bernetti_AFP

Eu penso que os casos que aconteceram recentemente em Santiago do Chile e que causaram comoção e indignação internacional são uma amostra do anticatolicismo e descredibilidade que vive a nossa Igreja Católica.

O Pe. Fortea declarou nestes dias: "O anticatolicismo agressivo se disseminou graças a séries, novelas, filmes, documentários". Animo-me a dizer que existe, sim, ódio nas pessoas que queimam as igrejas, uma perseguição aos cristãos e muita confusão e ignorância.

Sem entrar no mérito das causas das manifestações ou das lutas políticas, não se pode atentar contra o sagrado, aquilo que representa fortemente um símbolo da fé, ou pelo menos um símbolo cultural, tradicional dentro da nossa sociedade atual.

Leia MaisO que é a cristofobia”?A principal causa, senhores, é esta, o anticatolicismo, que começa nesta sociedade sem Deus, criada pelo homem, na nossa sociedade moderna, racionalista, individualista, antropocêntrica. Posteriormente, devemos lembrar a situação sócio-política que vivem nossas nações na América Latina, e que sofreram grande disparidade social após o tempo da ditadura militar.

Finalmente, há um enfraquecimento da fé dentro da nossa sociedade, tem se acrescentado o “jeito” moderno das pessoas se comunicarem, por meio das redes sociais, nas quais as pessoas se valem do anonimato, pensando assim ser mais “livres” para se expressar e não ser responsabilizados por suas ações. Este problema se concretiza com o ódio que observamos nas redes sociais, existindo até sites que promovem o ódio contra outros grupos. Esta propagação de ódio na internet, às vezes, poderia até ter como pano de fundo situações que gerassem indignação correta, como os diversos escândalos que têm ocorrido dentro da nossa Igreja, porém mesmo isto nunca será justificativa para se chegar à violência.

Reprodução
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E o que fazer diante disto? Uma vez perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, por onde é preciso começar? Ela respondeu: "Por ti e por mim".

Eu penso que estas palavras devem ser um alento para nós, pois, apesar da indignação e do desejo de que se faça justiça, não podemos cair no mesmo nível, e sim ser coerentes com a nossa fé, reconhecendo que a Igreja somos nós; então devemos amar a Igreja e com ela, e também sofrer com ela.

Que esta comoção e indignação nos levem à mudança, a ser mais de Cristo.

Escrito por:
Dante Ricardo Carrasco Aragón
Dante Aragón

Peruano, é administrador, mestre em Psicologia, especialista em antropologia cristã e participa do Movimento de Vida Cristã em Petrópolis

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