A Igreja Católica no mundo celebrou, em 13 de março de 2023, o décimo ano do pontificado de Jorge Mário Bergoglio, 266º Papa da história, primeiro jesuíta e sul-americano e também pioneiro em escolher o nome de Francisco, referência ao santo jovem de Assis, que renunciou à riqueza e fundou a ordem dos Franciscanos em 1290.
Leia MaisFrancisco celebra "24 horas para o Senhor" como iniciativa quaresmal3 ensinamentos do Papa Francisco para alcançar a felicidadePara toda a sociedade, a opinião da principal autoridade da Igreja sobre certos temas é especialmente importante e sempre causa muita repercussão.
Quando o Santo Padre deseja comunicar esse parecer, ele publica uma encíclica, documento papal que relata um conteúdo relacionado à Doutrina Social da Igreja ou então aos problemas que afetam o conjunto da sociedade na atualidade.
As encíclicas são os documentos mais importantes que os Papas escrevem.
João Paulo II publicou catorze e Bento XVI, três. Este documento tem origem nas cartas do Novo Testamento, e normalmente está escrita em latim, língua oficial da Santa Sé, mas também disponibilizada em outros idiomas.
Nesta primeira década de pontificado, o Papa Francisco assinou três encíclicas, enfatizando assuntos variados com a visão da Igreja sobre a fé cristã, o cuidado com a Casa Comum e a fraternidade a amizade social.
Vamos conhecer um pouco de cada uma!
Lumen fidei (A luz da fé)
Ao iniciar sua missão como Sumo Pontífice, em junho de 2013, o Papa concluiu este documento, que foi iniciado por Bento XVI por causa do Ano da Fé, e que não conseguiu terminar ao renunciar o seu Pontificado.
Esta encíclica é composta por 60 pontos divididos em quatro capítulos que refletem sobre “crer e amar”; “crer e compreender”; “crer e transmitir”; e “Deus prepara uma cidade para todos”.
"A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho. Ao homem que sofre, Deus não dá um raciocínio que explique tudo, mas oferece a sua resposta sob a forma duma presença que o acompanha, de uma história de bem que se une a cada história de sofrimento para nela abrir uma brecha de luz. Em Cristo, o próprio Deus quis partilhar conosco esta estrada e oferecer-nos o seu olhar para nela vermos a luz. Cristo é aquele que, tendo suportado a dor, Se tornou « autor e consumador da fé » (Heb 12, 2)", diz um trecho da encíclica.
Laudato si (Louvado sejas)
Lançada em maio de 2015, trata do cuidado com o meio ambiente e com todas as pessoas, bem como de questões mais amplas da relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. O subtítulo da encíclica, “Sobre o Cuidado da Casa Comum”, reforça esses temas-chave.
O título é uma citação do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, que abre a encíclica, no qual o santo louva a Deus meditando sobre a bondade do sol, do vento, da terra, da água e de outras forças naturais.
Nos seus seis capítulos e 246 parágrafos, a primeira encíclica produzida integralmente pelo Papa tem como mensagem central que “tudo está conectado”.
O ser humano não está desconectado da Terra ou da natureza, pois são partes de um mesmo todo. Portanto, devastar a natureza equivale a destruir o homem. Isso, para os católicos, é pecado.
Da mesma forma, não é possível falar em proteção ambiental sem que este assunto envolva também a proteção ao ser humano, em especial os mais pobres e vulneráveis.
"Compete à política e às várias associações um esforço de formação das consciências da população. Naturalmente compete também à Igreja. Todas as comunidades cristãs têm um papel importante a desempenhar nesta educação.
Espero também que, nos nossos Seminários e Casas Religiosas de Formação, se eduque para uma austeridade responsável, a grata contemplação do mundo, o cuidado da fragilidade dos pobres e do meio ambiente.
Tendo em conta o muito que está em jogo, do mesmo modo que são necessárias instituições dotadas de poder para punir os danos ambientais, também nós precisamos de nos controlar e educar uns aos outros", diz o Papa no parágrafo 214 do documento.
Fratelli tutti (Todos irmãos)
A mais recente encíclica do Santo Padre, assinada em outubro de 2020, relata em seus oito capítulos mais uma referência a São Francisco, inspiração para o seu título "para dirigir-se a todos os irmãos e irmãs e propor-lhes uma forma de vida com o sabor do Evangelho".
Neste documento, integrante da Doutrina Social da Igreja, o Pontífice nos convida a sonhar juntos e a enfrentar as sombras do conflito, as sombras de um mundo fechado.
O Santo Padre prossegue, escrevendo que São Francisco "não se envolveu na guerra dialética impondo doutrinas, mas comunicou o amor de Deus". O pobrezinho de Assis havia compreendido que Deus é amor e "Ele despertou o sonho de uma sociedade fraterna".
"Além disso, quando estava a redigir esta carta, irrompeu de forma inesperada a pandemia do Covid-19 que deixou a descoberto as nossas falsas seguranças. Por cima das várias respostas que deram os diferentes países, ficou evidente a incapacidade de agir em conjunto.
Apesar de estarmos superconectados, verificou-se uma fragmentação que tornou mais difícil resolver os problemas que nos afetam a todos.
Se alguém pensa que se tratava apenas de fazer funcionar melhor o que já fazíamos, ou que a única lição a tirar é que devemos melhorar os sistemas e regras já existentes, está a negar a realidade.
Sonhemos como uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que abraça a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos", comunicou Francisco ao escrever a encíclica.
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