Santo Padre

Bento XVI nega irregularidades e pede perdão por abusos sexuais

Papa Emérito foi acusado recentemente de ter acobertado casos de pedofilia de padres na Alemanha

Escrito por Guilherme Gomes

08 FEV 2022 - 14H07 (Atualizada em 08 FEV 2022 - 14H41)

Leia MaisPapa diz que 'não é santo', cita Roberto Carlos e conta que dança tangoPapa: "Fraternidade é âncora de salvação da humanidade"Papa: “Esporte inclusivo é a verdadeira medalha de ouro”O Papa Emérito Bento XVI divulgou uma carta nesta terça-feira (08), para pedir perdão pela forma como atuou em casos de abusos sexuais dentro da Igreja quando era arcebispo de Munique.

Apesar de reconhecer “falhas graves” em suas atitudes, Joseph Ratzinger disse não ter cometido nenhuma irregularidade.

A justificativa pública se deu após uma investigação independente criticá-lo por inação em quatro casos enquanto atuava na arquidiocese alemã. “Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Maior ainda é minha dor pelos abusos e erros que ocorreram durante o período de meu mandato”, disse.

Além das palavras escritas por Bento, o Vaticano acrescentou na carta uma resposta técnica, feita por advogados. A fala do Papa Emérito acontece em resposta ao relatório datado de 20 de janeiro, feito por um escritório de direito a pedido da Igreja Católica da Alemanha, sobre como casos de abusos sexuais foram tratados na arquidiocese de Munique entre os anos de 1945 e 2019. O então cardeal Joseph Ratzinger comandou o local de 1977 a 1982.

“Como arcebispo, o cardeal Ratzinger não esteve envolvido em qualquer ocultação de atos de abusos”, disseram os assessores legais. Eles dizem ainda que Bento não tinha ciência do histórico criminal dos padres envolvidos no assunto. 

Enquanto os assessores adotaram um tom técnico, Bento XVI preferiu um caminho mais espiritual em sua resposta. Em forma de “confissão”, o Papa Emérito relembrou as missas que que começam com fieis confessando seus pecados e pedindo perdão por suas falhas.

Ele ainda chamou a atenção para seus encontros com vítimas de abusos enquanto foi Papa e viu, em primeira mão, os efeitos desta grave falha. “Vim a entender que nós mesmos somos levados a esta falha grave quando negligenciamos ou fracassamos em confrontá-la com a responsabilidade necessária”, disse.

Posso apenas expressar a todas as vítimas de abusos sexuais minha profunda vergonha, meu profundo pesar e meu pedido de perdão”, finalizou Ratzinger.

Bento XVI se tornou, em 2013, o primeiro Papa a renunciar em quase 600 anos e vem, desde então, mantendo uma vida privada no Vaticano. Segundo o arcebispo George Gänswein, um dos assistentes mais próximos do Papa Emérito, a rotina de Bento nos últimos se resume a ler, responder as centenas de cartas que recebe dos fiéis e orar.

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