Por Pe. Valdivino Guimarães, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 14 SET 2018 - 15H47

O que aprender com o título de Nossa Senhora das Dores?

Por que o povo brasileiro se identifica com tanta veemência a títulos da santa Mãe de Deus e de seu Filho que estão relacionados à dor? É muito comum que essa gente sofrida se identifique com o Cristo sofredor e com Nossa Senhora das Dores.

Thiago Leon
 Thiago Leon

Durante a Semana Maior (Semana Santa), Nossa Senhora é venerada e invocada sob o título de Senhora das Dores. Este título é bastante invocado e há muitas igrejas que têm Nossa Senhora com este título como padroeira, principalmente nas regiões mais sofridas e desprovidas de vida digna. Esta solenidade foi instituída pelo Concílio Provincial de Edônia, em 1413. No ano de 1727, o Papa Bento XIII estendeu a solenidade para toda a Igreja.

Leia MaisOração à Nossa Senhora das DoresQuando invocamos Nossa Senhora das Dores, pensamos em sua missão. A passagem mais marcante é referente à profecia de Simeão. Aqui, vislumbramos o primeiro aceno ao sofrimento de Maria; mostra que seu consentimento implicaria em lágrimas e dor, teria gosto de fel. O evangelista Lucas narra palavras que transbordam dos lábios do sábio Simeão: Este menino vai causar queda e a elevação de muitos em Israel; ele será um sinal de contradição; a ti própria, uma espada te transpassará a alma, para que se revelem os pensamentos de muitos corações” (Lc 2, 34b-35).

A primeira dor de Maria é a profecia do velho Simeão. Nesta, percebemos a profunda sintonia e união íntima de Maria com seu filho, pois ela se associa de forma profunda ao sofrimento e sacrifício redentor do Filho.

Outro acontecimento que traz dor ao coração da Virgem Maria é a fuga com sua família para o Egito. Nesta passagem, trazida pelo evangelho de Mateus, percebemos o quanto a Virgem está ligada ao plano do Senhor. Deus mais uma vez envia seu mensageiro para dar seu recado. Desta vez, José, o esposo fiel, é o destinatário, uma vez que a ele Deus confia suas duas preciosidades, a saber, seu filho Jesus e Maria, que se torna a 'tenda' que resguarda o menino-Deus. É solicitado que José tome o menino e a mãe e fuja para o Egito, e lá permaneça até ser avisado. Maria e sua família tão cedo fazem a experiência do exílio; o filho do Altíssimo se vê longe de sua terra natal, desprovido de um teto. Maria se mostra forte como quê, tenaz, que não foge aos perigos, aos sofrimentos, e mostra-se mãe amorosa e protetora do fruto de seu ventre.

Outras dores tantas estão relacionadas à “Via Crucis. Junto à multidão que seguia Cristo, para pedir sua condenação ou para chorar sua dor, estava Maria. Penso que, bem antes de Jesus subir para Jerusalém onde devia morrer, o coração de sua mãe já estava envolto pela penumbra da morte, como costumamos dizer: Coração de mãe não se engana, sente! Maria, cheia de dor, acompanha o sofrimento de seu Filho, dando-lhe apoio, afeto e compaixão. Neste momento, Maria já não tinha mais lágrimas para verter. Seu olhar, ora perto, ora longe, passa uma mensagem de quem sofre junto do filho, que já não tinha mais aparência humana.

Aos pés da cruz, Maria olha para aquele que ela conteve em seu ventre e em seu coração, ser crucificado; permaneceu fiel à missão confiada por Deus até as últimas consequências. Do alto do privilegiado madeiro, Jesus constitui Maria mãe da humanidade.

Peçamos a Maria, mulher perseverante, que nos ensine a sermos perseverantes, a contemplar o Cristo crucificado e que não fiquemos presos à cruz, mas que aprendamos com Maria a contemplar o Cristo glorioso, ressuscitado!


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